O TEAM X E A CRITICA AO UNIVERSALISMO MODERNISTA
Por: MARIAANTONIAC • 6/11/2018 • Trabalho acadêmico • 2.673 Palavras (11 Páginas) • 496 Visualizações
Pontifícia Universidade Católica - RJ[pic 1]
ARQ 1005 -Teoria e História da Arquitetura 3
Professora: Ana Luiza Nobre
Aluna: Maria Antonia Caetano Caruso
2018.1
Seminário I
Fichamento e Comentários Críticos
- O TEAM X E A CRITICA AO UNIVERSALISMO MODERNISTA
Texto: “Team X Primer”
- Referência bibliográfica do texto analisado
in: Smithson, Alison. Team 10 Primer. Cambridge, Massachussets, MIT Press, 1968. p.20-21.
Tradução: Yasmin Martins Silva e Francesco Bosch. Revisão: Ana Luiza Nobre
- Perfil biográfico do autor
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Aldo Van Eyck nasceu em Driebergen, Holanda, dia 16 de março de 1918, no final da primeira guerra mundial. Eyck estudou na Royal Academy of Visual Arts da Holanda e formou-se em arquitetura no ano de 1942 em Zurique, Suíça.
De 1946-1953, na Holanda, ele assumiu o cargo de arquiteto-projetista no setor de desenvolvimento urbano de Amsterdã. Durante esse período, desenvolve projetos de playgrounds, uma referência de intervenção no espaço público, até os dias de hoje. No contexto pós-guerra, essa revitalização da malha urbana em que surgem os playgrounds trouxeram uma nova e importante dinâmica à cidade e aos terrenos que se encontravam vazios e degradados, estimulando crianças com elementos como caixas de areias, degraus de pedras e áreas livres para serem exploradas criativamente. A diagramação dos pisos até os brinquedos fugia do figurativo, optando pela exploração de cores e de motivos geométricos. Cerca de 700 espaços abertos foram adaptados e destinados a crianças e com isso, Eyck inverte a lógica modernista de uma arquitetura organizada, criando espaços abertos a imaginação e ao imprevisível. Essa liberdade de apropriação de áreas públicas que os playgrounds promoveram, dialoga com o pensamento de Aldo sobre o espaço e tempo, em que o espaço e o tempo se tornam “lugar e ocasião” a partir da interação urbana.
Mesmo com projetos de programas tão diversificados, a base do seu raciocínio formal o conduziu por uma nítida coerência entre o que pensava e como o traduzia em arquitetura, ficando conhecido como o arquiteto que desejava combinar opostos.
Dentre seus principais projetos podemos citar o Orfanato de Amsterdã , Amsterdã, 1955–1960, que lhe concedeu reconhecimento internacional, a Casa Hubertus , Amsterdã, 1973–1978 e a Igreja de Pastoor Van Ars em Loosduinen (1963-1969).[pic 3][pic 4][pic 5]
Orfanato de Amsterdã / Casa Hubertus / Igreja de Pastoor Van Ars.
Eyck foi um membro de suma importância do CIAM até sua dissolução em 1954, e também co-fundador do Team X, em que unia tradições clássicas, modernas e vernaculares.
Vale ressaltar que o arquiteto também atuou como editor da revista Fórum de arquitetura de 1959-1963 e 1967, o que ajudou a divulgar o Team X. Alem disso, lecionou na Academy of Architecture de Amsterdam de 1954-1959 e na Delft University of Technology de 1966-1984, em que ele propunha a necessidade de rejeitar o funcionalismo e atacar a falta de originalidade na maioria do modernismo do pós-guerra.
Aldo Van Eyck tornou-se uma grande influência para a arquitetura Holandesa e mundial, auxiliando no desenvolvimento do estruturalismo holandês, alcançando grandes resultados em renovação urbana.
- Contextualização
O texto de Aldo Van Eyck, publicado em 1959, durante o Congresso de Otterlo e as discussões ocorridas nele refletiram novos valores e abordagens para o planejamento urbano moderno, que vinha ganhando força entre os novos integrantes do CIAM desde o primeiro congresso do pós-guerra em Bridgwater, Inglaterra em 1947. Isso foi posteriormente caracterizado pelos membros e historiadores do Team 10 como uma ruptura radical que ocorreu.
O manifesto Team X Primer caracterizou-se pelo questionamento dos ideais do CIAM por parte de uma nova geração de arquitetos que nasceram e cresceram em um período conturbado, vivenciando o entre guerras, a segunda guerra mundial e crises econômicas. Os projetos apresentados na reunião previam soluções para os problemas do habitat em contextos extremos até a análise e solução teórica para cidades, por exemplo.
Van Eyck enfatizou a questão da moralidade em sua palestra: "Arquitetura vai conciliar valores básicos?" sob o argumento de que tinha chegado o momento de reunir o antigo com o novo a partir de uma redescoberta dos princípios arcaicos da natureza humana. Aquele cenário seria um resultado da busca do homem pelo progresso, da implementação do racionalismo como guia das ações do homem moderno.
O fim do CIAM também marcou o fim da fase de formação do Team 10, um período fecundo que resultou na criação de muitos dos fundamentos teóricos para os projetos mais conhecidos de Team 10 em anos posteriores.
- Conceitos fundamentais elaborados pelo autor no texto
Onda euclidiana: onda determinista ligada ao pensamento modernista e a uma arquitetura modelada, aplicada de forma universal como a solução para todas as questões do homem, forçando-o a adaptar-se à arquitetura a partir do uso de formas simplificadas que facilitariam sua produção em massa e padronização.
Onda não-euclidiana: conceito antagônico à onda euclidiana, visto por Van Eyck como a corrente contemporânea pelo modo no qual o uso das formas mais livres e complexas se encaixam a todos as problematizações dos homens na atualidade, de forma que a arquitetura se adaptaria aos indivíduos.
- Tese e argumento central (resumo da tese e do argumento central do texto)
A sociedade contemporânea avança para novas formas de viver e usufruir seus espaços e com isso novos paradigmas são criados. Questões como a globalização, a comunicação instantânea, a preservação do meio ambiente, o rompimento de padrões, valores e formas tradicionais, novos conhecimentos científicos influenciam diretamente a sociedade e assim geram inquietações que resultam em novas formas de usar os espaços construídos, que vão ainda conviver por muito tempo com formas tradicionais, devido às grandes disparidades sociais e econômicas de cada contexto.
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