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Fichamento A cidade da noite apavorante

Por:   •  14/10/2021  •  Resenha  •  729 Palavras (3 Páginas)  •  1.046 Visualizações

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NOME: Fábio Baltar Auffinger

DATA: 07/10/2021

DISCIPLINA: Teoria do Urbanismo 1

FICHAMENTO: A CIDADE DO AMANHà– capitulo 2: A Cidade da Noite Apavorante

Referência: HALL, Peter. Cidades do Amanhã: uma história intelectual do planejamento e do projeto urbanos no século XX. São Paulo, Perspectiva,1995. p.19 – 53.

RESUMO

Cidade do Amanhã é um dos livros mais conhecidos do urbanista britânico, Peter Hall. No segundo capitulo, intitulado A Cidade da Noite Apavorante, o autor apresenta a problemática da moradia das grandes capitais mundiais no final do grande século XIX, passando por Londres, Paris, Berlim e Nova Iorque – Em especial pela capital inglesa e pela cidade de Nova Iorque.

Hall começa seu capitulo apresentando o contexto vivenciado pelos trabalhadores de Londres, descrevendo em detalhes seus problemas de moradia; relatando a violência, a insegurança e a insalubridade, pela falta de infraestrutura. Outro ponto que ele apresenta desde o início é a interferência do Estado inglês no problema, que a partir da Comissão Real Britânica (1885) constatou que o problema de moradia, vinha da miséria do povo e que o estado deveria interferir para que algo pudesse ser feito em grande escala. Esse entendimento foi gerado após a realização do primeiro levantamento social moderno, de Charles Booth, a qual estipulava que cerca de 35% da população londrina era pobre, e que estas foram divididas em classes de intensidades e motivos de sua pobreza; com isso foi assimilada a relação entre pobreza e marginalidade.

Além disso, um dos pilares para busca de uma intervenção do Estado era a contensão de um medo iminente de uma revolução violenta, visto a intensificação da classe trabalhadora com as ideias marxistas.

Nos tópicos intermediários do texto, Peter Hall, apresenta brevemente as similaridades e diferenças nos problemas de outras duas capitais europeias: Paris e Berlim, e as ações tomadas por seus comandantes.

Para um fechamento do contexto europeu, o texto apresenta um fato interessante; havia um grande temor que a população urbana seria biologicamente fraca, incapaz de sua auto-reprodução, e que as cidades eram os pilares para a degradação moral da sociedade

Neste ponto, o autor liga ao outro lado do atlântico, no caso, Nova Iorque, que se estabelece como a capital dos imigrantes, mas que nesse contexto via como um tumor a industrialização e a imigração. A cidade apresentava três quintos de sua população vivendo em habitações coletivas de péssimas salubridades. Para a solução do problema Estado americano segue um caminho diferente do britânico. Basicamente regulando algumas coisas, mas deixando a cargo do interesse privado o enfrentamento real do problema.

Hell finaliza destacando a percepção de que a moradia é “fonte de múltiplos males sociais” e ressaltando o fato de que “a industrialização e urbanização criaram uma nova série de relações sociais e percepções sociais”.

CITAÇÕES

  1. Ao chegar ao seu “o que propomos fazer”, Mearns não teve dúvidas: “Temos que atentar para o fato de que sem a interferência do Estado nada de efetivo se pode realizar em qualquer escala mais ampla. E isso é um fato”13. A raiz do problema era simplesmente econômica. As pessoas viviam amontoadas porque eram pobres e, porque eram pobres, não tinham recursos para providenciar o remédio óbvio: mudar para um lugar onde o aluguel fosse mais barato (HELL, 1995 p.22)

  1. Na visão dos contemporâneos, era a moradia o cerne do problema. “A questão habitacional era o problema central de Londres nos anos 80 do século XIX”. De 1883 em diante, os jornais trimestrais e a imprenssa em geral encheram-se de advertências sobre a necessidade de reforma imediata para afastar-se a ameaça de revolução”63. (HELL, 1995 p.33)

  1. [...]medo e aversão à cidade eram fenômenos tipicamente anglo-germanicos: “poucos norte-americanos demonstraram sentir essa cáustica aversão à vida urbana que nos é dado observar em grande parte da literatura alemã; [...] Esses medos concretizaram-se abertamente e até mesmo obsessivamente na Nova Iorque de 1890. Ali, a tradicional preocupação jeffersoniana de que a cidade era “nociva à moral, à saúde e à liberdade dos homens”, um câncer ou um tumor instalado no corpo social e no corpo político, foi estimulada pela industrialização e pela imigração [...] (HELL, 1995 p.37-38)
  1. O que surgiu, em contrapartida, foi algo similar e inconfundivelmente norte-americano: em movimento voluntariado dedicado a salvar o imigrante (especialmente a imigrante) de seus próprios erros excessos, socializando-o dentro dos padrões de vida norte-americanos, e adaptando-o à vida urbana. [..] A fim de levar moralidade cristã e hábitos de asseio aos habitantes dos cortiços. (HELL, 1995 p.46-47)

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