Análise Interpretativa da Carta de Veneza
Por: tsnbrunaa • 10/9/2017 • Dissertação • 693 Palavras (3 Páginas) • 341 Visualizações
Em 1964, em Veneza, vários arquitetos e técnicos de monumentos históricos se reuniram a fim de reexaminar os princípios da Carta de Atenas, escrita em 1931 e aprofundar os conhecimentos sobre o assunto.
Agora em 1964, pós Carta de Atenas, tem-se a preocupação de que as obras monumentais de cada povo têm grande importância para a humanidade e o conhecimento destas devem ser passados para as futuras gerações em sua grande plenitude e autenticidade. E sendo notório que cada povo tem as suas peculiaridades; é cabível a formulação de um plano internacional para “uniformizar” e regularizar os princípios aplicados à conservação e restauração dos monumentos, mesmo que isso signifique que cada nação o aplique no contexto de sua própria cultura e tradição.
Assim, os dois primeiros artigos da Carta de Veneza, vem para definir os conceitos de patrimônio histórico; dessa vez, o patrimônio compreende não somente a obra arquitetônica isolada, mas também o sitio urbano do qual está relacionado, não se referindo apenas a uma obra única, mas também a tudo que está associada a ela, como seus acontecimentos históricos e significações culturais.
Em um segundo momento – como facilitador da situação – de acordo com o documento, é proposto a composição de uma nova disciplina que unisse todos os conhecimentos técnicos e teóricos para contribuir com a salvaguarda do patrimônio monumental a fim de sua conservação; apresentando a ideia de que assim como a obra e os testemunhos históricos; os elementos naturais também são vistos como patrimônios; já que se considera o sitio e sua paisagem. E ambos têm sua relevância já que estão totalmente articulados entre si.
CONSERVAÇÃO
Quanto a conservação para a preservação dos monumentos, a Carta aponta alguns princípios que devem ser seguidos com a finalidade de colocar em pratica e consolidar as ideias apontadas, além de argumentar novamente que o patrimônio histórico, assim como a arquitetura de um modo geral, não é
composta apenas de suas fachadas, mas também tem imbricado em seus valores todo o contexto do qual está inserida.
Em linhas gerais, o texto aponta que o patrimônio deve passar por manutenção permanente; que é favorecida quando seu uso é destinado a uma função útil a sociedade e que mesmo com o passar dos anos não é permitido alterar sua disposição e decoração, assim como seus volumes e cores; a não ser que tenha grandes interesses nacionais ou internacionais presentes na situação ou que essas medidas são as únicas que assegurem sua conservação.
RESTAURAÇÃO
A restauração nesse caso é de caráter excepcional que se objetiva revelar os valores estéticos e históricos do monumento associados a autenticidade de seus materiais e documentos, por isso sempre é acompanhado de um profundo estudo arqueológico e histórico realizado por um arquiteto juntamente com diversos outros profissionais. Sendo assim, salienta a ideia de que a arte, em seu sentido plástico, relaciona-se com a história do qual está integrada, e assim todo o ato de restauração deve-se integrar harmoniosamente ao conjunto como um todo, de uma forma que não falsifique o documento de arte e de história; e que, acréscimos a serem realizados, devem acima de tudo tolerar a tradição, composição e relação com o meio ambiente.
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