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FICHAMENTO DO LIVRO: OS NOVOS PRINCÍPIOS DO URBANISMO

Por:   •  21/5/2017  •  Resenha  •  3.024 Palavras (13 Páginas)  •  3.445 Visualizações

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OS NOVOS PRINCÍPIOS DO URBANISMO – François Ascher

  • CIDADE: agrupamentos de população que não produzem os seus próprios meios de subsistência alimentar
  • CRESCIMENTO DAS CIDADES:
  • Desenvolvimento dos meios de transporte
  • Armazenamentos dos bens necessários para abastecer populações crescentes em qualquer estação do ano.
  • SISTEMA BIP (história das técnicas de transporte e estocagem de (b)ens, (i)nformações e (p)essoas. 0
  • FATORES DE MODERNIZAÇÃO DAS CIDADES: (DINÂMICAS ANTROPOLÓGICAS)
  • Individualização
  • Racionalização
  • Diferenciação social
  • FASES DA MODERNIZAÇÃO DAS CIDADES
  • Primeira Modernidade / Alta Modernidade / Tempos Modernos
  • Da idade Média a Revolução Industrial.
  • Transformação do pensamento e do lugar da religião na sociedade.
  • Desenvolvimento das ciências, expansão progressiva do capitalismo mercantil e logo em seguida o industrial
  • O novo poder do Estado aparece de forma monumental
  • Segunda Modernidade / Média Modernidade
  • Revolução Industrial
  • Produção de bens e serviços, subordinado as lógicas capitalistas
  • Pensamento técnico ocupando lugar central na sociedade
  • DUAS PRIMEIRAS REVOLUÇÕES URBANAS
  • A cidade do renascimento e dos tempos modernos
  • A cidade medieval deu lugar a uma cidade “clássica”
  • Formação do Estado-nação, expansão dos territórios, mobilização das novas ciências e técnicas e autonomia nascente dos indivíduos.
  • A arquitetura integra valores e novas técnicas, sem desprezar antigas referencias, assumindo novas liberdades, notadamente com o barroco.
  • Esta cidade é moderna porque é concebida racionalmente por indivíduos diferenciados, as referencias dos seus criadores à tradição não são atos repetitivos, mas refletem escolhas racionais com diversas motivações. Cristaliza a ambição de definir o porvir, de dominar o futuro, de ser o marco espacial de uma nova sociedade.
  • A PRIMEIRA MODERNIDADE E SUA REVOLUÇÃO URBANA SUSCITARAM NOVAS CONCEPÇOES, CLASSIFICADAS COMO PALEOURBANISMO, E AS PRIMEIRAS UTOPIAS.
  • A cidade da revolução industrial
  • A revolução industrial desencadeou um crescimento espacial acelerado, gerando, ao mesmo tempo, um grande empobrecimento de uma parte das populações urbanas.
  • Adaptação das cidades as novas exigências da produção, do consumo e das trocas mercantis.
  • Mobilização cientifica e técnica para aumentar a rentabilidade no transporte e o armazenamento de bens, informações e pessoas.
  • Evidenciação da desigualdade social. Fordismo. Trabalho feminino assalariado. Compra semanal – ampliação dos deslocamentos. Bairros monofuncionais
  • Estado do bem-estar e diversos serviços públicos colaboraram para estruturação das cidades (rede de linhas de transporte coletivo, de escolas, de hospitais, de banheiros públicos, postos de correio, equipamentos esportivos, etc.
  • Planejamento racional das cidades, ordenar, predefinir e estimular a expansão periférica e a renovação.
  • A SEGUNDA MODERNIDADE E SUA REVOLUÇÃO URBANA PRODUZIRAM OS MODELOS E DERAM NOME AO URBANISMO.
  • TERCEIRA MODERNIDADE
  • Baixa Modernidade / Pós-moderna / Sobremodernidade
  • Século XXI
  • Modernização reflexiva: sociedade mais racional, mais individualista e mais diferenciada.
  • Novos procedimentos científicos e maior utilização das ciências e das técnicas.
  • Instrumentos da ação reflexiva:
  • Teoria dos jogos e das escolhas limitadas
  • Influenciaram consideravelmente a economia, sociologia, ciência politica. Evidenciaram que os meios para atingir um fim podiam assumir uma multiplicidade de formas, mesmo em situações incertas.
  • Importância para desenvolvimento da ciência que serviu de base para informática, na economia e no planejamento.
  • Ciências Cognitivas
  • Abre perspectivas sobre a possibilidade de explicar mecanismos do pensamento, de multiplicar suas possibilidades, de criar quase sujeitos
  • Teoria da complexidade, do acaso e do caos
  • Abordagens advindas de reflexões matemáticas e físicas sobre o caos, o acaso, os fractais, as bifurcações, a autogestão, que se difundem, hoje em dia, em diversos e variados campos científicos, para além da física e da biologia, direta ou metaforicamente. Contribuindo para renovação das formas de representação e de modelização, abrindo perspectivas consideráveis em termos de simulação.
  • Feedback: retroação que permite modificar aquilo que precede por aquilo que segue. Dispositivo de regulação das causas pelos efeitos, que implica um conhecimento e uma avaliação permanentes dos efeitos das ações.
  • RISCO: perigo eventual mais ou menos previsível e mensurável. Um risco pode ser potencial (hipotético) ou concreto. Difere-se do perigo que é o que ameaça ou compromete a segurança, a existência de uma pessoa ou coisa. O risco aumenta com o processo de modernização, pois o perigo e o conhecimento que ele produz são maiores.
  • DESLOCAÇÃO: enfraquecimento progressivo das comunidades locais. O local deixa de ser o lugar obrigatório da maioria das praticas sociais nos diversos campos do trabalho, da família, do lazer, da politica, da religião, etc.
  • GLOBALIZAÇÃO: se destaca por não se tratar somente da movimentação de homens, capitais, matérias-primas e mercadorias, e efetiva através da organização do processo de produção em uma escala internacional e por uma mobilidade generalizada.
  • Amplia a diferenciação social através de uma diferenciação territorial.
  • Contribui para diferenciação cultural pois amplia o espectro sobre o qual os indivíduos, grupos e organizações podem realiza suas escolhas e desenvolver suas particularidades.
  • HIPERTEXTO: é o procedimento que permite “clicar “sobre uma palavra de um texto e acessar essa mesma palavra em uma serie de outros textos. Em um hipertexto, cada palavra pertence simultaneamente a vários textos; em cada um deles participa na produção de sentidos diferenciados interagindo com outras palavras do texto, porem segundo sintaxes que variam eventualmente de um autor para o outro.
  • Do capitalismo industrial ao capitalismo cognitivo
  • As sociedades ocidentais começaram a sair do industrialismo, ou seja, de um sistema econômico fundamentalmente baseado na indústria, definido como “o conjunto de atividades econômicas que tem por objetivo a exploração das matérias-primas, das fontes de energia, e de sua transformação, assim como os produtos semielaborados e bens de produção ou de consumo”; e que estão entrando em uma economia cognitiva, baseada na produção, apropriação, venda e uso de conhecimentos, informações e procedimentos.
  • NOVA ECONOMIA: engloba os setores de produção de novas tecnologias da informação e comunicação (hardware e software), a net-economia, e mais amplamente a economia cognitiva.  Uma economia cada vez mais reflexiva.
  • Incorpora o progresso das ciências técnicas: mediante o desenvolvimento de maquinas cada vez mais sofisticadas, que integram um sem-número de tecnologias de informação e comunicação, empregando uma mão de obra globalmente mais qualificada em tarefas cada vez menos repetitivas, recorrendo a métodos de gestão que exigem uma informação rápida e abundante para enfrentar as maiores incertezas e as escolhas mais complexas.
  • Mais individualizada, tanto em matéria de consumo quanto de produção.
  • A TERCEIRA REVOLUÇÃO URBANA
  • A TERCEIRA MODERNIDADE E SUA REVOLUCAO URBANA FIZERAM EMERGIR NOVAS ATITUDES DIANTE DO FUTURO, NOVOS PROJETOS, MODO DE PENSAR E AÇÕES DIFERENCIADAS; É O QUE CHAMAREMOS DE “NEOURBANISMO”OU DE NOVO URBANISMO.
  • Essa evolução foi considerável nas praticas dos cidadãos, nas formas da cidade, nos meios, motivos, locais e horários de deslocamentos, das comunicações e das trocas, nos equipamentos públicos e serviços, na tipologia dos lugares urbanos, nas atitudes em relação a natureza, ao patrimônio, etc.
  • Características da terceira revolução urbana moderna:
  • METAPOLIZAÇÃO: duplo processo de metropolização e de formação de novos tipos de territórios urbanos, as metápoles.
  • Induz a um duplo processo de homogeneização e de diferenciação: homogeneização, porque os mesmos autores econômicos estão presentes com as mesmas logicas em todos os países e em todas as cidades; diferenciação, porque a competição entre as cidades se amplia, e se aprofunda, acentuando a importância das diferenças.
  • Homogeneização e diferenciação constituem o marco das políticas de desenvolvimento local e abre um campo de debate, de troca, de parceria entre os atores econômicos moveis e locais.
  • METROPOLIZAÇÃO: busca da concentração de riquezas humanas e materiais nas aglomerações mais importantes
  • Resulta principalmente da globalização e do aprofundamento da divisão do trabalho em escala mundial, que tornam necessárias e mais competitivas as aglomerações urbanas capazes de oferecer um mercado de trabalho amplo e diversificado, presença de serviços de altíssimo nível.
  • Apoia-se no desenvolvimento dos meios de transporte e estocagem de bens, informações e pessoas, e nas tecnologias que potencializam seu rendimento.
  • METÁPOLE: vastas conurbações, extensas e descontinuas, heterogêneas e multipolarizadas.
  • O bairro deixa de ser o lugar de integração das relações de amizade, familiares, cívicas, etc. O local muda de natureza e sentido: ele é cada vez mais escolhido e apenas contempla realidades sociais fragmentadas.
  • Consequências que afeiçoam a terceira revolução urbana:
  • Refundação da arquitetura institucional territorial e uma renovação das modalidades de funcionamento da democracia, em geral, e da democracia local, em particular.
  • A dinâmica da sociedade hipertexto obriga a renovação profunda das modalidades de definição dos interesses coletivos e de construção publica das decisões, tratando-se desde o interesse geral à francesa.
  • Emergência de problemas ligados ao desenvolvimento de novas formas de segregação social produzida por vários fatores:
  • Tendência de formação de guetos pobres, nos quais se agrupam, através de diferentes mecanismos econômicos, sociais e políticos, populações excluídas do desenvolvimento econômico, ou seja, rejeitadas pelas mudanças sociotécnicas.
  • Desenvolvimento dos meios de transporte oferece novas possibilidades de escolha das localizações residenciais, provocando agrupamentos em bases que podem ameaçar a coesão social e urbana.
  • Aumento na velocidade do deslocamento. Uma mesma “forca segregadora” diferencia socialmente o espaço, e leva a repensar as questões de mistura e de diversidade nas cidades contemporâneas.
  • O paradoxo da modernização é que o desenvolvimento do conhecimento e da técnica, bem como a circulação acelerada e expandida das informações, aumentam os riscos: o progresso da ciência traz consigo a emergência constantes de novos riscos relacionados à poluição, às emissões do gás carbônico na atmosfera, etc. O avanço da informação trouxe também a imediata difusão dos acontecimentos, contribuindo para a imagem de um mundo urbano pleno de perigos.
  • PRINCIPIOS DE UM NOVO URBANISMO
  • A terceira revolução urbana produz mudanças profundas nas formas de concepção, implementação e gestão das cidades. A evolução das necessidades, das formas de pensar e agir, dos vínculos sociais, o desenvolvimento de novas ciências e tecnologias, a mudança da natureza e de escala dos desafios coletivos, dão lugar, progressivamente a um novo urbanismo: o neourbanismo.
  •  Do planejamento urbano à gestão urbana estratégica:
  • Urbanismo: definia um programa de longo prazo para as cidades aplicando os princípios de organização espacial visando o enquadramento da realidade futura em um quadro predefinido. Os planos eram destinados a controlar o futuro, a reduzir a incerteza e a realizar um projeto de conjunto.
  • Neourbanismo: se apoia em atitudes mais reflexivas, adaptadas a uma sociedade complexa e a um futuro incerto. Derruba a antiga cronologia que encadeava o diagnostico, a identificação das necessidades e a elaboração eventual dos cenários, a definição de programa, o projeto, a realização e a gestão.
  • Preservar os objetivos em relação aos meios:
  • Urbanismo: assegurava a realização de seus projetos através de regras simples, imperativas e estáveis: zoneamento, funções, densidades, gabaritos etc. As regras fixavam os objetivos e maneira de atingi-los.
  • Neourbanismo: privilegia os objetivos, os resultados a ser obtidos, e incentiva os atores públicos e privados a encontrar modalidades de realização desses objetivos, os mais eficientes para a coletividade e para o conjunto de agentes. Regras incentivadoras e limitantes
  • Da especialização espacial à complexidade da cidade de redes:
  • Urbanismo: buscava resultados na economia de escala, na simplificação e na repetição das funções urbanas destinadas a espaços específicos. O zoneamento e os grandes conjuntos habitacionais exprimiam fortemente essa logica.
  • Neourbanismo: integra modelos novos de produtividade e gestão, contribuições das ciências administrativas, tecnologias da informação e comunicação.
  • Adaptar as cidades às diferentes necessidades:
  • Urbanismo: privilegia as soluções permanentes, coletivas e homogêneas, a fim de responder demandas da habitação, do urbanismo, do transporte, do lazer, do comercio. A produção em massa repetitiva do serviço permitia amortizar equipamentos custosos: mesmo serviços para todos e de forma simultânea.
  • Neourbanismo: considera o processo de individualização que marca a evolução da nossa sociedade.
  • Conceber os lugares em função das novas práticas sociais:
  • Urbanismo; desenvolveu a cidade baseada na repartição dominante, atribuindo principalmente ao “público” a responsabilidade pelos espaços externos, grandes infraestruturas e equipamentos coletivos, e ao privado a responsabilidade pela superestrutura.
  • Neourbanismo: mistura intervenções públicas e privadas sob formas diversificadas de parcerias, concessões e prestações cruzadas de serviços.
  • Agir em uma sociedade fortemente diferenciada:
  • Urbanismo: as decisões públicas, os planos com suas regras e proibições, as realizações públicas, as exceções ao direito de uso da propriedade, as desapropriações, os impostos, eram legitimados pelos interesses coletivos admitidos como superiores aos interesses individuais.
  • Neourbanismo: privilegia a negociação e o compromisso em relação a aplicação da regra majoritária, o contrato em relação a lei.
  • Requalificar a missão do poder publico:
  • Urbanismo: foi administrado pelo poder público. Assegurou a aplicação de leis, dos planos e das regulamentações, as missões de interesse geral e o bom andamento dos serviços urbanos. Proibia e controlava tanto quanto projetava, que aplicava princípios e soluções, mantinha a tendência estrutural de negar as especifidades das cidades, dos lugares e das culturas, reduzindo-os a meros cenários.
  • Neourbanismo: esforça-se em construir os problemas caso a caso, elaborar respostas especificas para cada situação. Aumenta suas possibilidades de adaptação aos contextos particulares, mutantes, incertos. Privilegia a regulação em detrimento da administração. O poder público se esforça para assegurar o funcionamento “regular” dos sistemas de atores urbanos.
  • Responder à variedade de gostos e demandas
  • Urbanismo: apoiou-se sobre uma arquitetura de formas urbanas que correspondiam à sua ideologia funcionalista e esforçou-se por generalizá-las. Desenvolveu noção de “patrimônio”.
  • Neourbanismo: propor uma variedade de formas e ambientes arquitetônicos e urbanos a uma sociedade cada vez mais diferenciada na sua composição, nas suas práticas e gostos. Oferece combinações variadas de qualidades urbanas. Fabrica cidades diversificadas, amplia as possibilidades de escolha, torna possíveis as mudanças na escala metropolitana
  • Promover uma qualidade urbana nova:
  • Urbanismo: desenvolveu um funcionalismo bastante elementar, tanto pela escolha das funções, quanto pela forma de realiza-las.
  • Neourbanismo: considera a complexidade e a variedade das práticas urbanas, respondendo a elas através de soluções multifuncionais.
  • Do governo das cidades à governança metapolitana:
  • Urbanismo: necessitava de formas de governos municipais firmes, decididas e que dispusessem de poderes fortes para ser capazes não só de impor regras e de fazê-las cumprir. Estimular as transformações de maneira espontânea.
  • Neourbanismo: deve apoiar-se nas logicas técnicas e econômicas privadas que diferem muito profundamente da cultura e lógica de operação pública.
  • NEOURBANISMO: é um caminho particularmente ambicioso, que necessita de mais conhecimento, mais experiências e mais democracia.

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