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Livro Peter Zumthor Atmosferas

Por:   •  6/10/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.178 Palavras (5 Páginas)  •  824 Visualizações

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A arquitetura de Peter Zomthor se sobressai ao conceito de atmosfera, uma disposição de espaço construído, que comunica com os observadores. Arquitetura é um espaço que se comunica com seu redor, com as pessoas que convivem no ambiente. Ela tende a se integrar com a paisagem, e trazer consigo a utilização de materiais do próprio local.

Uma qualidade arquitetônica, não está na sua publicação, no seu sucesso, no seu escândalo, quando sendo analisado ao seu entorno. Está na presença bela que os toca, nos sentimentos que a oferece, nas impressões que se dão a cada indivíduo. Podendo ser denominada como atmosfera.  

Ser tocado por uma obra, através da atmosfera. É ter uma impressão de um edifício, mas ao entrar nele, sentir-se de maneira diferente, é se permitir sentir, usar a percepção emocional, é saber observar o ambiente e tirar suas conclusões, diante de todas as ações que ocorrem neste. Além de ter um sentimento pessoal, um pensamento individual, porque logicamente, cada pessoa tende a sentir-se de maneira diferente, em locais iguais, porque a atmosfera comunica com nossa percepção emocional, que funciona de forma instintiva.

Quando se permite observar algum lugar, e começa a perceber como as pessoas estão agindo, como o lugar é formado, quais construções ao seu redor, qual clima, ruídos, sensações. Você se permite ser tocado, porque são observações muito sensíveis, individuais e pessoais.

A arquitetura tende a surpreender, porque consegue juntar as coisas do mundo, os materiais do mundo e criar um espaço. Tende a funcionar como um tecido, que envolve tudo o que se rodeia, permitindo assim, criar algo surpreendente. Nesta composição, existem os materiais que soam em conjunto e irradiam, e estes como sendo infinitos, devem ser escolhidos de maneira que possam ter uma harmonia, que mesmo se escolhessem outra forma de utilizarem, ainda continuem fazendo parte de um conjunto, porque existem mil possibilidades de cada material ser utilizado.

Cada espaço construído, funciona como um instrumento grande, onde cada tipo de material, revestimento, móveis, vento, tendem a ser pronunciar de maneira diferencial, ainda mais sobrepostas por ações humanas. O som do espaço, tende a ser pronunciado, não apenas pelo ambiente em si, mas também pelas lembranças e emoções. Ao fim, os edifícios acabam sempre a soarem.

Todos os edifícios tendem a ter uma temperatura, onde o fato de os materiais retirarem mais ou menos do nosso calor corporal, está presente. O que quer disser, que está temperatura é física e provavelmente também psíquica, por poder assim tocar através destes.

Um espaço habitado por outras pessoas, onde contém seus objetos, suas decorações, as coisas que rodeiam este, acabam por impressionar, quem não conhece o local. E as vezes, as pessoas que o habitam não possuem a mesma noção, por ser algo diário. Através dessas sensações que começamos a se perguntar, se teria sido a tarefa da arquitetura de criar o invólucro para receber cada objeto? Como, projetar um local, com todos os móveis sendo utilizados de uma maneira, mas quando a pessoa for habitá-lo irá utilizá-lo como se sentir melhor, podendo ser mudado de lugar, decorado de outra forma etc.

Ao falar da serenidade e a sedução, o foco passa para os movimentos dentro da arquitetura, onde tendem a ser uma arte espacial e temporal, trazendo para o projeto, espaços que não induzem a ser conduzido por caminhos, que seduzem, que convidem a ser chamado atenção para escolher seu caminho, despertar seu interesse, como luzes, ambientes diferentes, cores. Conduzir, seduzir, largar, dar liberdade, deveria ser sempre utilizado pela arquitetura. Onde nada nos prende e podemos simplesmente existir. Porque espaços que te induzem a seguir um certo caminho, tendem a ser tediosos, o que acaba por deixar de lado a existência e a presença dos espaços.

Arquitetura trabalha com a existência do interior e exterior, que desenrola o jogo entre o indivíduo e o público, entre a privacidade e o público. No projeto de um edifício residencial, geralmente sua fachada transmite apenas o necessário, como janelas, sacadas, volumes. O que acaba por não mostrar tudo. O seu interior é visível apenas para aquele que tem acesso ao edifício. E é através dessa percepção, que o arquiteto tem o poder de transmitir a sua visão para o edifício. Ele pode projetar, priorizando as vistas de cada espaço, dando a pessoa que o utiliza uma bela visão, e para aquela pessoa que está de fora e não acessa o local, pode transmitir apenas o que ele quer revelar. Além de poder escolher, ser um marco na paisagem ou se tornar parte dela.

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