FICHAMENTO PATRIMÔNIO HISTÓRICO
Por: Wagner guerreiro • 26/3/2017 • Resenha • 1.652 Palavras (7 Páginas) • 341 Visualizações
FACULDADES PONTA GROSSA
ARQUITETURA E URBANISMO – NOTURNO
WAGNER JOSÉ GUERREIRO
FICHAMENTO DO LIVRO PATRIMÔNIO HISTÓRICO
Trabalho solicitado e apresentado à disciplina de Técnicas Retrospectivas I do Curso de Graduação de Arquitetura e Urbanismo da FACPG.
Professora:
PONTA GROSSA
2016
PATRIMÔNIO HISTÓRICO (CARLOS A. C. LEMOS)
Atualmente, está sendo cada dia mais comum se ouvir sobre patrimônio histórico, mas isso nem sempre foi desta maneira, pois a sociedade não se mostrava interessada. Mesmo assim, não se tem total conhecimento sobre o significado deste termo, que Hugues de Varine Boham, setoriza em três categorias, que são elementos pertencentes à natureza, aos conhecimentos e técnicas que são o saber e o saber fazer e também os bens materiais.
ARTEFATOS
Existem diversas formas de artefatos, que são os utensílios ferramentas, e construções que normalmente são os principais motivos de preocupação, pois são os bens visíveis e materiais. Mas isso é um ato errôneo, pois um artefato só faz sentido se estiver relacionado com o entorno, o homem, o saber e o saber fazer, pois objeto é apenas um fragmento de um grande contexto cultural, e quando inserido em seu sítio original, pode promover o entendimento da evolução cultural da população.
Construções e objetos podem ter seus usos modificados, devido à evolução da sociedade, sendo que para ter certeza de como era utilizado no inicio, deve se fazer um levantamento histórico, por meio de fotografias, narrativas, documentos e imagens que possam caracterizar as tradições e costumes.
As cidades são modificadas constantemente, sendo que as ruas, edificações e utensílios sofrem com essas alterações.
Com a industrialização, grande parte do acervo de artefatos são padronizados, havendo poucos resquícios de artigos raros, mas muitos destes artefatos só se caracterizam como históricos e entram para o patrimônio, quando participam de algum momento histórico relevante. E muitos objetos que foram guardados durante a história, são pertencentes à famílias nobres, enquanto a classe popular teve seus utensílios perdidos durante os anos, por esse motivo, não se deve basear apenas nesses bens, pois assim chegaremos a uma falha noção da memória coletiva. A fim de mudar este cenário, a arqueologia busca encontrar resquícios desses povos para poder entendê-los.
POR QUE PRESERVAR?
Qualquer forma de patrimônio deve ser protegida e conservada, que podem ser referentes ao meio ambiente e a natureza, os artefatos e ao saber, e devem ser mantidas interligadas para que não se desconfigure o caráter cultural do local.
Atualmente, a globalização tem influenciado diretamente nas culturas particulares, fazendo com que haja uma padronização de costumes que entram em moda no mundo toda, e isso deve ser tratado cuidadosamente, para que mesmo com essa influência, o patriotismo e a cultura local se mantenha e que se possa considerar a evolução da identidade cultural, sabendo preservar as diferentes fases.
Não apenas os objetos devem ser preservados, mas em conjunto com os costumes, tradições e usos, buscando se levantar os bens que possam ser mais atingidos por diversos fatores, como ação do tempo e especulação imobiliária.
Poucos tem interesse em preservar, normalmente a classe dominante tem esse costume por um ato saudosista, colecionadores por hobby e curiosidade e estudiosos por fins didáticos.
O motivo para que se preservar é garantir a compreensão de nossa memória social, preservando todos os elementos relacionados ao patrimônio cultural.
O QUE PRESERVAR
Muito do patrimônio foi perdido pois não se tinha interesse nem conhecimento sobre a importância deste ato, apenas alguns intelectuais ou colecionador se manifestava com essa atitude, mas partir do governo é um ato recente.
Em 1937, Mario de Andrade definiu o patrimônio como obras de arte separando-as em:
- ARTE ARQUEOLÓGICA/AMERÍNDIA: instrumentos de caça, de pesca, de agricultura, de uso doméstico, veículos, inscrições, rupestres, sambaquis, jazidas funerárias e elementos de paisagem, inclusive vocabulários, contos, magias e lendas.
- ARTE POPULAR: Arquitetura e folclore em geral, principalmente relacionado à etnografia.
- ARTE HISTÓRICA: bens culturais que contribuíram com a evolução nacional.
- ARTES APLICADAS NACIONAL/ESTRANGEIRA: manifestações ligadas à talha, tapeçaria, joalheria, decorações, murais, entre outras.
- ARTE ERUDITA NACIONAL/ESTRANGEIRA: todas as manifestações de arte erudita ou estrangeira.
Já o SPHAN, dirigido por Rodrigo Mello de Franco, definiu o patrimônio como “o conjunto de bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público quer por sua vinculação com fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor etnográfico, bibliográfico e artístico”.
As cidades podem ser definidas como patrimônio ambiental urbano e em 1933, Ouro Preto se tornou a 1° cidade a ser preservada, com o intuído de se conservar um grande conjunto de edificações, que abrangeu a cidade toda, suas culturas e suas tradições.
E isso varia em cada cidade, pois cada caso é específico e deve ser levantado um estudo que respeite as suas condições particulares, sempre buscando relacionar a condição atual com a que foi se estabelecida primitivamente, para se poder ter a noção das condições do sítio em que a sociedade da época se estabeleceu.
Existem três hipóteses de situação urbanísticas:
1° Traçado Urbano qualquer, com construções originais, onde os edifícios antigos formam manchas na malha urbana, como Brasília, Ouro Preto e Parati.
2° As construções não são mais originais, como as antigas ruas centrais de SP.
3° Construções antigas situadas em ruas alteradas devido intervenções modernistas, como a Avenida Getúlio Vargas no Rio de Janeiro.
De modo geral, é preciso ordenar e classificar todos os bens quem compõem um patrimônio cultural, estabelecendo regras de como e onde preservá-los.
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