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Padre José de Anchieta e a Capela de São Miguel Arcanjo em São Paulo, Brasil.

Por:   •  12/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.325 Palavras (14 Páginas)  •  508 Visualizações

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Padre José de Anchieta e a Capela de São Miguel Arcanjo em São Paulo, Brasil.

1.  INTRODUÇÃO

A Capela de São Miguel, situada em São Miguel Paulista no estado de São Paulo, é um marco da colonização local, da chegada dos jesuítas e da presença da igreja Católica no Brasil. Considerado o templo religioso mais antigo de São Paulo, tendo uma grande relevância histórica, e artística para a comunidade local.

        Teve sua primeira construção no ano de 1560, sendo substituída por uma maior em 1622. Foi uma das primeiras construções protegida pelo Instituto Histórico Artístico Nacional, sendo restaurada entre 1939 e 1940, sob a direção do arquiteto Luís Saia.

Nesse contexto, esse trabalho aborda o período histórico da construção Capela de São Miguel, assim como sua importância para a cidade de são Paulo.[1]

2. OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo estudar a Capela São Miguel Arcanjo fundada pelo Padre José de Anchieta, através de analise histórica iconográficas, comparando-a com outras edificações do mesmo período a fim de conhecer sua arquitetura e seus processos de intervenções e restauros.

Palavras-Chave: Arquitetura Jesuítica. Capela de São Miguel.

3. IDENTIFICAÇÃO DA OBRA

Localizada na Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, no bairro de São Miguel Paulista, um dos primeiros bairros de São Paulo[2] (local onde se iniciou a formação da cidade[3]), a Capela de São Miguel Arcanjo (ou Capela dos Índios, como é chamada pelos moradores do entorno) é o templo religioso mais antigo entre os ainda existentes na região.[4] 

Foi fundada em 1560 pelo padre José de Anchieta que tinha como principal objetivo a catequização dos índios Guaianazes, recém-estabelecidos na região próxima ao rio Ururaí.[5]

“A primeira construção de São Miguel foi uma capela feita em taipa de pilão pelos índios e inaugurada pelos jesuítas, considerada marco da fundação do bairro, localizado no extremo leste de São Paulo. Muitos povoados catequizados surgiram da mesma forma. O curioso em São Miguel é que a capela, ainda permanece ali, cercada de estabelecimentos comerciais por todos os lados. Tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1938, ela é tida pelos historiadores como um exemplar único da arquitetura colonial brasileira e a construção original mais antiga da cidade de São Paulo”.[6]

Neste mesmo ano o padre Anchieta, sob ordens do Padre Manoel da Nóbrega, chegou à aldeia dominada pelo índio Piquerobi e seus seguidores. O período é marcado pela conquista, exploração e catequização dos nativos, certa vez que a igreja romana tinha controle sob a missão jesuítica no Brasil, promovida pela Coroa portuguesa, devido ao chamado Padroado Real[7], que será abordado posteriormente.

Uma vez que os jesuítas fixaram suas residências no atual Pátio do Colégio e em São Miguel, esses locais viraram foco de um intenso trabalho com a presença em tempo integral dos catequizadores, sendo que as demais aldeias eram apenas visitadas por eles.[8]

Os índios daquela região eram conhecidos por possui um caráter guerreiro cuja o qual, juntamente com a posição estratégica da aldeia, foi suficiente para que São Miguel ganhasse destaque visando seu sistema defensivo. Além disso sua posição também possibilitava reunir um grande número de índios espalhados pela região, facilitando assim o trabalho dos poucos missionários.[9]

A escolha do nome da capela deve-se então justamente ao fato de os nativos da região terem se identificado com a figura de São Miguel, uma vez que esse possui um espírito guerreiro. A figura também representa a vitória do bem sobre o mal, que para os jesuítas simbolizava sua missão de catequização dos indígenas.[10] 

Basta posicionar-se diante da capela de São Miguel, situada em um ponto alto com relação ao leito do rio, que se tem visualmente o domínio completo daquela região banhada pelo Tietê rumo a São Paulo. Vê-se, pois, que a obra jesuíta em São Miguel obedeceu a um plano aglutinador e defensivo, tanto que em 1623 os índios aldeados em Itaquaquecetuba foram transferidos para São Miguel.[11]

A obra pertence ao um estilo de “arte jesuítica”, que representa todas as manifestações artísticas religiosas dos séculos XVII e XVIII e se assemelha muito ao estilo barroco europeu, porém no Brasil essas manifestações tem um caráter mais “antigo”, onde podemos identificar obras mais simples, regulares e frias.[12]

Essas por sua vez, apresentam diferenças perceptíveis em relação as formas e características de acordo com o aproveitamento dos recursos locais, mas nunca perdendo o "espírito" jesuítico de construção.

A ideia de “coisa decadente” esteve ligada as nossas igrejas durante muito tempo, assim a Capela de São Miguel Arcanjo ganhou grande destaque em pouco tempo após sua fundação, uma vez que apresentava grandes proporções para a época, se comparada ao templo que havia no Colégio de São Paulo.[13]

4. JUSTIFICATIVA

A Capela de São Miguel Arcanjo em São Paulo é um marco importante da colonização local, da chegada dos jesuítas na cidade e da presença da Igreja Católica no Brasil.[14]

Este espaço urbano, distante do centro da cidade de São Paulo, teve um papel sócio agregador e religioso-defensivo e econômico na história da cidade de São Paulo. [15]

Um fato que revela a importância de São Miguel é o fato de a aldeia antigamente possuir a condição de Padroado Real, isto é, o pleno domínio Igreja de Roma sob o Estado português, cujo o qual garantia que a Coroa “promoveria e asseguraria os direitos e a organização da Igreja em todas as terras descobertas”.[16]

Assim, ficava sob total responsabilidade do rei recolher o dízimo, isto é, tributos que os fiéis pagavam à Igreja como obrigação religiosa, e o dever de catequizar os índios encontrados aqui na região.  Essa atividade é então designada aos jesuítas, porem esses possuíam poderes limitados em São Miguel.[17]

Uma vez que haviam um grande número de índios doutrinados, a região tornou-se alvo de interesses. Interesse tal disputado entre os jesuítas e a oficialidade local.  Até que em 1640, os sacerdotes são afastados de São Paulo e em 1759 são expulsos do Brasil.[18]

5. AUTORIA/ATRIBUIÇÃO

A Capela original de São Miguel Arcanjo foi construída pelos índios, atribuída ao Padre José de Anchieta em 1560, era uma capela simples e pequena, da qual só restaram informações documentadas pela campanha de Jesus.[19] 

José de Anchieta foi um missionário que veio em 1553 para o Brasil com a missão de catequizar os índios, ele foi transferido junto a outros jesuítas para a capitania de São Vicente no estado de São Paulo, onde em poucos meses aprendeu a língua indígena, foi o Jesuíta que ficou mais tempo em São Paulo, fez inúmeros trabalhos e grandes sacrifícios em seu primeiro tempo, permaneceu no período de 1554 até 1562, enquanto outros jesuítas se deslocavam com mais frequência para outros lugares.[20]

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