Palladio - Vida e Obra
Por: Nathan_Ferreira • 16/6/2017 • Bibliografia • 2.130 Palavras (9 Páginas) • 1.042 Visualizações
ANDREA PALLADIO: TEORIA E PRÁTICA
Resumo:
O presente artigo foi elaborado a partir do trabalho da disciplina “Teoria da Arquitetura I" do curso de Arquitetura e Urbanismo - UFS. O estudo trata de uma análise da vida e obra de Andrea Palladio e o reconhecimento de sua contribuição teórica e prática para a Arquitetura.
Palavras-chave: Andrea Palladio – Obra – Villa Pisani.
INTRODUÇÃO
Demonstrar a contribuição arquitetônica e analisar as obras de Andrea Palladio no século de XVI, constitui o principal objetivo deste trabalho. Para pesquisar sobre o tema, foi-se necessário realizar um levantamento de dados históricos publicados por vários autores e que foram utilizados no desenvolvimento do artigo.
DESENVOLVIMENTO
I - A vida de Andrea Palladio
Há mais de meio milênio atrás em Pádua, uma pequena cidade na região de Veneto na Itália, nascia um garoto chamado Andréa di Pietro della Gondolla (1508-1580) que somente décadas depois adotaria o nome de Palladio. Nascia em uma família simples, seu pai Pietro della Gondolla era um trabalhador de fábrica e sua mãe Martha detta "la zota" uma simples dona de casa. Em 1521, Palladio torna-se aprendiz de um pedreiro paduano chamado Bartolomeo Cavezza, mas a experiência não dura muito e em 1524, aos 16 anos, muda-se para a Cidade de Vicenza. Em Vicenza, Palladio se junta à Pedemuro San Biagio que o leva a trabalhar em uma oficina especializadas em monumentos e esculturas decorativas de Giovanni di Giacomo da Porlezza e Girolamo Pittoni de Lumignano, que naquela época eram escultores muito famosos em Vicenza. Mais tarde se matricula na guilda de pedreiros e escultores de Vicenza. O trabalho no workshop o faz aproximar de clientes importantes, grandes famílias locais, mas também de arquitetos e intelectuais. Durante estes anos de formação, Palladio desenvolveu as origens do vocabulário de sua arquitetura clássica, derivando elementos de outros arquitetos, acadêmicos e profissionais de regiões próximas; estes incluíram o mestre Giovanni di Giacomo da Porlezza e o paduano Alvise Cornaro em seu círculo arquitetônico, além de outros notáveis arquitetos; Giovanni Maria Falconetto, Michele Sanmicheli, Jacopo Sansovino, Giulio Romano e Sebastiano Serlio, cujo recente Tratado de arquitetura estava disponível para Palladio, livros III e IV. Nessa época Palladio se especializa nos estudos dos elementos clássicos como capitéis e entablamentos, mas o que lhe faltava para uma experiência completa era observar os edifícios originais com seus próprios olhos. Durante a construção de uma casa de campo em Cricoli, para o Conde Gian Giogio Tríssino, um aristocrata, escritor, e humanista, reconheceu o enorme potencial de Palladio e patrocinou sua primeira viagem à Roma em 1541. Palladio retornou a Roma, muitas vezes, com ou sem Trissino, onde ele meticulosamente pesquisando, desenhou e gravou grandes quantidades de informações dos mestres do renascimento; tais como Bramante, Raphael e Michelangelo. Trissino forneceu uma educação humanística e tornou-se o mentor de Palladio, que no final da década de 1530 provavelmente teria criado o pseudônimo do jovem arquiteto. Através de seu estudo sobre os clássicos com Trissino, especialmente o Tratado arquitetônico de Vitrúvio e com o conhecimento em primeira mão de Roma que ele adquiriu ao longo de vários anos, acaba transformando seu discurso arquitetônico e o aproximando substancialmente à arte clássica
II- As obras de Palladio
Segundo Wassel (2008) ao considerar seus projetos anteriores, durante a década de 1540, antes de toda a extensão de seu conhecimento, Palladio faz uso escasso de ordens e outros elementos clássicos em muitas de suas primeiras villas. Em vez disso, ele exibe um interesse inato em geometria como meio de desenho, usando formas simples como o círculo e o semicírculo para adornar suas fachadas, por exemplo na Villa Valmarana, em Vigardolo (iniciada em 1541) e Villa Poiana (iniciado em 1548).
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(Villa Valmarana -1541) (Villa Pojana -1548)
A simetria é uma constante força de estabilização no início e assim permanece durante toda sua carreira. Palladio faz uso das ordens, em palácios e em um pequeno número de casas de campo, para transmitir a importância dos proprietários, no entanto, um importante papel formal dos elementos clássicos é; regular o equilíbrio ritmo da fachada principal, por exemplo no Palazzo Civena (iniciada em 1540), Palazzo Thiene (iniciada em 1542-46), e Palazzo Iseppo Porto (começou em 1549).
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(Palazzo Civena) (Palazzo Thiene ) (Palazzo I. Porto)
Nos interiores das construções Palladio demonstra um gênio natural para moldar o espaço ao abordar preocupações programáticas; o uso de abóbadas, individualmente ou em combinação, e o uso de ar-fresco (Wassel - 2008).
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(interior - Villa Pisani)
No final da década de 1540 e em 1550, como vocabulário clássico mais desenvolvido, Palladio seguiu a uma abordagem mais avançada para suas práxis. Enquanto ainda utilizava seu domínio a geometria e criatividade, Palladio abraçou totalmente o uso das ordens clássicas, que integrou a formas mais sofisticadas. O ritmo uniforme anterior das pilastras ou colunas ao longo da fachada frontal, torna-se mais ricos através do uso de coluna com agrupamento e intercomunicações variadas ligados ao frontão central contendo as ordens. Entablamentos tornam-se mais articulados e proeminente. Ordens de diferentes escalas são combinadas. As intercomunicações são reduzidas a fim de melhor conformidade com as especificações de Vitrúvio. Incluem edifícios deste período de tempo as famosas galerias de Basílica (iniciadas em 1549) que adornam a praça principal de Vicenza e ajudou a estabelecer Palladio como proeminente arquiteto de Veneto, Palazzo Chiericati (iniciada em 1551), Villa Pisani em Montagnana (iniciada em 1552) e a Villa Cornaro (iniciada em 1552).
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