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Fichamento cidade antiga

Por:   •  20/6/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  6.825 Palavras (28 Páginas)  •  423 Visualizações

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Faculdade Santo Agostinho

Aluna: Julie Sousa Matos.

Curso. Direito  

Turno: Noturno

Professor: Luciana

Disciplina: História do Direito.

Fichamento do Livro “A Cidade Antiga”.

Livro Primeiro.

Cap. 01 - Crenças sobre a alma e sobre a morte.

“As mais antigas gerações, muito antes ainda de existirem filósofos, acreditavam numa segunda existência além desta nossa vida terrena.” Pag. 21

“Acreditar-se-ia, então, que o espírito imortal, uma vez saída do corpo, iria dar vida a outro corpo? Não, porque a crença na metempsicose nunca consegui enraizar-se no espírito das populações greco-itálicas.” Pag. 21

“Acreditava-se que o espírito subia ao céu, para a região da luz? Também não, porque a idéia de que as almas entravam na morada celeste é de época relativamente moderna no Ocidente.” Pag. 22

“De acordo com as mas antigas crenças itálicas e gregas, não era em um outro mundo que a alma passaria sua segunda existência. Ficava bem perto dos homens e continuava a viver sob a terra, junto destes.” Pag. 22

“Acreditou-se, mesmo, durante muito tempo, que, nesta segunda existência, a alma continuava associada a corpo. Nascida com o corpo, a morte não se separava dele, pois alma e corpo encerrava-se no mesmo túmulo.” Pag. 22

“Os ritos do sepulcro mostram claramente como, quando se colocava o corpo na sepultura, se acreditava que, ao mesmo tempo, se colocava lá algo vivo.” Pag. 22

“No final da cerimônia fúnebre, era costume invocar três vezes a alma do morto, pelo nome que este havia usado. Faziam-lhe votos de vida feliz debaixo da terra. Dizia-lhe três vezes: ‘passa bem’. E acrescentavam: ‘Que a terra te seja leve’”. Pag. 22

“Derramava-se vinho no túmulo parar mitigiar-lhe a sede. Deixava-se alimentos para matar-lhe a fome. Degolava-se cavalos e escravos, pensando que estes, enterrados com o morto, o serviria no túmulo, como haviam feito durante a vida.” Pag. 23

“Dessa crença primitiva derivou a necessidade da sepultura. Para fixar-se a alma na moradia subterrânea, destinada a esta segunda vida, impunha-se, igualmente, que o corpo, ao qual a alma estava ligada, fosse recoberto de terra. Alma que não tivesse túmulo não teria morada.” Pag. 23

 “Toda a antiguidade se convenceu de que, sem sepultura, a alma viveria desgraçada e só pelo sepultamento adquiriria a felicidade para sempre. Não era para demonstrar dor que se fazia a cerimônia fúnebre, mas para repouso e felicidade do morto.” Pag. 24

“Temia-se menos a morte do que a privação de sepultura, porque na sepultura está o repouso e a bem aventurança eterna. Não nos devemos surpreender quando vemos os atenienses mandar matar aqueles generais que, depois de uma vitória no mar, negligenciaram o enterro dos mortos.” Pag. 25

“Nas cidades antigas, a lei punia os grandes culpados com castigo reputado terrível – a privação da sepultura. Punia-se, assim, a própria alma, infringindo suplício quase eterno.” Pag. 25

“O ser que vivia sob a terra não se encontrava tão desprendido da humanidade que não tivesse necessidade de alimento. Por isso, em certos dias do ano, levava-se uma refeição a cada túmulo.” Pag. 26

“Descrevem  o costume de cercar-se o túmulo de vastas grinaldas de ervas e flores, colocando-se aí também bolos, frutas e sal sobre os quais se vertia leite, vinho e algumas vezes o sangue de uma vítima.” Pag. 26

“Entre os gregos, diante de cada túmulo, existia sempre o lugar destinado à imolação da vítima e à colocação da carne. O túmulo romano tinha mesmo a sua culina, espécie de cozinha de aspecto singular e unicamente destinada ao uso do morto.” Pag. 27

“Essas crenças são muito antigas e apresentam-se-nos como falsas e ridículas. No entanto, exercem influência sobre o homem durante muitas gerações e governaram as almas.” Pag 28

Cap. 02 – O culto aos mortos.

“Essas crenças desde os mais remotos tempos, deram lugar a regras de conduta. [...] O cuidado de levar alimentos aos mortos não esteve à mercê do capricho ou aos sentimentos variáveis dos homens: era obrigatório. Assim se estruturou toda uma religião da morte, cujos dogmas cedo desapareceram, continuando, no entanto, seus ritos até o advento do cristianismo.” Pag. 29

“No pensamento deles, cada morto era um deus.” Pag. 29

“ Não era mesmo necessário ter sido homem virtuoso; tanto era deus o homem mau como o homem de bem, mas somente o mau carregaria, na segunda existência, todas as más inclinações que ele tinha tido na primeira vida.” Pag. 29

“Os túmulos eram os templos dessas divindades.”Pag. 30

“Encontramos esse culto dos mortos entre os helenos, latinos, sabinos e etruscos, como o encontramos também entre as árias da Índia. Os hinos do Rig-veda fazem-lhe menção. O livro das leis de Manu fala desse culto como o mais antigo culto professado pelo homem.” Pag. 30

“ Ao deixarem de oferecer a refeição fúnebre aos mortos, estes saíam dos túmulos. [..] O sacrifício, a oferenda de alimentos e a libação faziam-nos voltar ao túmulo e garantiam-lhes o repouso e os atributos divinos. O homem ficava, então, em paz com os mortos.” Pag. 32

“Foi talvez pela visão da morte que o homem pela primeira vez teve a idéia do sobrenatural e quis esperar do lado de lá o que via aqui. A morte foi o primeiro mistério: ela colocou o homem no caminho dos outros mistérios.” Pag.33

Cap. 03 – O fogo sagrado.

“A casa do grego ou do romano tinha um altar. Neste, devia haver sempre um pouco de cinza e carvões acesos. Era obrigação sagrada do dono de cada casa conservar aceso o fogo, dia e noite. [...] O fogo só deixava de brilhar sobre o altar quando toda família houvesse morrido; ‘ o fogo extinto, família extinta’, eram expressões sinônimas entre os antigos” Pag. 34

“Não lhes era permitido alimentar o fogo com qualquer espécie de madeira. A religião distinguia entre as árvores as espécies que podiam ser empregadas com este fim e as cujo uso era impiedade.” Pag. 34

“Esse fogo era qualquer coisa de divino. Adoravam-no, prestavam-lhe verdadeiro culto. Davam-lhe, como oferenda, tudo quanto julgavam pudesse agradar a um deus: flores, frutas, incenso e vinho. [...] Assim, via-se no fogo o deus benfazeno conservador da vida do homem, o deus rico, alimentando-o com os seus dons, o deus forte, protetor da casa e da família” Pag. 35

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