Cidades Barrocas
Por: arqeurb • 15/9/2015 • Resenha • 852 Palavras (4 Páginas) • 1.425 Visualizações
As cidades barrocas
Nos primeiros decênios do século XVII, a crise econômica, a crise da classe dirigente renascentista e a formação da pesquisa cientifica moderna fazem mudar os métodos da projeção urbana. A nova classe dirigente – os reis com sua corte e seus funcionários, os novos ricos, nobres ou burgueses, o novo clero. Surge uma nova organização de trabalho artísticos a partir dos grandes centros de produção e de consumo. O novo plano distinguia-se da formalidade medieval mais antiga pelo uso de linhas retas e unidades regulares de quarteirão, sempre que possível de dimensões uniformes, exceto onde as ruas diagonais transformaram os quarteirões em polígonos irregulares. A nova ordem era definitivamente extrovertida: caracterizada pela praça aberta ou cercada, com suas avenidas e ruas irradiantes, atravessando imparcialmente antigos emaranhados e novas redes, movendo-se para o horizonte sem limite. Todas as principais avenidas conduziam ao palácio. “A monotonia estética das avenidas uniformes, com seus edifícios uniformes. ” Não importa o que mais pudesse significar, o plano barroco representava a conquista militar do espaço.
A subordinação do conteúdo da vida urbana à forma exterior era típica da mentalidade barroca. Se a topografia era irregular, o terreno devia ser aplainado, não importava o custo em materiais e mão-de-obra, simplesmente para fazer funcionar o plano: a avenida não desviará o seu curso nem alterará em nada a sua largura. As novas praças, na verdade, atendiam a uma nova serie de necessidade da classe superior, eram originariamente construídas para famílias de aristocratas ou de mercadores.
No livro História das Cidades de Benevo o capítulo “As capitais da Europa Barroca”, borda as principais capitais europeias e a influência que as mesmas exerceram sobre as demais cidades do continente. Dentre essas as mais relevantes Paris e Londres.
Paris era dividida em três: cite, université e ville. No século 16 a cidade começa a se desenvolver mais rapidamente, até que de 1589 a 1594 a cidade passa por um estado de sítio e tem muito de sua arquitetura destruída, deixando a oportunidade de reconstrução do traçado urbano com influências mais condizentes com a época. A partir desse momento nasce efetivamente o urbanismo francês, coordenado pelo Governo, que ampliou muros de divisa, alargou ruas e vias, construiu novos edifícios, etc. A cidade crescia cada vez mais, e em 1610 o Governo já não consegue manter em suas mãos o controle das ações urbanísticas, passando à iniciativa privada essa função.
Ao mesmo tempo as residências dos mais abastados se afastavam cada vez mais do centro da cidade, levando à periferia da cidade palácios com visual influenciada por valores racionalistas, regulares e geométricos, com efeitos de perspectiva e volume (principalmente nos jardins).
De 1661 a 1715 o Rei francês promoveu medidas modelo a serem seguidas pelas demais cidades. Boulevards foram criados, a cidade se “abriu” e a periferia era cada vez mais ocupada pelos nobres. Esse foi o principal fator para a criação de Versailles, que era uma mini-capital localizada no campo. Versailles acumulava edifícios administrativos e de poder nobre; não tinha a pretensão de servir de moradia popular. A mini capital servia como complemento de Paris e se tornou símbolo de poder e modelo de urbanismo e efeitos visuais para a Europa e América.
Londres
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