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Camilo Boito - Os Restauradores

Por:   •  21/11/2016  •  Resenha  •  366 Palavras (2 Páginas)  •  2.190 Visualizações

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RESENHA – OS RESTAURADORES – CAMILLO BOITO

O livro “Os Restauradores” de Camillo Boito deriva de uma conferência da Exposição de Turim, em 1884.

Nesse texto, o autor expõe seus pensamentos quanto às diferenças existentes entre os conceitos de “conservação” e “restauração”. A restauração deve ser realizada sempre com cautela, limitando-se ao mínimo necessário, devendo-se prevalecer a conservação vista como obrigação de todo “governo civil” e todo “homem não ignorante”. Boito passa a discursar sobre as diversas abordagens e formas de restauração no mundo das artes, como a escultura, a pintura e a arquitetura.

Durante o século XVI, houve uma intensa atividade de restauração das esculturas da Antiguidade Clássica e as más restaurações são facilmente reconhecidas, visto que destoam da obra original. Dessa forma, Boito não aconselhava que intervenções fossem realizadas, correndo o risco de deterioração da obra e o desvio do conceito original imaginado pelo autor e ainda admira que obras como a Psique exposta no Museu de Nápoles tenha sido encontrada com a ausência de vários membros, dando espaço para que a imaginação do observador a complemente.

Na pintura, o papel de um restaurador deve ser o de tratar uma obra com o cuidado e a precisão de um cirurgião, analisando a situação da madeira e da trama e trabalhando com muita delicadeza. Nessa arte, a intervenção do restaurador pode ocorrer de maneira tão intensa que muitos detalhes originais da obra são alterados com pinceladas. Para evitar que isso ocorra, deve haver a compreensão de contentar-se com o mínimo possível, parar as intervenções ainda a tempo.

A respeito da arquitetura, Boito afirma ser difícil operar, mas fácil refletir quanto à restauração de monumentos. Comenta sobre as correntes de pensamento de Viollet Le Duc que acreditava que restaurar um edifício significa reintegrá-lo em um estado completo nunca antes existido em um dado tempo. Para o autor, essa teoria é repleta de perigos visto que libera a falsificação do antigo.

Por fim, nas restaurações arquitetônicas deve ser realizado o impossível para conservar no monumento o seu aspecto pitoresco e caso sejam necessários complementações e adições, estes não devem tentar aparentar aspecto antigo, mas diferenciar-se com características condizentes com o seu período de construção.

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