Avenida Conselheiro Nébias/Santos - Historia

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS – CAMPUS DOM IDÍLIO

ARQUITETURA E URBANISMO

TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO: INTRODUÇÃO AO URBANISMO – PROFA. ME. LAÍS HANSON

VITÓRIA CAROLINE SANTOS SOUZA

TRABALHO EFETIVO DISCENTE: Panorama Histórico da Avenida Conselheiro Nébias.

Sendo nomeada com a intenção de homenagear o conselheiro imperial de Dom Pedro II, a Avenida Conselheiro Nébias é uma das maiores e mais importantes avenidas da cidade de Santos. Joaquim Otávio Nébias, santista a quem é prestado o tributo, nasceu em 1811 e foi um importante político brasileiro, ocupando diversos cargos de relevância na política imperial da época, tais como senador do Império em 1856, ministro da Justiça e conselheiro de D. Pedro II (ALMEIDA, 2022).

O trecho que compreende a avenida surgiu com a necessidade de um novo caminho que interligava o centro e a orla, chamada “Praia da Barra”, visto que o antigo “Caminho da Barra”, que correspondia ao atual traçado das ruas Brás Cubas, Luís de Camões e Osvaldo Cruz (LOBÃO, 2017), apresentava problemas por ser um longo caminho sinuoso e com trechos alagadiços, que com o passar do tempo foi se deteriorando e apresentando cada vez mais problemas para locomoção, forçando as autoridades da época a criar um plano de uma rua mais reta e menos alagada.

A Avenida Conselheiro Nébias é, para muitos, considerada pioneira no desenvolvimento da cidade de Santos pelo seu alto investimento em tecnologias, pois foi a primeira, em 1871, do estado de São Paulo a receber o bonde de tração animal. Além disso, a avenida também foi a primeira da cidade a receber iluminação pública por energia elétrica. É a partir dessas mudanças que se inicia o processo de ocupação efetiva dessa região, já que que as praias eram, até então, ocupadas apenas por casas de veraneio onde as famílias mais abastadas se deslocavam para passar alguns períodos do ano (MAZIVIERO, 2008).  

Não obstante, após tornar-se uma das mais importantes avenidas da Baixada Santista e com a expansão do domínio da burguesia, a quantidade de casarões, mansões e espaços para o lazer dessa elite cresceu de maneira exponencial, podendo citar o Recreio Miramar e a primeira estação de rádio da região (LOBÃO, 2017). Com a virada do século XX, a região passou a abrigar também instituições de ensino, e, escolas como Stella Maris, Liceu São Paulo e a Faculdade Católica de Direito fizeram parte da educação e desenvolvimento dos herdeiros da elite que ali comandava.

Contudo, em decorrência dessa ocupação da orla da cidade, os antigos adensamentos dos bairros centrais e o trecho inicial da avenida, lugar que outrora abrigava essa elite, acabou sendo abandonado e, por conseguinte, ocupados por trabalhadores e comerciantes locais, e com isso, os antigos casarões foram invadidos e transformados em cortiços, e pouco a pouco, o lugar consolidou seu caráter de bairro  residencial e comercial, com a presença de pequenos comércios, deixando de ser exclusivamente residencial, como era no início (MAZIVIERO, 2008).

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Figura 1: Trecho final da Avenida Conselheiro Nébias em 1905.

(Fonte: Novo Milênio – disponível em: https://www.novomilenio.inf.br/santos/fotos036.htm.

Acesso: abril de 2023)

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Figura 2: Trecho final da Avenida Conselheiro Nébias em 2023.

(Fonte: Arquivo Pessoal)

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Figura 3: Recreio Miramar, Conselheiro Nébias nº 850, no ano de 1915.

(Fonte: Memória Santista – disponível em: http://memoriasantista.com.br/?p=238#:~:text=Maior%20avenida%20da%20cidade%2C%20Conselheiro,10%20de%20fevereiro%20de%201887.