O FICHAMENTO VERSALHES
Por: Sâmila Dembiesque • 25/11/2018 • Relatório de pesquisa • 2.533 Palavras (11 Páginas) • 266 Visualizações
UNIP- Universidade Paulista, Campus Sorocaba
Fichamento: KOPPER, Maria E. A. “Versalhes: barroco por imensidão” in Arquitetura, Poder e Opressão: o barroco francês e o caso de Versalhes. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre: URGS, 2004. (pp. 146-164).
Aluno: Sâmila Cardoso Dembiesque de Souza, Ra: C9849I-9
Disciplina: AU5P/Q17 – Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo III
Professor: Gustavo Campos
07/05/2018
- Palácio Versalhes, símbolo de domínio e poder.
“Verdadeira apoteose simbólica do rei que centraliza todo o poder, domina o verdadeiro centro da corte e da sociedade. O lugar que traduz a satisfação das aspirações e expectativas do rei. Onde, mais do que em qualquer outro lugar, os cortesãos inspiram a si e a toda Europa.” (página 146)
- Versalhes é caracterizado barroco devido sua extravagância em tamanho e ornamentos.
“- construiu para si um palácio tão gigantesco que nenhuma fotografia pode dar, hoje, a ideia adequada de sua tamanha presença. Por isso, ouvimos dizer, com razão, que Versalhes é barroco não apenas por seus detalhes decorativos, mas justamente, por tanta imensidão.” (página 146)
- O palácio tem sua estrutura organizada em torno da figura do rei, uma extensão de sua personalidade e imagem.
“Um palácio é mais do que a soma de suas partes. É um símbolo de seu proprietário, uma extensão de sua personalidade, um meio para seu auto-apresentação. [...] Versalhes, em particular, era uma imagem do soberano que a supervisionou com tanto desvelo sua construção.” (página 147)
- A construção do Versalhes iniciou em 1623, atendendo ao pedido de Luís XIII, de inicio um pavilhão de caça e um castelo pequeno.
“A história de Versalhes começou em 1623, quando Luís XIII mandou construí um pavilhão de caça e um pequeno castelo, no meio de uma região pantanosa, apenas 23 km a sudoeste de Paris. Quando seu filho, Luís XIV, conheceu o castelo, em 1651, tinha apenas 13 anos, e, ao que parece, mostrou- se muito interessado pelo local, desde o início.” (página 147)
- A construção de Versalhes se definiu em quatro etapas:
- Na época de Luís XIII, 1623, início da construção.
- Fase jovem de Luís XIV, 1661 a 1668, buscava lazer e repouso
- Início da reforma, 1668, alterações e adições de adornos, com objetivo de possuir o maior castelo da Europa.
- Em 1978 Luís XIV decidiu transferir sua corte para o castelo, e esse foi remodelado, ampliado e assumindo a configuração atual.
“Podemos distinguir a construção de Versalhes em quatro etapas. A primeira seria esta, da época de Luís XII. A segunda, de 1661 a 1668, seria a fase de quando o jovem rei, Luís XIV, ia até lá em busca de sossego e lazer.[...] A pedido do novo rei, foram colocados bustos de mármore, aparadores de ferro dourado, suntuosos mobiliários, espelhos, cristaleiras e tapeçarias, [...] Foi inicio do que chamamos de terceira etapa.[...] A quarta e última etapa da construção do palácio ainda aconteceu no reinado de Luís XIV.” (página 147-148)
- O país todo se mobilizou para a obra de Versalhes, Le Vau foi quem coordenou os projetos e as obras, dominou os princípios clássicos da arquitetura e a expressão da escala infinita.
“Engenheiros, arquitetos, decoradores, paisagistas, jardineiros, escultores, pintores, artesões... a lista era infindável. Le Vau, coordenava os projetos e as obras. [...]
- Nós dias de hoje só podemos compreender a expressividade da composição de Versalhes através de gravuras, mais tarde essa plástica foi perdida quando Mansart assumiu no lugar de Le Vau.
“Os volumes são claramente concebidos por prismas regulares, as laterais que sobressaem ao terraço central são geometricamente proporcionais e simétricas. No entanto, só podemos julgar a expressividade desta composição, através de gravuras. Esta plástica será, mais tarde, perdida, quando Mansart assumir o curso das obras.” (página 148)
- O quadro da arquitetura tradicional francesa passa por uma mudança significativa, os telhados tomam formas horizontais e os jardins adota o princípio de infinito.
“- os telhados pontiagudos em ardósia, perdem altura e assumem uma horizontalidade jamais experimentada na França”
“- não podemos deixar para trás os jardins. Estes, certamente, desempenharam um papel sem par. Lê Nôtre foi o responsável pelo desenvolvimento dos mesmos. O século XVII, inaugurou, a exemplo italiano, á idéia de perspectiva paisagística na França- que até então tinha seus parques murados.”
“Para os jardins deste palácio, os projetos de Lê Nôtre foram baseados em princípios simples: o elemento principal é o eixo longitudinal que forma o caminho para o objetivo maior: a idéia de infinito” (página 149)
- Adequação e adaptação dos espaços e natureza ao homem.
“O espaço, como podemos ver, deveria se adequar ao homem. Para ele a natureza seria transformada e adaptada. A ordenação deveria simbolizar a disciplina reguladora daquela sociedade, ou seja, deveria ser racionalizada.”
“A simetria e a ordem dos edifícios deveriam ser traduzidas aos jardins. Os percursos deveriam ser ortogonais ou geométricos e as fontes centralizar seus cruzamentos, da mesma forma que estatuas e monumentos.” (página 149)
- O caminho de acesso ao Palácio propunha mostra gradativamente a magnitude e grandeza do monarca.
- Relação da escala humana com a grandiosidade da obra arquitetônica.
“O acesso ao palácio, dos que vinham da cidade, era extasiante. A perspectiva dava sensação do infinito. O ponto focal coincide com o destino final do percurso, [...] Para chegar ao rei, percorria se um longo caminho. Ao longo desta viagem, o expectador, progressivamente, ia tomando consciência da magnitude da obra de sua alteza. Quanto mais próximo chegava, menor se sentia o viajante, em relação á escala do conjunto.” (página 149)
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