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As Cidades do Amanhã

Por:   •  10/3/2020  •  Resenha  •  707 Palavras (3 Páginas)  •  211 Visualizações

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HALL, Peter G. Cidades do amanhã. 1995. Editora Perspectiva.

        Este livro foi escrito por Peter Geoffrey Hall, um urbanista e geógrafo inglês, que influenciou o pensamento urbano ocidental do século XX, principalmente em metrópoles importantes como Londres. Hall destacou-se pela inovação no planejamento urbano, pelas suas reflexões sobre as mudanças nas cidades e a criação de cidades-jardins como cidades menores. Será analisado o capítulo 5 do livro (A cidade na região – Edimburgo, Nova York e Londres entre 1900 a 1940).

O autor inicia o capítulo informando que a origem da cidade regional é norte-americana e que o planejamento regional iniciou-se com Patrick Geddes, um biólogo que estudou outras áreas do conhecimento além de sua formação. Geddes, por sua vez, dizia que o planejamento regional deve começar com o levantamento dos recursos de uma determinada região natural, das respostas que o homem dá a ela e das complexidades resultantes da paisagem cultural. Para Geddes, cabia à região fornecer a base para reconstrução total da vida social e política, e o planejamento regional seria como uma parte da reconstrução social. Os municípios em expansão desperdiçavam recursos e energias, minimizavam a qualidade de vida, produzia desemprego, aumentava as doenças, vícios, a depressão e induziam ao crime. Para solucionar esses problemas, a cidade deveria parar de crescer apenas industrialmente e começar a crescer “botanicamente”, ou seja, fazer com que a população tenha qualidade de vida através de paisagens e aromas provenientes da vegetação.

        Em 1923, é criada a Regional Planning Association of America (RPAA) - liderada por Lewis Mumford (um jornalista-sociólogo), que consistia em um pequeno grupo heterogêneo, que não passava de 21 membros. Segundo a organização, o desenvolvimento deveria visar o aumento da produção, a independência econômica regional e a ampla reconstrução de áreas deterioradas. Ao mesmo tempo, desenvolvia-se o Plano Regional de Nova York, que tinha como principal fundador, Thomas Adams - um arquiteto inglês que teve grande influencia no planejamento urbano britânico. O Plano Regional era voltado para “homens de negócios”, e defendia o zoneamento como estratégia para que cada indivíduo arcasse com suas despesas. O plano de Nova York desenvolveu-se graças a uma Associação do Plano Regional liderada pela elite, enquanto os ideais de Mumford ficaram no papel.

        Já em 1933, com o surgimento do planejamento New Deal – uma proposta que corria comprometido com os ideais da RPAA. A política do New Deal sobre planejamento regional, significou mais uma multiplicação de papéis do que a realização de ações.

        Após a leitura deste capítulo do livro de Peter Hall, concluí que o planejamento urbano, seja ele para pequenas cidades ou grandes metrópoles, vem sendo discutido e estudado há muitos anos e ainda assim, é uma área do conhecimento que necessita de especialistas, não só relacionados ao urbanismo para solução de diversos problemas, como questões sociais e de qualidade de vida, por exemplo. Situações como adoecimento da população, crime e vícios eram faladas na década de 20 e ainda hoje as grandes metrópoles concentram a maior parte de casos de pessoas com depressão, ansiedade, problemas respiratórios, entre outros transtornos causados pelo crescimento exagerado das cidades. Onde o refúgio muitas vezes é encontrado em áreas verdes, parques e cidades do interior dos estados. Sendo que, a parte que mais sofre com o fato de ter que deslocar grandes distâncias, tem que utilizar por muitas vezes mais de um meio de transporte para chegar ao trabalho/casa, é a classe baixa (trabalhadora), e pela frágil situação econômica não possui recursos para investir em momentos de lazer e encontrar um descanso longe do movimento acelerado das grandes cidades. O autor nos mostra que quem tinha maior poder aquisitivo influenciava no planejamento urbano, e infelizmente isso ainda ocorre e as pessoas mais carentes continuam sem qualidade de vida e sem previsão de melhora. Em minha opinião, este livro é direcionado à urbanistas ou estudiosos da área para que possam elaborar e/ou obter embasamento teórico relativo ao planejamento estratégico, para que talvez assim consigam melhorar a infraestrutura das cidades não só para uma pequena parcela da população, mas pensando em todos aqueles que irão habitá-las.

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