Aspectos Emocionais e Estéticos Relacionados à Acústica
Por: Ana Laura Alves • 13/3/2025 • Trabalho acadêmico • 2.925 Palavras (12 Páginas) • 18 Visualizações
[pic 1][pic 2]ACÚSTICA ARQUITETÔNICA
Silvana Laiz Remorin
Problemas específicos de acústica
Objetivos de aprendizagem[pic 3]
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
- Reconhecer os tipos e níveis de ruídos nas edificações.
- Diferenciar os fenômenos acústicos de absorção, transmissão e re- verberação sonoras.
- Avaliar os ruídos estruturais, ruídos do sistema hidráulico e do ar-condicionado.
Introdução[pic 4]
Atualmente, a maioria da população vive em centros urbanos e passa grande parte do seu dia em uma edificação, seja trabalhando, estudando, repousando e “aguentando” as condições do local. Porém, a tecnologia trouxe mais informação e mais alternativas para a construção de locais com boas condições acústicas.
Neste capítulo, vamos abordar o ruído interno de uma edificação. Você vai conhecer os tipos de ruídos e os fenômenos acústicos de ab- sorção, transmissão e reverberação sonora. Outro item importante é a avaliação do ruído estrutural, ruídos provenientes do sistema hidráulico e do ar-condicionado.
Reconhecimento dos tipos e níveis de ruídos nas edificações
O desenvolvimento industrial e da tecnologia são fontes geradoras de polui- ção ambiental e que causam danos à saúde do ser humano. O que também agravou o quadro foi o desenvolvimento urbano nos centos, com excessiva atividade (NUNES, 1999). O espaço a ser utilizado pelo homem, o edifício ou um espaço urbano, é direcionado às suas atividades. Os elementos externos
podem contribuir para a possibilidade de o ambiente ser confortável. Para que isso ocorra, são necessárias algumas medidas a serem utilizadas no ambiente. Em primeiro lugar, deve-se identificar o objetivo da edificação para estudar a melhor solução acústica. Essa informação nos permite uma melhor organização de tudo o que será preciso realizar em cada ambiente, cuidando com as suas especificações e necessidades.
Souza, Almeida e Bragança (2006) mencionam que os ruídos mínimos em um determinado ambiente são chamados de ruído de fundo e que esses podem ser decorrentes de atividades desenvolvidas nesse espaço ou prove- nientes de espaços externos, urbano ou de vizinhos (ruídos intrusos). Esses sons intrusos e os ruídos de fundo devem ser eliminados em locais como câmaras e estúdios, por exemplo. Nos demais espaços comuns é necessário apenas reduzir a intensidade sonora, eliminá-lo, porque reduzir totalmente o som, ter um espaço em total silencio acaba aumentando a percepção, deixa o ouvido mais sensível, o que pode ser facilmente mascarado com algum mínimo som de fundo.
Catai, Penteado e Dalbello (2006) indicam que os materiais utilizados na construção civil como blocos cerâmicos, de concreto e o concreto armado, já possuem características isolantes, porém, não o suficiente para todos os tipos de construções e suas especificações. Para Souza, Almeida e Bragança (2006), qualquer material apresenta capacidade de redução da intensidade do som e essa capacidade varia, que os materiais específicos têm as frequências definidas. Essa capacidade é expressa em decibéis e é chamada também de índice de atenuação. Se o material indicar que é de 45 dB, isso significa que uma onda, ao atravessar esse material, tende a reduzir o mesmo valor na intensidade sonora. Isso porque, variando o tipo de uso da edificação, o uso de lã de rocha, lã de vidro, espuma acústica e fibras, podem ser bons aliados para esse isolamento.
Catai, Penteado e Dalbello (2006) também mencionam que máquinas e
equipamentos utilizados podem atingir níveis excessivos, podendo provocar
sérios prejuízos à saúde.
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A NR 15 menciona que os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos, sempre, em decibéis, utilizando o aparelho adequado de medição do nível de pressão sonora (BRASIL, 1978). De acordo com Souza, Almeida e Bragança (2006), da mesma forma que para o ambiente urbano, as medidas de controle do ruído interno podem ser elaboradas com a intervenção da fonte, no meio de propagação ou no receptor.
Buxton (2017) menciona que há três áreas principais a serem consideradas
no projeto de uma edificação:
- Controle de barreiras das fontes de ruídos externas — emitido pelos meios de transporte, bares e casas noturnas.
- Controle da transmissão sonora em um prédio, devido a seus moradores ou televisões, sons, passos, ou então casa de máquinas, sistema de ventilação.
- Desempenho acústico do recinto — nível de eco do espaço.
Uma das fontes de ruídos internos pode ser o arranjo interno, que pode facilitar ou dificultar o controle acústico. De uma forma geral, afastar os locais ruidosos dos ambientes pode ajudar. Evitar colocar instalações (climatização ou com pressão) dentro de espaços sensíveis ao ruído, posicionar cômodos com instalações (cozinha) em cima de recintos silenciosos (dormitórios) (BUXTON, 2017).
A rigidez de um elemento estrutural afeta a maneira como ele transmite o som, ainda mais se for de baixa frequência. As lajes de concreto, por exemplo, podem oferecer um nível de isolamento entre dois pavimentos, isso porque a transmissão sonora é a passagem das ondas de pressão à estrutura. Separar ou isolar os diferentes elementos de uma estrutura pode interromper os percursos de transmissão sonora, como se fossem criados interruptores. O isolamento
reduz a transmissão forçada, portanto, quanto mais paredes o som tiver que
atravessar, menos energia ele vai ter (BUXTON, 2017).
Isolar é importante para a proteção de ruídos de impacto dentro de uma edificação. As bases e mantas resistentes ao impacto, barrotes de pisos iso- lados ou o sistema de piso flutuante ajudam a isolar a estrutura de um ruído de impacto.
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Os níveis de ruídos admissíveis dentro de uma edificação vão depender das necessidades do cliente, e devem ser definidos desde o início, competindo ao projetista os critérios a serem seguidos.
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