Historia da Vida Privada no Brasil
Por: JulianaMarcante • 7/6/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 1.018 Palavras (5 Páginas) • 549 Visualizações
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: (norma da ABNT)
Algranti, Leila Mezan. Famílias e vida domestica. In: HISTORIA DA VIDA PRIVADA NO BRASIL. SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1997.
- ARGUMENTO PRINCIPAL: (ideia central do texto)
A idéia se concentra em descrever como foi o período de colonização do Brasil, como eram separadas as habitações, descrevendo os espaços dos escravos, pessoas mais simples e a alta sociedade. O texto também fala sobre como surgiu a privacidade dentro das habitações e sobre as hospedagem que eram dadas aos viajantes.
- FICHAMENTO: (síntese do conteúdo do texto)
Nos primeiros séculos da colonização, a organização familiar e a vida domestica, eram influenciadas por alguns dos elementos que marcaram profundamente a formação da sociedade brasileira e o modo de vida dos seus habitantes. Como a distancia da metrópole, a falta de mulheres brancas, a presença da escravidão negra e indígena, a constante expansão do território , a precariedade de recursos e de toda sorte de produtos. Isso tudo levou a transformações de pratica e costumes solidamente constituídos no Reino.
O domicilio, portanto, se sobrepõe à família numa serie desse tipo, na medida em que as famílias, além de se constituírem a partir de diferentes tipos de uniões, encontravam-se muito frequentemente dispersas por longos períodos, características de certa forma imposta pela própria colonização.
A importância do casamento no projeto colonizador do Estado e da Igreja, embora na prática tenha sido uma instituição primordialmente da elite. O casamento sacramentado conferia status e segurança aos colonos.
A distinção clássica entre publico e privado não se aplica à vida colonial antes do final do século XVIII e inicio do XIX e, ainda assim, só de forma muito tênue, pois o privado assume conotações distintas daquelas adequadas à nossa sociedade.
A forma de morar dos colonos, apontando para as profundas diferenças existentes em tão vasto território. Elas destacam não apenas a diversidade dos materiais utilizados na construção, mas também aquela existente no partido arquitetônico, na divisão interna, na forma de morar dos mais humildes e dos privilegiados.
No campo ou na cidade, nas casas dos ricos ou dos pobres, a morada colonial não se restringia às áreas edificadas, ou à construção principal. Quintais, jardins, pomares e hortas, além de anexos, estes cobertos de telhas ou palha, eram geralmente circundados por muros baixos que delimitavam o espaço domestico.
Essas áreas destinadas ao convívio, ao cuidado dos animais e à industria domestica forneciam também produtos para a subsistência.
As grandes distancias transformaram a hospitalidade numa característica e necessidade do mundo colonial brasileiro. O viajante, contudo, não passava com facilidade do alpendre, espécie de varanda.
Quando ao lado do alpendre dianteiro havia um quarto para hospedes, era nele que guardava seus pertences.
As casa eram assim, voltadas para dentro, às vezes com pequenos jardins na frente, e era na parte dos fundos que a vida domestica se desenvolvia intensamente. Haviam poucas portas e janelas que permitiam o arejamento, levavam a família e demais ocupantes do domicilio para suas partes externas, tanto nas horas de lazer como de trabalho. Nas casas mais amplas e abastadas, o alpendre nos fundos, ou numa varanda propriamente dita, servia de espaço para as refeições. Além das áreas de serviços, o quintal podia conter a senzala e a secreta. Esta ultima era uma edificação com fins de higiene existente em algumas casas mas que consistia muitas vezes apenas num buraco na terra, embaixo do qual podiam se instalar os chiqueiros.
Assim como os jardins, as gelosias ou rótulas de treliças de madeira deram margem a interpretações sobre o confinamento feminino que tanto havia impressionado os estrangeiros em visita ao núcleos urbanos da Colônia. Colocadas nas portas e janelas, além de permitirem o arejamento, decerto as treliças de madeira escondiam um pouco o que se passava no interior dos lares. As rotulas desapareceram quando se passou a dar maior atenção à decoração dos interiores e ao conforto.
Enquanto as casas dos homens pobres e livres, no campo e na cidade, consistiam em pequenas choupanas com apenas um ou dois cômodos, nos quais se dormiam, cozinhavam e que muitas vezes abrigava um pequena oficina, as casas dos indivíduos com algumas posses dispunha de mais aposentos, geralmente enfileirados.
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