Fichamento MOISÉS, José A.; MARTINEZ-ALIER, Verena. A revolta dos suburbanos ou "patrão o trem atrasou".
Por: Caio Rodrigues • 16/12/2015 • Trabalho acadêmico • 800 Palavras (4 Páginas) • 610 Visualizações
FICHAMENTO
MOISÉS, José A.; MARTINEZ-ALIER, Verena. A revolta dos suburbanos ou "patrão o trem atrasou". in: MOISÉS, José A.; MARTINEZ-ALIER, Verena; OLIVEIRA, F. de; LIMA, Sérgio de S. Contradições urbanas e movimentos sociais. Rio de janeiro, Paz e Terra, 1977. (p. 13-63).
“Quebra-quebras, depredações e violência.” (p.15).
De principio o texto aborda de forma sucinta o ritual de protesto realizado pelas massas populares, tais como: as depredações, quebra-quebras e a queima de transportes. Consequências resultantes da insatisfação imediata das turbas urbanas.
“Agora está tudo tranquilo. De manhã é que isso aqui vira uma loucura. Amanhã a turma vai pegar um trem de novo, vamos ver se eles já entenderam a nossa; se não agirem direito, a gente taca fogo de novo.” (p.30).
O texto apresenta as palavras de um usuário de trem, após o quebra-quebra de Engenheiro Trindade em São Paulo (1976), para esclarecer a ação das revoltas suburbanas. Alegando que o estopim para essas ações diretas e violentas possa ser um aumento de passagem, uma paralisação e o consequente atraso de um trem, assim, acarretando consequências diretas para essas massas, como por exemplo: a perda de salário, acidentes, etc. Tais consequências impulsionaram as revoltas, que não tem como objetivo apenas depredar os próprios meios de transporte, mas sim chamar atenção e dirigir essas ações “agressivas” para as autoridades responsáveis com a expectativa de conseguir resultados concretos. Essas revoltas não têm uma construção organizatória antecipada e a escolha dos seus alvos não são aleatórias, elas respondem a anseios coletivos e reivindicam uma definição por parte dos responsáveis.
“Imediatamente procurei tirar o chapéu, a gravata e o paletó, para não ser reconhecido como funcionário da Central. Assim, pude assistir a tudo.” (p.33).
O texto apresenta também o depoimento de um funcionário, após a depredação da estação de Vila Roseli, com o propósito de esclarecer os alvos das revoltas. Relatando que esses movimentos buscam atingir diretamente o agente responsável pela gestão de serviços que lhes são oferecidos, ou seja, o próprio Estado. Acrescentando que, em virtude da relação de forças existentes, essas massas populares manifestam sua revolta depredando aquilo que está de seu alcance imediato. E que resultante da presença constante e maciça das forças repressivas, as ações de manifestação acabam que atingindo pessoas que não estão diretamente ligadas ao alvo, mas que pelo fato de fazerem parte da brigada de empregados, se tornam vitimas dessas ações.
“Nossas grandes áreas metropolitanas se transformaram, portanto, não apenas em locus da produção moderna vinculada ao capital monopolista e multinacional, mas também no espaço físico e cultural.” (p.46).
É argumentado a partir do texto que, a formação das áreas metropolitanas foi acompanhada da emergência de uma serie de contradições sociais e políticas. O desenvolvimento do capitalismo trouxe com ele o desenvolvimento do sistema produtivo, assim criando cada vez mais, novas necessidades da força de trabalho. Aumentou a demanda por serviços de infraestrutura e por um sistema de transportes coletivos mais rápidos
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