História da Arquitetura no Brasil
Por: Kelli Marques • 25/11/2018 • Projeto de pesquisa • 4.925 Palavras (20 Páginas) • 222 Visualizações
História da Arquitetura no Brasil
AULA 2
21-08-2017
Tudo é uma questão de contexto histórico, o tema é arquitetura colonial paulista, se for rigorosamente por ordem cronológica iremos ver o ciclo da cana do açúcar, arquitetura dos engenhos, etc. mas iremos adiantar e jogar arquitetura colonial paulista por dois motivos: 1º porque de fato é uma arquitetura que não deriva de algo que seja semelhante na Europa, a arquitetura canavieira é basicamente a arquitetura do engenho e o engenho de um jeito ou de outro tem lá as suas origens na arquitetura portuguesa ou na arquitetura europeia, agora a arquitetura colonial paulista é uma coisa única em termos de estratégia de programa e técnica construtiva é muito diferente da arquitetura do período do círculo do açúcar.
Vamos começar a falar para amarrar essas duas pontas, pela questão da colonização das américas, o texto base é aquele do Sergio Buarque de Holanda, o semeador e o ladrilhador. A tese dele é que de fato, existe uma diferença fundamental entre o projeto colonial espanhol e o projeto colonial português, vamos lembrar que o texto de Sergio Buarque de Holanda é da década de 30/40, de lá para cá uma coisa mudou em termos de perspectiva histórica e uma delas que é muito interessante é que de fato quem não conhece o contexto europeu desse período, inicio do sec. XVI, vai entrar nessa armadilha e pensar que de fato os espanhóis são mais organizados e o português faz tudo nas coxas. Se formos analisar sem se referir ao contexto histórico é exatamente isso, porem se levarmos o contexto histórico em consideração é uma coisa bem diferente.
→ Renascimento – sec. XVI, o período anterior era o medieval, estrutura social política e econômica era o feudalismo, estrutura social: feudal, os vassalos, camponeses, o clero. Aliança muito forte entre os nobres, e tinha a igreja. Desde tempos imemoriais a igreja cristã tem sua história, ela cristã surge com o último período do império romano do ocidente, Roma se converte ao cristianismo por conta da turbulência social que estava no período e a partir daí essa relação muito estreita entre o indivíduo estado e religião persiste na civilização ocidental desde Roma.
Quando vem a idade média o que nós temos é um parcelamento daquela sociedade política social romana, é um formação dos feudos e é obvio que a igreja cristã não some nesse processo, pelo contrário ela é peça fundamental para manter a estabilidade social, a estrutura do feudo era o castelo, que é um misto de fortificação e residência, todos os serviços imediatos ou os vassalos mais imediatos, que eram necessários para essa gente da corte estavam em volta em cidades muradas e os camponeses estavam o lado de fora do muro, e tinha uma série de fatores, enquanto você está de baixo dos olhos do senhor feudal está tudo bem, tudo sobre controle, no momento em que você tem um amplo território que deve ser defendido, você precisa de outras questões para manter uma coesão social, essas outras questões passaram especificamente pela espiritualidade e pela religião, daí essa relação estreita.
A partir de uma certa pacificação e uma certa consolidação de alguns territórios sobre domínio de determinados senhores nós já vamos ter algum desenvolvimento econômico, ou seja, no momento em que você já tem alguns feudos devidamente consolidados você já tem a figura do artesão que produz e do mercador que vai sair vendendo, esses dois ao contrário do camponês não estão presos a terra por força da própria atividade, é exatamente essa atividade mercantil que só pode acontecer quando existe uma certa pacificação de uma determinada área que vai fazer o desenvolvimento desse novo personagem da história chamado de o burguês/burguesia mercantil é o mercador que vai comprar em um lugar vender em outro recebendo lucro, ele não tem terras apenas o trabalho de deslocamento
Antes do SEC. XVI, no SEC. XV já se tinha algumas rotas comerciais bastante consolidadas, desde o séc. XII ou XIII já tinha a rota da seda bastante consolidada, era uma rota por terra que ligava a Europa até a Ásia, só que passando por pedaços bastante turbulentos em termos de segurança.
Séc. X e XI começam a se usar as cruzadas, aprendemos na literatura é que as cruzadas pretendiam levar a cristianização aos infiéis mulçumanos, vamos pensar sempre na relação estreita entre o poder político e o religioso, então o que temos é que, é obvio que, para igreja é importante expandir os seus domínios e não em termo de fé, porque a igreja também participa da questão econômica, a igreja também é uma grande proprietária de terras, então teremos as cruzadas servindo a dois propósitos: 1º expansão do território feudal, onde o período de sucessão era o trono do primogênito, o segundo iria para a igreja, o segundo terceiro e o quarto precisavam que os territórios fossem expandidos, as cruzadas servem muito bem a isso pois quando vai se tomando território e colocando a bandeira da sua família significa uma atividade de expansão geopolítica, esse é o contexto.
Ao partir do séc. XV se tem consolidadas potencias dos estados do período feudal na mão de determinadas famílias, do sangue real, são poucas famílias que mantem o poder, em termos de poder político, a partir do sangue nobre, em todo o mundo.
A partir do fim do SEC. XV teremos algumas potencias mundiais surgindo, uma delas está na península ibérica, sec. XI/X se consolida cravado no território espanhol um condado, que era um filho bastardo do rei da Espanha, esse condado deu origem a Portugal, que é o pais que mantem a mais tempo sua configuração geopolítica, já que não tinha para onde se expandir (fronteira norte e leste Espanha, fronteira sul e oeste mar).
Os primeiros imperadores de Portugal mandaram próximo ao séc. XII / XIII plantar hectares de pinhais, para fazer navios e se lançar ao mar, isso 200 anos antes.
Não era tão tosco o projeto colonial português.
De fato, que tínhamos era a potência da Espanha que dominou toda a Europa no sec. XVI / XVII (no final do século XVII perde a hegemonia) e a grande rival, a Inglaterra.
Já se sabe da existência das américas, não foi Colombo, outros povos já tinham achado terras para além do oceano. Alguém já havia chegado em um barquinho feito de couro de animal, a américa já era conhecida.
Aprendamos que Predo Alvares Cabral descobriu o Brasil por acidente no ano de 1500 pela falta de ventos no meio do oceano atlântico, que na verdade ele queria refazer a rota do Vasco da Gama.
→ Vasco da Gama foi a primeira grande tentativa de Portugal de ficar em termos de mercado mundial, buscando uma nova alternativa para a rota da seda que já tinha dono e já estava devidamente consolidada na mão de alguns nobres (Portugal não teria vez nisso) e por isso a saída seria uma rota marítima, a opção dessa rota foi costeando a África fazendo diversas fundações de núcleos populacionais daí a colônia africada de Portugal, (cabo verde, angola, minério de sal) até chegar na Índia, passando por toda a África, o que vemos é que Portugal teve que se fazer de alguma forma e em uma dessas alguns desgarrados em funções não oficiais já tinham atravessado o oceano atlântico e já estavam em terras brasileiras (portugueses) quando os portugueses chegam aqui, de fato, já se tem portugueses vivendo entre os índios, isso é importante para entendermos o processo de colonização.
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