Fichamento Espaço Intra Urbano _ Flávio Villaça

Fichamento: Espaço Intra-Urbano no Brasil - de Flávio Villaça

Capítulo 2 – Espaço Intra- Urbano: esse desconhecido

(Pág. 22) Especificidades do Espaço Intra-urbano

Para Villaça, a localização urbana envolve deslocamentos de produtores e consumidores entre locais de moraria e os de produção e consumo. Dito isso, pode se distinguir dois tipos de espaço: do objeto, que não envolve deslocamento e da localização, que envolve deslocamento. No espaço da localização as relações se dão pelo transporte, comunicação e disponibilidade de infraestrutura; No espaço do objeto as relações são visuais ou por contato direto.

Localização Urbana possui dois atributos:

1. Rede de Infraestrutura;
2. Transporte de Pessoas, energia e mercadoria, sendo que o de pessoas é o que domina a estruturação do espaço intra urbano.

As condições de deslocamento de pessoas, associadas a um ponto do território urbano, predominarão sobre a disponibilidade de infraestrutura. 

Condição de deslocamento depende da disponibilidade de infraestrutura. A acessibilidade é a mais vital na produção de localizações do que a disponibilidade de infraestrutura. 

Os produtos específicos resultantes da produção do espaço intra-urbano é a localização dos objetos urbanos (é produto de trabalho; refere-se às relações entre um determinado ponto do território urbano e todos os demais);

As formas urbanas são atributos do espaço urbano e para explicá-la deve-se considerar as relações de determinado ponto, ou conjunto de pontos, com todos os demais do espaço urbano.

(Pág. 26)Abordagem dos espaços intra-urbano e regional

Estudos da estruturação intra-urbana no Brasil: SEGREGAÇÃO (palavra-chave) - Argumento de Queiróz Ribeiro

A dinâmica de um regime de acumulação é que determina a forma de produção e transformação do espaço construído. - Argumento de Melo

(Pág. 43) Para Harvey, citado por Villaça: 

1- As relações de transporte e mobilidade do capital enquanto mercadoria: uma análise aborda apenas os espaço regional; em nenhum momento o transporte de consumidores e de "trabalhadores propriamente" é enfocado;

2- A mobilidade do capital variável e da força de trabalho: Em toda essa análise, a mobilidade do capital é variável e da força de trabalho é encarada no espaço regional, nacional ou planetário, onde, mesmo em sua mobilidade espacial, o trabalhador é "um objeto essencialmente dominado pelo capital".

Segundo Harvey, não é dada atenção ao transporte dos passageiros a importância que se dá ao transporte de carga. (intra-urbano x regional) Harvey alerta que "a força de trabalho é uma mercadoria, mas as condições que governam sua mobilidade são muito especiais. É a única mercadoria que pode trazer-se a si própria para o mercado, com suas próprias energias. Portanto o termo ‘mobilidade do trabalho’ ocupa uma posição especial no discurso econômico".

No nível intra-urbano, o trabalhador já está no "local" de trabalho. Ele tem sua localização essencialmente dominado pelo capital - segue o capital - quando, em busca de emprego, muda de cidade, de região;

No espaço urbano, para "seguir o capital", o trabalhador exige transporte de passageiro ao mesmo tempo que é esmagado pela concorrência entre classes que disputam a melhor localização (aquela que otimiza suas condições de consumo) intra-urbana.

(Pág. 44) Os deslocamentos das pessoas dominam tão violentamente a estruturação do espaço que os efeitos dos progressos nas comunicações tornam-se imperceptíveis - se é que existem.

(Pág. 45) A Tese que Villaça defende nesta obra é: para as metrópoles brasileiras, a força mais poderosa agindo sobre a estruturação do espaço intra-urbano tem origem na luta de classes pela apropriação diferenciada de vantagens e desvantagens do espaço construído e na segregação espacial dela resultante.

Capítulo 3 - Os processos espaciais de conurbação

Metrópole - Associada a importância social, econômica e cultural de um núcleo urbano.

Conurbação - Fusão de áreas urbanas. (Corresponde) área metropolitana

Área Metropolitana - conceito do "Bureau of the Census (EUA)":é aquele que nasce da contradição entre, de um lado, as cidades enquanto entes físicos e socioeconômicos e, de outro, as cidades do ponto de vista político administrativo.

(Pág. 50) "Nem sempre o crescimento espacial é contínuo. A partir de um certo tamanho, as cidades tanto crescem contínua quanto descontinuamente. Nesse caso ou ela gera novos núcleos a sua volta - como Santo André, Nova Iguaçu, Canoas - ou faz crescer núcleos antigos até então estagnados - Como São Bernardo, Carapicuíba, Viamão, Sabará".

Século XIX (Final de 1880) São Paulo tinha muitas cidades ao seu redor, as que cresceram fizeram como manifestação do crescimento de São Paulo. Esse crescimento deveu-se ao fato de essas cidades estarem em posições estratégicas (Ex.: junto a estrada de ferro para Santos);

(Pág. 51) Conurbação X Absorção

Conurbação: ocorre quando uma cidade passa a absorver núcleos urbanizados localizados à sua volta, pertençam eles ou não a outros municípios. 

Absorção: uma cidade absorve a outra quando passa a desenvolver com ela uma "intensa vinculação socioeconômica".

(Pág. 52) Núcleo Urbano = designa aglomerado urbano que apresenta um mínimo de atividades centrais, sejam religiosas, administrativas, políticas, sociais ou econômicas, ou seja, que tem vida própria, por menor que seja, organizada em torno de um centro polarizador.

Núcleo Urbano é sinônimo de "aglomerado urbano nucleado" para distinguir "aglomerado não nucleado", que será chamado de área urbana ( autor).

(Pág. 59) Quatro formas principais pelas quais tem-se manifestado o processo espacial de conurbação nas áreas metropolitanas nas últimas décadas:

1º) Constituída por núcleos que nunca chegaram a atingir plenamente a condição de cidade, pois já nasceram como subúrbio. Frequentemente são núcleos que cresceram rapidamente a partir de estação ferroviária, junto à qual se formou o pólo.

2º) Processo de absorção pela cidade central é aquela na qual o polo centra é formado a posteriori. Área Urbana.

Esse caso ocorre quando a periferia da cidade central, ou de algumas de suas grandes cidades - subúrbios, "transborda" sobre municípios vizinhos em pontos afastados de suas sedes. Às vezes esse "transbordamento" vem a formar um novo município, e polo local - inclusive com a instalação de prefeitura - só então se forma.