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As modificações ocorridas na Arquitetura sacra e seus reflexos socioespaciais

Por:   •  24/4/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.189 Palavras (9 Páginas)  •  221 Visualizações

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Aline Cristina Gonçalves da Costa

Ana Cristina Aparecida Soares

Bergsthem Santana Silva

Carlos Victor de Brito Silva

Carolina Bordoni Diniz

Giovanna de Paula Lopes

Isabela Catarina Fernandes Oliveira

Tereza Gouveia Vasconcelos de Souza

As modificações ocorridas na Arquitetura sacra e seus reflexos socioespaciais

Escola de Arquitetura da UFMG

Belo Horizonte.

  1. Introdução

        A essência religiosa tem estado presente na arquitetura sacra desde as primeiras

grandes construções do século IV a.c. e sempre foram evoluindo na questão da representatividade religiosa e refletindo o sagrado na terra.Leon Battista Alberti, em seu livro De re aedificatoria, cita termos que traduzem essa essência presentes nos mais diversos templos, são alguns deles: Libidine aedificandi, lineamentis, concinnitas e decoro.

        Esses termos expressão toda a complexidade religiosa e como sua arquitetura se porta em meio à cidade e sociedade com o objetivo de combater a fortuna e os pecados do homem. Entretanto, a partir da inserção do método capitalista nas cidades a relação homem e religião foi extremamente danificada e isso foi refletido na arquitetura religiosa atual que, perdendo grande parte de sua carga histórica, criou espaços desequilibrados que se desconectam ainda mais com a sociedade, que criaram homens que a refletem, homens vazios, desproporcionais, e efêmeros, fruto de um processo automático de auto destruição.

             No contexto supracitado, a fim de um maior aprofundamento e na busca de embasamentos cabíveis, a partir de análises e aplicações de conceitos tratados anteriormente por Alberti, adjunto de pesquisas sobre o assunto – em materiais diversos – e observações da arquitetura sacra na contemporaneidade, tem-se, a seguir, uma breve análise crítica daquilo que fora coletado e suas contribuições para o assunto tratado pelos discentes – a modificação ocorrida na arquitetura sacra e seus reflexos – e, também, algumas impressões tiradas por aqueles a priori.

  1. Revisão Bibliográfica

No artigo “Novas igrejas para novos bairros modernos”, LIMA (2014), analisa, por meio de igrejas presentes em quatro conjuntos residenciais de construção particular, a existência de pressupostos vigentes no modernismo dentro da arquitetura sacra. Tendo em vista o tema escolhido pelo grupo, o artigo ajuda a elucidar em como as igrejas que escolhem por uma arquitetura influenciada pelo modernismo (em vez de optar por um pastiche de estilos medievais) exploram plasticamente e funcionalmente os paradigmas impostos por esse estilo nos templos cristãos analisados pelo autor. Além disso, Lima também aborda no artigo em como a arquitetura sacra na modernidade deixa de ser a principal tipologia construída, como usualmente ocorria na Idade Média.

Ademais, Lourdes Gabrielli (2013) investiga em seu artigo “A construção da argumentação através das imagens: o Barroco e a contemporaneidade” a persuasão pela imagem nesses dois momentos históricos, através da pintura, escultura e arquitetura no Barroco e pela produção artística e design na contemporaneidade. Segundo a autora, no Barroco as obras deixam de ser meros elementos decorativos e passam a ser obras figurativas para serem lidas. Esse artigo levanta a questão do uso de elementos visuais para despertar reações emocionais, e os estuda em dois diferentes períodos. Nas comparações a serem feitas entre as igrejas dos períodos clássicos e as atuais, este pode ser um ponto a ser estudado: como esse recurso era utilizado no século XVII e como é na modernidade.

Já no artigo “Lugar do Sagrado”, Micaela Franco (2015) analisa as mudanças ocorridas no contexto das edificações das igrejas e como essas transformações impactam na vida urbana e no homem como individualidade. Para tal, a autora faz uma importante análise das igrejas para a dinâmica da cidade, apontando a descentralização gradual desse espaço sacro no período da Idade Média até a contemporaneidade. Assim, Manenti (2011) pontua uma nova forma de entender a arquitetura religiosa, em que “a perda de representatividade social se traduz [...] na exaltação da unidade de cada edifício e na magnificência da função como única possibilidade de diferenciação arquitetônica”. O artigo, portanto, dá espaço a um estudo mais profundo do motivo por trás da descentralização das igrejas e, principalmente, da forma como o ambiente urbano é afetado.

Outrossim, a partir da leitura e da análise do texto “Arquitetura De Espaços Religiosos Contemporânea”, de Maria Tereza Manso Captivo, na busca por embasamento e fontes que colaborem para a pesquisa a ser realizada, cito, primeiramente, seu caráter principal – a  tentativa de explicitar características da arquitetura religiosa adjunto das formas de expressão da fé e da influência dessas características no comportamento daqueles que usufruem do espaço em questão; mais especificamente, as mudanças que ocorreram com o passar do tempo, no âmbito do catolicismo. Não somente em cunho nacional, a autora relata fatos externos e suas colaborações para a arquitetura religiosa presente no Estado brasileiro, o que diz bastante a respeito dos métodos arquitetônicos antigos e das disposições de igrejas encontrados hoje, levando em consideração as prioridades antepassadas e as atuais. Assim, a partir do estudo feito por ela e com a comparação entre as individualidades das construções, a autora encontrou quatro fatores/definições que traduzem a arquitetura religiosa moderna: luminosidade, silêncio visual/depuração, permeabilidade e envolvência. Há a constatação da igreja atual integrada aos meios culturais cabíveis na atualidade, ou seja, houve uma adaptação desse tipo de espaço para o suprimento do estilo de vida de seus usuários e, em detrimento, perdas e ganhos também foram percebidos, se comparadas com modelos arcaicos. Por fim, é interessante a forma com a qual Captivo relata as mudanças e explicita alguns fatos, que condizem veementemente com a realidade atual dos modelos de arquitetura religiosa. Toda modificação é necessária, a arquitetura evolui, os processos urbanos seguem adjunto, logo, não excluindo o passado, mas, analisando-o para entender o futuro (segundo Foote wythe, é essencial estudar o passado entender o contexto atual), será possível, seguindo um linha cognitiva semelhante a autora, apontar as influências e modificações trazidas pelas igrejas no cotidiano socioespacial de acordo com as prioridades definidas pelo grupo.

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