O que é cidade
Por: Ana Monteiro • 20/8/2017 • Resenha • 610 Palavras (3 Páginas) • 251 Visualizações
Universidade São Francisco | Curso de Arquitetura e Urbanismo |
Projeto de Urbanismo I |
Profa. Laura Reily De Souza e Ligya Hrycylo Bianchini |
Aluna | RA Ana Paula Monteiro | 002201301443
F1 – Fichamento: O que é cidade?
Raquel Rolnik inicia o livro definindo a cidade como um constante movimento de pessoas e máquinas, do calor dos encontros, da violência dos conflitos, de forma que conseguimos enxergar o urbano. E também recorda as cidades históricas, mostrando o ponto de iniciação das as gigantescas metrópoles e as cidades muradas, e afirmando que o que define a cidade é a reunião e concentração de pessoas. A partir disso, ela compara as cidades entre um imã e a escrita, o imã traz a história da técnica e os matérias encontrados na natureza, e a cidade-escrita, fala sobre as antigas construções que, junto com os documentos, geram muitas memória.
A autora faz uma relação entre a cidade e a organização política da sociedade, onde desde o início da construção de uma cidade se tem uma centralidade de poder, mostrando dois aspectos: organização territorial e política. E ressalta tanto a dimensão política da cidade como da produção agrícola até a intensificação das possibilidade de troca e colaboração entre as pessoas, que acaba potencializando, a divisão do trabalho e a instauração de um mercado.
Raquel faz uma relação entre a cidade e mercado, desde a antiguidade, e pouco a pouco, ela descreve o impacto que os mercadores teve sobre as corporações de ofício, pois a cidade deixou de estar confinada nos limites das muralhas para serem uma cidade-mundo, que compunha uma rede de cidades. A partir daí a autora aborda um assunto essencial para a compreensão do que é cidade e quais são suas dinâmicas características: a mercantilização do espaço.
Separar e reinar: a questão da segregação urbana, a mercantilização do solo, suas origens e consequências. Ela explica que a segregação surge através da separação dos locais de trabalho em relação aos locais de moradia, como grandes condomínios fechados, longe do centro urbano, e que os muros visíveis e invisíveis que dividem a cidade são essenciais na organização do espaço urbano contemporâneo.
Buscando exemplos na própria América Latina, ela fala sobre a segregação antiga que era a partir de vestis, nos gestos, nas atitudes aos invés de uma segregação realmente física, e ao buscar a origem do processo segregado, é possível perceber que a segregação espacial começa a ficar mais evidente a medida que avança a mercantilização da sociedade e se organiza o Estado Moderno. Com isto, novos bairros exclusivamente residenciais e homogêneos começam a surgir. Este é o primeiro movimento de segregação – com ele vem o bairro dos negócios e um novo conceito de moradia onde a burguesia tem o direito de ficar isolada e ter mais privacidade.
Referente a cidade industrial, surge uma expressão de contradição, pois ao mesmo tempo que ela é a criadora e destruidora da produção, gera riqueza a alguns e pobreza a outros. Assim como os centros industriais tem a capacidade de desenvolver, criar, superar em alguns aspectos, tem também a capacidade de destruir e violentar.
Atualmente é crescente a destruição do ambiente, e a artificialização dos territórios. E a industrialização altera bruscamente a naturalidade das coisas, não existe mais distancia, a noite se confunde com o dia. As cidades se modernizaram e se globalizaram, mas existe um preço, o clima por exemplo. Muitas características apontas pela autora estão se alterando com o tempo, o mundo está sendo transformado em cidades, ou as cidades estão se transformando em mundo, ou até mesmo mudando para um mundo sem cidades.
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