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Igreja borrominica

Por:   •  10/7/2015  •  Seminário  •  1.695 Palavras (7 Páginas)  •  1.688 Visualizações

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AS IGREJAS “BORROMÍNICAS” DO BRASIL COLONIAL
                                        
Jonh Bury

Alana Braga

Beatriz Macêdo

Ludmila Mariano

Colonização – Espanha e Portugal

  • Os espanhóis e portugueses não se limitaram a apenas a exploração comercial das terras recém-descobertas;

  • As ordens religiosas contribuíram para a consolidação da ocupação;

  • A arquitetura utilizada pelo missionários para a construção das igrejas seguia os estilos da península ibérica;

  • Há algumas variações que distinguem a arquitetura na Espanha e em Portugal;

  • Traço básico comum na arquitetura : plantas baixas retangulares.

Igrejas coloniais vs igrejas de MG

  • As igrejas coloniais portuguesas e espanholas sofrem raras concessões barromínicas , devido a intervenção de um arquiteto estrangeiro;

  • Raridade de formas curvas nas plantas das igrejas espanholas e portuguesas;

  • Contraste com as igrejas coloniais:

monumentos barromínicos construídos

em Minas Gerais.

  • Trecho citado por Rodrigo José Ferreira Brêtas , sumarizando as principais realizações mineiras no campo da arquitetura ( trecho retirado de um artigo escrito por Joaquim José da Silva);

  • Trecho tratado de forma restrita: ausência de referências a importantes igrejas;

  • O comentário de José Joaquim da Silva se divide em duas partes :

        a primeira trata da arquitetura e construção em pedra

        a segunda de escultura e talha em madeira

Na primeira parte podem ser estabelecidos três grupos de monumentos :

        1. grandes matrizes de Vila Rica e a Catedral de Mariana

        2. três igrejas construídas por José Pereira dos Santos

        3. Várias novas igrejas, as matrizes de Caeté e Morro Grande e as igrejas franciscanas de Mariana e São João Del Rei.

 

  • A maioria das igrejas construídas nas progressões portuguesas , obedecia a um traçado padrão;

  • Estrutura elementar, semelhante a um galpão, com uma única porta de entrada, duas janelas alongadas dispostas de ambos os lados acima e um óculo na empena;

  • A fachada de composição diagonal teve seu uso generalizado nas colônias portuguesas;

  • Nas capitais coloniais , como Velha Goa e Salvador , a fachada das igrejas apresentavam uma disposição regular de vãos em carreiras superpostas.

  • Em Minas Gerais e Goiás , as capelas mais antigas possuem fachadas de composição diagonal.

  • As igrejas mineiras mantém a mesma fenestração diagonal da fachada em contraste com as igrejas do mesmo tipo em Salvador, onde se vê uma disposição horizontal das janelas , em carreiras de cinco;

  • A catedral de Mariana , uma das igrejas mineiras que sobreviveram inalteradas, é um exemplo da arquitetura maneirista;

  • Portugal e Espanha não foram as únicas nações a aceitarem tardiamente

    a arquitetura barroca.

  • Os aspectos básicos das grandes igrejas matrizes não foram alterados pelos construtores subsequentes em Minas Gerais , apesar da revolução estilística;

  • Dois bons exemplos da transição do maneirismo para o rococó foram a Igreja Matriz de Morro Grande e a da Irmandade franciscana em Mariana;

  • Em ambas as igrejas, destaca-se a inflexão da cornija sobre o óculo, conferindo-lhe um papel central na fachada;

  • A arquitetura rococó de Minas Gerais , referida como estilo Aleijadinho, aparece em sua melhor forma em quatro obras:

        1. a fachada de Nossa Senhora do Carmo em Ouro Preto;

        2.o adro do santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas;

        3.as igrejas da Ordem Terceira de

São Francisco de Assis, em Ouro Preto

e São João del Rei.

  • 1. a fachada de Nossa Senhora do Carmo em Ouro Preto : a fachada é sinuosa , de linha côncavo-convexa

   ( figura 6);

  • 2.o adro do santuário do Senhor Bom

    Jesus de Matosinhos, em Congonhas:

    traçado que alterna trechos de paredes

    convexos, côncavos e retos (figura 7);

  • A igreja franciscana de São João del Rei

    tem a fachada plana , mas a nave é oval.

  • Os maneiristas italianos foram os primeiros a explorar o uso das plantas elípticas em igrejas;

  • A planta de elipse simples alcançou grande popularidade na Europa Central;

  • O toscano Nicolau Nasoni construiu a única nave de forma oval que ainda subsiste em Portugal, a da igreja de São Pedro dos Clérigos(figura 11);

  • A igreja de São Francisco de São João del Rei

    contrasta com a igreja barroca de São

    Pedro dos Clérigos, pois na primeira o

   plano da nave constitui uma oval muito

   alongada.

  • Na igreja São Francisco de Assis de Ouro Preto , os elementos borromínicos se concentram na fachada e nas torres laterais ( figura 14);

  • O tratamento tridimensional da fachada é marcante , enfatizando a profundidade. A parte central se projeta marcadamente ligando-se a superfície convexa das torres ( figura 15);

  • O tratamento tridimensional

   é ainda acentuado pelo uso de

   colunas em vez das pilastras.

  • O elemento central da fachada de São Francisco de Ouro Preto não é a costumeira janela , em vez diz vê-se um medalhão esculpido em alto relevo (figura 16);

  • Outro aspecto importante na Igreja de São Francisco de Ouro Preto é a relação entre a fachada e as duas torres laterais , que representam uma tendência a dualidade;

  • O arranjo dos vãos , centrado no medalhão, liga uma torre a outra e ambas a fachada;

  • A forma cilíndrica das torres de São

   Francisco de Ouro Preto é a característica

   mais interessante da arquitetura

   borromínica de Minas Gerais.

  • O forte contraste entre a severa retangularidade das primeiras igrejas construídas em Minas Gerais e o rococó curvilíneo das igrejas novas recebeu atenção desde que o interesse dos brasileiros despertou para o estudo da arquitetura colonial;

  • Tem-se portanto dois estilos: uma retomada tardia da arquitetura maneirista e o rococó mineiro ou estilo Aleijadinho;

  • A igreja mais notável de Minas Gerais, a Nossa Senhora do Rosário de Ouro Preto, não pertence a nenhum dos dois estilos;

  • A igreja de Nossa Senhora do Rosário de Ouro Preto é um monumento barroco.

  • A arquitetura religiosa pré-barroca se faz representar pela igreja de Santo lldefonso e pela igreja do Menino de Deus , em Lisboa;

  • Em ambas, o interior mostra com clareza o inicio do interesse pelas complexidades do desenho espacial, mas o tratamento da fachada é estritamente maneirista;

  • Em 1732, iniciou-se a construção da Igreja de São Pedro dos Clérigos, monumento do barroco tardio.

  • Entre as características especiais da principal igreja de Minas Gerais, a igreja do Rosário , destaca-se sua planta baixa de grande originalidade, na qual a fachada arqueada e as torres redondas combinam com a nave e capela-mor  elípticas;

  • Outras características da igreja Nossa Senhora do Rosário de Ouro Preto :

 - a elevação condiz com a planta baixa;

 - a sacristia gera uma terminação retangular a edificação;

 - elementos côncavos na elevação da fachada;

 - não há decoração externa

  • A igreja do Rosário difere em vários aspectos tanto do estilo das igrejas matrizes , como do estilo Aleijadinho;

  • Abandonou-se a fenestração em V da fachada, entrada com 3 aberturas ao invés de uma porta única .

  • As mais notáveis experiências portuguesas com novas plantas de igrejas foram os projetos para Santa Engrácia, em Lisboa;

  • Três planos propostos para a obra, baseados no hexágono, no octógono e na cruz grega;

  • Os três tipos de plantas são do tipo central .

  • Na arquitetura peninsular os projetos de concepção espacial incomum, em geral, se devem a intervenção de algum arquiteto estrangeiro;

  • Durante a primeira metade do século XVIII, a influência predominante na arquitetura portuguesa era a italiana e a centro europeia;

  • Ao Norte de Turim, encontrou-se uma igreja com a mesma combinação inusitada de nave elíptica com capela mor circular que se vê na planta mineira. Trata-se da igreja do Rosário, em Strambino.

  • Julgando pela natureza incomum da planta , poderia parecer que a igreja de Strambino pertence a mesma família das igrejas de Ouro Preto e Mariana;

  • Apesar da forte semelhança entre essas plantas, há uma diferença marcante nas fachadas;

  • A composição da fachada do Rosário é de tendência acentuadamente vertical. Em Mariana, as torres destacam-se como elementos semi-independentes e estão pouco recuadas.  Já em Ouro Preto estão bem recuadas.

Torres redondas em Minas Gerais

  • As torres de Minas Gerais não tem precedentes na arquitetura peninsular. Por outro lado, contam com um antecedente no Brasil, nas torres da igreja de São Pedro dos Clérigos, no Rio de Janeiro;

  • Em planta, formam um círculo

   superposto a um quadrado,

   podendo portanto ser interpretadas

   de duas maneiras: como torres

   quadradas com seções convexas

   nos lados ou como torres circulares.

  • Nas torres de São Francisco de Assis de Ouro Preto, completamente redondas, as pilastras já não são em ângulos , mas, planas, o que pode ter dado origem as torres cilíndricas do Rosário;

  • Porém a ideia de derivação das torres redondas mineiras a partir das de São Pedro, no Rio de Janeiro, não explica a origem das torres redondo-quadradas , da igreja do Rosário;

  • Surge então a possibilidade de uma influência italiana ou centro-européia na arquitetura borromínica do Brasil colônia;

  • A mais sugestiva , pelo menos em relação a igreja do Rosário de Ouro Preto, é a pequena igreja de Santa katharina, em Baden, na Boêmia;

  • Apresenta uma estrutura de plano curvilíneo, com a fachada ladeada por duas torres redondas coroadas por cúpulas.

Conclusão

  • A origem dos monumentos borromínicos no período colonial brasileiro, pertence em sua maior parte a região de Minas Gerais, com exceção apenas da igreja de São Pedro dos Clérigos, do Rio de Janeiro. Houve também algumas influências centro-europeias, como visto nas igrejas de São Pedro de Mariana e no Rosário de Ouro Preto.                                         

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