O PRÍNCIPE DE PRATA
Por: xmauriciops • 2/11/2017 • Trabalho acadêmico • 2.116 Palavras (9 Páginas) • 268 Visualizações
- Aspectos abordados na obra
Capítulo I – O PRÍNCIPE DE PRATA
O capítulo inicia retratando a situação de jovens arquitetos americanos, que, após a Primeira Guerra Mundial, junto de artistas, escritores e intelectuais, percorrem a Europa. Em um contexto denominado “Geração Perdida”, os jovens valorizam as atividades europeias, ratificadas pela própria expressão de Malcolm Cowley: “Na Europa se faz tudo melhor”.
Nessa atmosfera, de contato com artistas europeus, dos quais possuem admiração, a personalidade concêntrica de deslumbro figura sobre Walter Gropius, fundador da Escola Bauhaus. O “Príncipe de Prata”, como Gropius era retratado, propunha em sua escola – posteriormente classificada como “reduto” – um sistema de ensino deferido pelo “começar do zero”. Gropius era favorável a qualquer experiência que tinha por finalidade uma perspectiva limpa e pura. Nessa teoria, práticas atingiram desde a criação de novas religiões (como o Mazdaznan) à dietas alimentares.
“Começar do zero” era visto como uma necessidade, após a Alemanha, país de Gropius e onde instalara-se a Bauhaus, ter sido destruída pela grande guerra; além disso, a economia sofria uma recaída e o socialismo perpetuava-se no poder. “Começar do zero” era entendido como uma maneira de recriar aquele mundo.
O interesse pelo proletariado/socialismo marcara o conjunto estético propagado na Bauhaus. Em uma arquitetura voltada para operários, valores e materiais que remetessem a uma perspectiva burguesa logo eram invalidados. Esse príncipio de libertação da sociedade burguesa, atuara como estimulante para artistas e compositores exercerem sua arte. Mesmo na área da arquitetura, essa nova concepção difundira-se, dominando a Europa durante os primeiros anos do XX; antecedendo redutos que agiam em frustrar a burguesia, expressa pela criação de teorias e a arte em função de códigos.
Os redutos defendiam o acesso direto a sua crença: a criatividade; da qual surgiam pensamentos e teorias expressas pela forma de manifestos artísticos – até então inexistentes nesse campo de atividade.
Entretanto, diferente de uma manifestação e declaração de independência e indiferença à cultura burguesa, por artistas; os arquitetos do período, e que defendiam a nova filosofia, possuíam suas concepções estagnadas, visto a sua dependência ao público conservador – contratante de seus projetos. Por sua vez, em breve tempo, suas suposições foram entendidas e proliferadas.
Períodos posteriores, vários redutos já existiam, promulgando uma arte pura e proletariada: Bauhaus, de Stijl, Construtivista, Neoplasticista, Elementarista e Futurista. Entre elas, havia uma competição de teorias, da qual se defendia a visão mais pura da nova concepção.
Em um processo que encadeava uma fabricação de arquitetura simples e manual, racional e em massa, defensores de diferentes redutos persuadiam, por meio da crítica, a reformulação de teses nos diferentes redutos; gerando conflitos na busca da visão completa sobre essa filosofia proletariada. Os edíficios construídos eram, então, teorias solidificadas, que exploravam materiais honestos, monocromáticos e que retratassem definitivamente o “não-burguês”.
Se a função da nova arquitetura era mostrar a face social, o que se viam nas edificações eram construções, hoje, realmente não funcionais. Telhados planos foram adotados, como uma forma mais simplificada – mesmo para regiões com incidência de neve, onde se recomendaria coberturas que impedissem a acumulação de material. Também, havia o princípio da “estrutura explícita”, onde a sustentação da edificação, fabricada em máquinas (referência ao proletariado), fosse definida como a essência da obra, deveria estar exposta, sem ornamentação.
Nesse ambiente de reflexão, surgira um novo meio de competição: o intelectual. Enquanto o conhecimento estivesse hospedado nos redutos, estes mobilizavam-se em uma batalha essencialmente intelectual; originando, por sua vez, a figura do arquiteto brilhante que pouco ou nada construíra.
Entretanto, o movimento restringia-se a Europa, enquanto a arquitetura americana via-se dependente dos traços românticos e do capitalismo. Irresistível, por fim, os pensamentos dos redutos europeus, que agora evidenciavam o arquiteto suiço Le Corbusier e sua obra Vers une Architecture - significando o gênio e o evangelho da nova arquitetura – foram incorporados aos Estados Unidos.
Capítulo II – UTOPIA LIMITADA
O capítulo inicia com referência à obra The International Style de Henry Russel Hitchcock e Philip Johnson, 1932, apresentando à Nova York os trabalhos de Gropius. Ainda na obra, os autores puseram-se a distinguir arquitetura e construção. Onde indicavam Gropius, Mies van der Rohe, Le Corbusier e Oud como criadores de arquitetura, enquanto outros arquitetos, mesmo cientes de mordernismo e funcionais, criavam construções.
O orgulho da arquitetura americana do século XX : os arranha-ceús, foram questionados na obra de Hitchcock e Johnson. Considerados como sujeitos à desconfiguração dos edifícios, conforme exigência do cliente; diferentemente da nova arquitetura europeia, onde o criador era provido de liberdade. O estilo internacional era, enfim, o primeiro “estilo universal e verdadeiro” desde o Renascimento.
A mostra que compunha o The International Style, fora motriz de agitações na sociedade americana de arquitetura; até onde empresários apresentavam a arte e arquitetura vanguardista, cabendo ao arquiteto acompanhar seus conceitos.
Capítulo III – OS DEUSES BRANCOS
Esta seção incia retratando a migração de Gropius e demais integrantes da Bauhaus para os Estados Unidos, após a ascensão nazista na Alemanha, em 1937.
Após a presença das personalidades e posterior nomeação nas universidades americanas, em 3 anos o curso de arquitetura mudara. Não apenas pelas edificações que criaram no novo país, mas pelo sistema de ensino que instalaram. Nesse momento, era ensinado o estilo internacional, a arquitetura do reduto, a arquitetura não-burguesa. Os antigos conceitos das Belas-Artes foram deslocadas, assim como as contribuições de Frank Lloyd Wright, H.H. Richardson e Louis Sullivan.
Agora, os acadêmicos estavam vínculados por um conjunto de príncipios inquestionáveis de estética e moralidade; tornando o campus o próprio reduto, e a arquitetura uma missão. Findavam os trabalhos na perfeição da técnica de desenhar, como no estilo Belas-Artes; agora, criavam-se requerimentos e manifestos.
Os estudantes adiquiriram o ideal não-burguês, não havendo situação da qual fossem convencidos/interferidos em qualquer projeto. Entretanto, o estudante americano não compreendia a dialética construída nos redutos, e, agora, aplicadas. Tornavam-se alienados ao relacionar a nova filosofia com o programa alemão, holandês, europeu. Possivelmente pela contraposição que os Estados Unidos mantivera da europa que assistia ao socialismo. De modo, compreendia a parcela sentimental do movimento.
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