CENTRO DE REABILITAÇÃO PARA DEPENDENTES QUÍMICOS EM ARACRUZ-ES: A ARQUITETURA EM AMBIENTES DE REABILITAÇÃO
Por: 20190601 • 15/4/2019 • Artigo • 4.080 Palavras (17 Páginas) • 437 Visualizações
A INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA EM CENTROS DE REABILITAÇÃO PARA DEPENDENTES QUÍMICOS
Aline Ricato Ghidetti¹
Daniel Oliveira Cruz²
Resumo
As drogas hoje é um dos grandes problemas sociais, o número de dependentes químicos vem aumentando cada vez mais e vários tipos de tratamento foram surgindo com o intuito de fazer com que estas pessoas deixem o mundo das drogas e enxerguem o mal que elas fazem em sua vida e em seu corpo, tanto psicologicamente quanto fisicamente.
Este artigo tem como o objetivo abordar a importância do espaço em um ambiente de tratamento, causando a recuperação do dependente e amparando-o no seu processo de reintegração. Assim, se apresenta algumas soluções arquitetônicas juntamente com a psicologia, para promover uma humanização com a utilização de cores, iluminações controladas, a personalização dos espaços e a integração com a natureza. Onde as pessoas atendidas se sintam bem nos espaços do Centro e tenham maior motivação para se tratar, já que os próprios ambientes auxiliarão no tratamento, atendendo às necessidades das atividades propostas, que irá afastar as lembranças de opressão de um ambiente de tratamento.
Palavras-chave: Arquitetura de Interiores. Ambientes. Reabilitação.
1. Introdução
O Brasil sofreu um grande aumento do consumo de drogas ao longo dos últimos anos, de fato, não houve mudança correspondente no vigor das políticas públicas que pudessem minimizar o impacto. Portanto, é preciso criar uma consciência de responsabilidade compartilhada, pois não há como blindar a sociedade.
Em todo o mundo, o tema relacionado com as drogas, se mantém em constante evidência, pois se trata de um grande problema social, envolvendo o princípio a educação convencional, completando o ciclo na deficiência da saúde pública. O vício nessas substancias químicas, acabam por gerar inúmeros problemas; a começar pelos problemas psicológicos entre as vitimas e seus familiares; os físicos, os sociais, os econômicos, entre outros. Podendo em alguns casos, nem tampouco freqüentes: uma fatalidade.
Devido ao crescimento desordeno de usuários de drogas, surgiram alguns locais de atendimento como; O CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) Criado pelo Ministério da Saúde, que funcionam apenas como um local de pronto-atendimento, porém estes não realizam internações.
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Faculdades Integradas de Aracruz (FAACZ). Curso de Arquitetura e Urbanismo. Aluna da disciplina de Projeto Integrado, turma de 2011/2015.
2 Faculdades Integradas de Aracruz (FAACZ). Curso de Arquitetura e Urbanismo. Especialista em Gestão Ambiental, Professor da disciplina Projeto Integrado, turma 2011/2015.
No caso de dependência química (drogas e álcool) também se faz presente o CAPSad, realizando atendimentos apenas durante o dia.
Este problema deve ser estudado e tratado com o maior conhecimento técnico, o mesmo motivado e intensificado por responsabilidade da causa e do caso. O intuito é propor uma mudança em forma de assistência para essas pessoas e suas necessidades, garantindo que cada brasileiro possa receber o melhor tratamento em questão.
O caráter crônico da dependência química torna necessário um suporte terapêutico de longo prazo, direcionado à aquisição da abstinência, e ao fortalecimento do indivíduo nas esferas da vida, prejudicadas pela instalação da dependência, como: trabalho, moradia, lazer, rede social, relações familiares, sistema judiciário, entre outras.
Conhecer as diferentes partes que integram a edificação de tratamento, em todos os seus aspectos (operacionais, dimensionais, infra-estrutura, ambientes e relacionais), é, a nosso ver, uma das principais ferramentas com que conta o arquiteto para produzir uma arquitetura hospitalar de qualidade. Toledo (2003 apud Koth, 2013)
A recuperação de um paciente exige um espaço adequado para sua reabilitação, ou seja, um espaço bem projetado, com um sistema adequado e inovador com luzes e cores, que são de extrema importância para a aplicação do mesmo.
2. O Comportamento Humano sob Influência do Espaço
Silveira (2008) diz que estudos feitos sobre o comportamento humano com a influência do espaço, mostram que os espaços arquitetônicos podem ter relações positivas e negativas sobre o comportamento de pessoas, e que por isso cada ambiente deve ser muito bem planejado para que quando o projeto for posto em prática, que este atinja seus objetivos.
Às vezes, alguns pormenores como a iluminação do ambiente, a cor da parede, a altura do pé-direito, peitoril de janela e a sua disposição, localização de móveis, estes dentre outros, em um ambiente podem mudar completamente a sensação da pessoa neste espaço, o seu comportamento e suas reações.
O ambiente fornece ao homem sensações diversas e aguça os seus sentidos, alguns deles são: a visão, audição, olfato, além do equilíbrio. E cada espaço deste ambiente, deve ser muito bem planejado para exercer suas funções da maneira mais produtiva, de modo que o trabalho realizado naquele espaço seja beneficiado por escolhas arquitetônicas corretas. “O homem tem necessidade de adquirir relações vitais com o ambiente que o rodeia para dar sentido e ordem a um mundo de acontecimentos e ações”. Carslade (2001 apud Silveira, 2008).
No caso de um Centro de Reabilitação de Dependentes Químicos, as preocupações são várias, já que se trata de pessoas com problemas variados quanto ao seu estado psicológico, físico e mental, por isso, cada ambiente tem que ser planejado de maneira que atenda às necessidades do Centro.
O processo de construção da percepção ambiental é complexo e dinâmico, o cérebro internaliza constantemente imagens do exterior criadas a partir do ambiente físico e reinterpretadas pelo histórico, cultura e aspectos sociais da ocasião. Assim, as pessoas criam filtros na realidade em que vivem, o observador seleciona, organiza e confere significado ao que está sendo observado o que lhe permite estruturar e identificar o ambiente. Kuhnen, (2011 apud Liao, 2012)
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