O Balanço do Neoliberalismo
Por: Daniel Teixeira • 14/8/2018 • Projeto de pesquisa • 1.640 Palavras (7 Páginas) • 203 Visualizações
HESP
Em “Balanço do Neoliberalismo”, Perry Anderson discute o avanço do ideário neoliberal durante a crise do capitalismo na década de 1970. Explicite no mínimo três características do neoliberalismo; em seguida, discuta a relação entre neoliberalismo e democracia.
O pós-guerra em 1973 surgiu como trampolim para que o ideário neoliberal ganhasse força, o motivo da crise foi atribuído aos excessivos gastos sociais do Estado e também ao alto poder que os Sindicatos obtinham, surgindo ai como solução para essa crise a implantação de ideias neoliberais que se caracterizam como: a redução do Estado, o rompimento com os sindicatos, a retirada das questões econômicas da mão do Estado e ainda a politica de privatização das empresas estatais, redução de impostos e tributos elevados, fim dos direitos sociais os transformando em serviços, desemprego em massa que para o ideário neoliberal “é um mecanismo natural e necessário para qualquer economia”, dentre outras.
A relação neoliberal com a democracia pressupõe uma incompatibilidade, já que ocorre a limitação dos princípios básicos democráticos (Transformação de direitos como saúde, educação, etc. em serviços). Porém essa limitação não significa um Estado ditatorial como, por exemplo, no governo Pinochet onde acorre a abolição da democracia, mas não por conta do Neoliberalismo e sim como uma forma de manter o governo pinochestista. Paralelo a isso podemos usar também como exemplo o governo inglês de Margaret Thatcher que foi bastante influenciado pela experiência chilena, porém não implantou formas ditatoriais, assim com o Reagan nos Estados Unidos. Concluímos então que por mais que limite e vá de contramão as ideias democráticas, o neoliberalismo não tem como um de seus valores o fim da democracia.
Uma das principais consequências do triunfo do neoliberalismo é o reforço da exploração capitalista, particularmente a metamorfose do mundo do trabalho. Em “A construção de um cibertariado? trabalho virtual num mundo real”, Ursula Huws discute a emergência de um tipo específico de proletariado: os “ ”. Esse novo locus (o escritório) é, para a autora, o novo palco da luta entre capital e trabalho. Apresente no mínimo três características dessa forma de trabalho; em seguida, discuta a possibilidade (ou não) da organização desses trabalhadores na luta por seus direitos.
Esse novo tipo de proletariado, denominado como “os trabalhadores de escritório” têm como características sua relação com o capital, sua divisão social do trabalho, status, tipo de renda que é relativa, sua relação com os meios de trabalho, dentre outras.
Apesar de essa nova classe ter vínculos diretamente com o empregador, muitas vezes não se consideram trabalhadores e sim colaborares, o que no caso mostra uma parceira e não vinculo tradicional que lhe permitem direitos trabalhistas. Porém pegando como exemplo a resposta da Ursula Huws sobre os “Ubers”, na relação a luta de novos setores do proletariado, mostra que essa novos setores do proletariado estão se sindicalizando e correndo atrás dos seus direitos, realizando greves e obtendo concessões.
nda sim ela pode sindicalizar-se e ir atrás dos seus direitos, mesmo partindo da premissa que é um colaborar e o mesmo está junta da empresa
- Sua relação com o capital
- Sua relação com suas ocupações, as suas tarefas que se realizam em seus processos de trabalho. Onde os trabalhadores forma capazes de se organizar efetivamente no passado e fundar associações profissionais ou sindicatos.
- Suas relações com os meios de trabalho
- Sua divisão social do trabalho
- Sua renda relativa
- Status
Os trabalhadores de escritórios são declarados autoempregados
Num extremo estão os autoempregados com uns poucos empregados que podem talvez ser encarados como pequeno-burgueses no sentido clássico; depois, há os genuínos freelancers, que trabalham para uma gama de diferentes empregadores; e, no outro extremo, estão os trabalhadores ocasionais cujo estatuto de autoempregado é um reflexo da fraqueza do mercado de trabalho – pessoas que não têm os músculos negociadores para insistir num contrato de trabalho adequado, muito embora estejam efetivamente trabalhando para um único empregador
A possibilidade de se rebelar é atomizada porque ele não é um trabalhador é um “colaborador”. Ora, um colaborador não se sindicaliza, não pensa em política, é parceiro e quase um sócio da empresa e todos estão juntos, tanto na “saúde” quanto na “doença”.
Como esses trabalhadores são denominados autoempregados ou freelancers, não há vinculo nenhum com o empregador, onde acabar se tornarndo um colaborador da empresa, quase um sócia
para produzir a situação na qual o poder coercitivo do gerente é internalizado. O ritmo de trabalho é, portanto, ditado por uma condução compulsiva autogerada, em vez da autoridade implícita do chefe. Mais próximas das taxas por peça de trabalho dos sistemas de desligamento (putting-out) que os baseados no tempo pago (apesar do trabalho no ritmo da máquina) da fábrica, esse método de gerenciamento atrapalha a relação entre os trabalhadores e o empregador, uma confusão que é intensificada onde não há uma separação física entre eles. Um trabalhador em vinte na força de trabalho britânica e uma proporção ligeiramente mais alta na América do Norte, Escandinávia e nos Países Baixos (embora mais baixa no resto da Europa) agora trabalha dentro de casa ao menos um dia por semana usando um computador com um link de telecomunicação para entregar seu trabalho. Destes, aproximadamente a metade é formalmente autoempregada. Já que a maior parte dos trabalhadores possuem seus próprios computadores, o observador pode ser tentado a encará-los como os equivalentes no século XXI dos tecelões manuais que trabalhavam em seus lares, porém esses computadores pessoais isoladamente considerados podem ser encarados como meios de produção? Um tear pode ser usado para produzir tecido independentemente de outro tear, ao passo que, na maior parte dos casos, o valor de um computador para o empregador reside no fato de que ele está conectado a outros, num sistema que não pertence ao empregado. Esse é um ponto controverso, cuja investigação mais aprofundada não cabe aqui. Ele se relaciona interessantemente, entretanto, com outra questão que tem alguma pertinência. Ao menos numa economia altamente mercantilizada, pode-se argumentar que a relação geral dos indivíduos com o capital (e, portanto, sua posição de classe), para fazer sentido, precisa ser considerada não somente em relação aos meios de produção, mas também aos “meios de consumo” ou “meios de reprodução”. O processo inexorável de mercadorização resultou no declínio das indúst
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