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CONEXÃO DA CARTA DE ATENAS COM OS 4 PONTOS DE BRASÍLIA

Por:   •  6/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.609 Palavras (7 Páginas)  •  2.027 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO ASSIS GURGACZ

CAROLINE SOUZA ROMÃO

RENATA GIUSTTI

CONEXÃO DA CARTA DE ATENAS COM OS 4 PONTOS DE BRASÍLIA

CASCAVEL

2016

INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta uma conexão da Carta de Atenas, um modelo de arquitetura progressista, seguindo seu plano de quatro funções essenciais para o bom funcionamento de uma cidade, com os quatro pontos de Brasília. Ao analisar as relações espaciais nas quatro escalas identificam-se dinâmicas urbanas e paisagens específicas, responsáveis pela configuração sócio espacial da cidade.


A CARTA DE ATENAS

A Carta de Atenas é um documento de compromisso, datado de 1933, assinado por grandes arquitetos e urbanistas internacionais do início do século XX, entre os quais se destaca Le Corbusier.

Ao dar linhas de orientação sobre o exercício e o papel do urbanismo dentro da sociedade, serviu de inspiração à arquitetura contemporânea.

No início do século XX, começaram a ter lugar uma série de reuniões e conferências com o objetivo de identificar os itens fundamentais que dariam forma a uma concepção comum do conceito de cidade. Dessa forma, urbanistas e arquitetos de renome fizeram um diagnóstico da situação das cidades, identificando debilidades e problemas, bem como as respetivas soluções. Foram redigidas normas a respeitar a partir de um diagnóstico prévio. O grupo de especialistas analisou 33 cidades de diferentes latitudes e climas do mundo de forma a responder aos problemas causados pelo rápido crescimento dos centros urbanos, nomeadamente, devido à mecanização e às mudanças nos sistemas de transportes. Considera-se que a Carta de Atenas assentava em quatro funções básicas na cidade: habitação, trabalho, diversão e circulação.

Habitação

A Carta de Atenas determina que deve haver limites na sua densidade. Com o crescimento das cidade e o aumento da densidade populacional, ocorre uma expansão descontrolável, e junto a isso a população é privada de certos elementos indispensáveis: o sol, o espaço e a vegetação.

Para uma qualidade de vida aceitável cada moradia deva receber insolação mínima, afastamento satisfatório das vias e espaço verde.

As construções mais elevadas devem ter sua altura previamente determinada, e mesmo assim devem obedecer um afastamento significativo, para que entre elas o solo esteja liberto para áreas verdes, é necessário estabelecer um limite para a superfície que será construída e a superfície que estará livre.

Trabalho

A expansão inesperada do maquinismo rompeu a situação harmoniosa entre a moradia e a oficina, situadas uma perto da outra. O que transformou a fisionomia das cidades, quebrou as tradições seculares do artesanato e deu origem a uma nova mão de obra anônima e instável.

Contendo nessas cidades as instalações das fábricas, gerando incômodos e doenças por espalharem poeiras e ruídos. Instaladas na periferia e longe desses bairros, elas condenam os trabalhadores a percorrer diariamente longas distâncias em condições cansativas de pressa e de agitação, fazendo-os perder inutilmente uma parte de suas horas de lazer.

A solução segundo á carta é de que a cidade industrial se estenderá ao longo do canal, estrada ou via férrea ou, melhor ainda, dessas três vias conjugadas. Onde ela poderá alinhar, à medida em que se desenvolve, seu próprio setor habitacional, que lhe será paralelo. Uma zona verde separará este último das construções industriais. A moradia inserida desde então em pleno campo, estará completamente protegida dos ruídos e das poeiras, mantendo-se a uma proximidade que suprimirá os longos trajetos diários.

Diversão

Deve ser estabelecido um programa de entretenimento abrangendo atividades de todo tipo: o passeio, solitário ou coletivo, em meio à beleza dos lugares; os desportos de toda natureza: tênis, basquete, futebol, natação, atletismo; os espetáculos, concertos, teatros ao ar livre e torneios diversos. Enfim, são previstos equipamentos precisos: meios de transporte que demandem uma organização racional; locais para alojamento, hotéis, albergues ou acampamentos e, enfim, não menos importante, um abastecimento de água potável e víveres, que deverá ser cuidadosamente assegurado em toda parte. O homem necessita usufruir tanto dos elementos naturais já existentes ao seu redor, como das áreas de lazer construídas, para assim garantir sua qualidade de vida.

Circulação

Deve-se realçar o aspecto vertical das cidades de forma a permitir maiores e mais amplas superfícies verdes, além de proporcionar mais vias de circulação e mais espaços úteis à recreação.

A menor distância entre dois pontos é uma reta, logo, as vias de circulação devem ser paralelas. Os veículos estão ficando cada vez mais velozes e perigosos, logo, deve-se fazer uma via separada para cada tipo de circulação (pedestres, automóvel, ônibus, veículos pesados, ferrovias), de forma a evitar maiores transtornos. As distâncias entre os cruzamentos das ruas são muito pequenas, a circulação tronou-se hoje uma função primordial da vida urbana. Ela pede um programa cuidadosamente estudado, que saiba prever tudo o que é preciso para regularizar os fluxos, criar os escoadouros indispensáveis e chegar, assim, a suprir os engarrafamentos e o mal-estar constante de que são a causa.

CONEXÃO DE BRASÍLIA

 Inaugurada no dia 21 de abril de 1960 considerada um marco do urbanismo moderno brasileiro. Projetada pelo Urbanista Lúcio Costa (Plano Piloto) e teve seus prédio projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer.        

A construção de Brasília uniu o desenvolvimento tecnológico e econômico pelo qual o país estava passando com a necessidade de ocupação do cerrado e com o processo de construção de uma identidade nacional.

A inovação da proposta de Lucio Costa foi o zoneamento da cidade a partir das diferentes interações humanas com o espaço. A cidade está dividida basicamente em três setores: de lazer e comércio, de moradia (com pequenos equipamentos urbanos) e o centro cívico-administrativo do país. A partir de dois eixos, que se cruzam inicialmente em ângulo reto, e depois um deles se arqueia para melhor adaptar-se a topografia, surge o traçado urbano da cidade. No Relatório do Plano Piloto (1957), Lucio Costa ainda não utiliza o termo escala para o zoneamento que ele faz da cidade. Ele faz referência a diferentes setores: setores residenciais, setor central de diversões, setor bancário-comercial e setor municipal. 

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