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ESTUDO DE CASO - Centro Cultural Gabriela MInistral

Por:   •  11/3/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.319 Palavras (6 Páginas)  •  322 Visualizações

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Teorias e Práticas da Reconstrução

Mariana Luiza Paludo

Ampliar, Inserir, Grafar

Neues Museum. Projeto orginal: 1843 - 1855. Restauro: 1993 - 2009

David Chipperfield

Nascido em 18 de dezembro de 1953, em Londres, Reino Unido, David Chipperfield forma-se Arquiteto em 1976 na Kingston School of Art, em Londres, e logo depois de formado ele começa a trabalhar em escritórios de grande renome na Arquitetura Internacional, como Norman Foster, Richard Rogers e Douglas Stephen. Assim, em 1984, funda o David Chipperfield Architects, em Londres, estando em seu comando desde então. Chipperfield logo ganha destaque no cenário arquitetônico mundial, por sua arquitetura moderna, que mistura perfeitamente o antigo com o novo, através de projetos criativamente muito bem elaborados em formas elementais.

Trabalhou em diversas escolas, como na Staatliche Akademie der Bildenden Künste, em Stuttgart, na Alemanha, entre 1995 e 2001. E em 2008 obtém o título de Doutor Honorário na Universidade de Kingston, no Reino Unido. Chipperfield acredita que a arquitetura deve ser para a cidade, sempre coexistindo com seu entorno, considerando sempre sua história e cultura. Por uma incrível capacidade de realizar projetos criativamente muito bem elaborados em formas elementais, David possui uma lista de prêmios e menções honrosas, dentre eles o Prêmio Stirling, o prêmio Mies Van der Rohe, a medalha de ouro RIBA, entre outros.

David Chipperfield (2010, Em: http://www.ludwig-rauch.com/works/david-chipperfield/)

Localizado na famosa Ilha dos Museus (fig. 1), em Berlim, o projeto inicial do museu data o ano de 1824, e possui um grande significado histórico. A obra original de Friedrich August Stüler, o Neues Museum (fig. 2) foi construído entre 1841 e 1859, para ser uma extensão a sul do Museu Altes de Schinkel, e foi projetado para promover uma apreciação da antiguidade clássica.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade de Berlim foi bombardeada deixando não só a cidade em um estado totalmente degradado, mas, consequentemente algumas alas do museu. O local onde encontrava-se a escadaria central fora destruído (fig. 3), assim como a área noroeste e a cúpula sudeste (fig. 4), os estragos foram tantos que apenas dois terços do museu ficaram em pé (fig. 5)

Ficou abandonado, para a natureza tomar conta, pois a Ilha dos Museus estava localizado na área oriental de Berlim, sendo assim o governo não tinha qualquer intenção de restaurar ou reabilitar o espaço, ficando assim até a queda do Muro de Berlim, 1989, quando ocorre a unificação de Berlim. Então, no ano de 1997, a equipe David Chipperfield Architects, junto a colaborações de Julian Harrap, ganha o concurso internacional para intervir e reabilitar o Neues Museum.

Assim o principal objetivo do atelier era o da ‘restauração complementar’. Queriam então preservar as ruínas do museu e restaurar o que era possível, e o que não tinha a possibilidade de restaurar, eles iriam reconstruir, entretanto adotando linhas simplificadas e uma diferenciação entre o original e o novo. Pode-se ser observado na reconstrução da fachada (fig. 6), ao qual observa-se claramente o novo e o antigo, através, principalmente, das linhas simplificadas e diferença de materialidade.

O plano de restaurar o Neues Museum surge após a reunificação da Alemanha, a partir de um concurso público, tendo como objetivo apenas recuperar o prédio. Entretanto a população não aprova essa ideia e aclama pela reconstrução igual ao original, de Friedrich August Stüler.

Apoiando-se nos postulados da Carta de Veneza de 1964, a intenção do arquiteto sempre foi de manter a estrutura original e realçar o contexto espacial e a originalidade das peças, fazendo com que o novo sempre reflita o passado, mas nunca o imitando ou querendo substituí-lo. E como o próprio arquiteto afirmava, ele considerava que o que restava da ruína, poderia ser facilmente reposto.

O principal destaque na obra de restauro de Chipperfield se da pelo fato de que o arquiteto nunca pretendeu de fato restaurar o edifício original, mas sim melhorar sua ruína, seus espaços e sua materialidade, limitando-se ao que é e como é conhecido, não apenas por hipóteses (fig. 7 e 8).

Para realizar o restauro, ele opta por uma clara diferenciação entre o original e o restauro. Escolhe também por não apenas diferenciar o restauro pela materialidade e textura, mas também adotando linhas mais simples e leves, não prendendo-se aos detalhes e ornamentos do edifício, mas busca a essência do monumento através da volumetria e da geometria original.

Esse objetivo de David fica claro na fachada de estilo neoclássica, na torre do lado direito percebe-se o edifício original, com um grande nível de elaboração e detalhamento, já no lado oposto percebemos a mudança linguagem que o arquiteto elaborou, com linhas simples e fazendo o uso e outra materialidade (fig. 9).

Uma das evidências de que Chipperfield segue os postulados da Carta de Veneza é que ele salvaguarda tanto o monumento quanto suas evidências históricas, observa-se isso pois ele deixa aparente as marcas de balas (fig. 10), da Segunda Guerra Mundial, nas paredes, quase como se convidasse o visitante a relembrar a história do local.

O arquiteto afirma também que compreendeu a memória que o museu, como uma instituição e espaço. Precisou estabelecer

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