Produzir casas ou construir cidades?
Por: xvixvi • 19/11/2015 • Trabalho acadêmico • 2.212 Palavras (9 Páginas) • 1.809 Visualizações
Capítulo 1- Produzir casas ou construir cidades?
Desafios para um novo Brasil urbano.
A presente pesquisa de João Sette Whitaker Ferreira procurou os sérios problemas que estão infringindo as nossas cidades, causadas pelo segmento econômico. Diante da situação, apresentou propostas arrojadas que se adequassem a uma cidade ideal e mais justa, pensando nos valores e na qualidade dos projetos.
Que cidade queremos para as gerações futuras?
As grandes metrópoles estão sendo sufocadas pela segregação espacial, ou seja, pela insuficiência de espaços decorrentes das dinâmicas sociais. Esse fator permite que as classes de baixa renda se erradiquem para os extremos da cidade em áreas periféricas, porém não possuindo estruturas necessárias para o assentamento de suas habitações.
Diante das grandes metrópoles, as circunstâncias dos problemas são consequências das civilizações anteriores, que por fins de segmento econômico, apropriaram-se das áreas centrais mais privilegiadas, não se dando conta da organização espacial, gerando um conflito irreversível que ocasionou a desigualdade entre as classes sociais.
Será possível o equilíbrio urbano nas grandes cidades? Analisando a situação, esta pergunta nos leva a percorrer vários caminhos e permite chegarmos ao fator principal, os órgãos públicos.
O problema será amenizado se houver a colaboração dos órgãos públicos com o conjunto de arquitetos urbanistas e a sociedade, assim oferecendo uma cidade mais justa e digna de se habitar.
Quais os problemas urbanos a enfrentar?
Nas áreas periféricas brasileiras, a escala de problemas tem sido bastante preocupante, os locais ocupados pela sociedade pobre têm sofrido sérias agressões muitas das vezes irreversíveis ao meio ambiente, que por via de regras, são áreas preservadas por leis, áreas vulneravelmente frágeis.
Em contra partida, os problemas não são apenas nas áreas pobres, mas também em grande escala nos bairros de alto padrão que se isolam da malha urbana ao parecerem bem resolvidos, mas inviavelmente sociais.
Esses bairros ficam isolados e não permitem a conexão social de pessoas, classificando em bairro da malha urbana segmentado restritamente próprio, separado de outras classes sociais.
A problemática situação permite a desigualdade social, que por fator do mercado imobiliário influenciam nessas ações. O mercado imobiliário, em construir prédios residenciais nos centros das cidades, está desfazendo de toda a configuração urbana, que por meio dela permite harmonia e modelam os espaços, expulsando os costumes antigos presentes pela troca de outras atividades.
Na antiga história da população, a necessidade de se locomover era sempre presente pelos automóveis, que foi ocupando os espaços, e a demanda a cada dia se aumentando na preferência de automóveis e não de transportes coletivos.
A engenharia viária diante da situação se preocupou na necessidade de aumentar as vias de trafego, construindo vias expressas em fundo de vales, canalizando os córregos, mas não se dando conta com os impactos que poderiam causar ao meio ambiente.
Nas grandes cidades, as impermeabilizações do solo têm ocasionado sérias consequências em época de chuvas, os espaços que são alagados perdem o seu valor imobiliário, ou seja, as áreas ocupadas pelas enchentes se tornam mais baratas.
O crescimento urbano mesmo motivado pelo crescimento econômico, sem um planejamento adequado, afeta a qualidade de vida se transformando em uma cidade insustentável.
A explosão das cidades na virada do século
O mercado da construção civil no século XX operava em alta, porém o mercado imobiliário privado apenas estava voltado as camadas de maior renda. As políticas públicas não estavam planejadas para atenderem as classes de baixa renda, porém a mesma recorreu aos financiamentos públicos.
As políticas públicas ofereceram benefícios para a classe média, aumentando o crescimento da verticalização habitacional das grandes metrópoles, pela qual o mercado obteve um novo perfil denominado pelas construtoras, chamado de segmento econômico.
Em razão da crise econômica no ano de 2008, o governo federal lançou o programa Minha Casa Minha Vida para aquecer ainda mais o mercado da construção civil, o programa era destinado a atender a classe de renda abaixo de três salários mínimos.
Os conjuntos habitacionais se espalharam para todo o território brasileiro, atendendo a diversas expectativas das famílias mais pobres pela conquista da casa própria.
De quem é a responsabilidade?
Diante da situação, há vários agentes envolvidos, partindo dos órgãos públicos, privados e dos desenvolvimentos das dinâmicas sociais em função da posse de terras.
Desde a colonização urbana, as áreas que possuem infraestrutura eram disputadas pelo setor imobiliário, expulsando os contingentes mais pobres para as áreas periféricas.
Conforme citado no livro, o artigo 6º da Constituição define, a maior responsabilidade está na falta de alternativas de habitação oferecidas pelo mercado e Estado, que como já se afirmou, empurram esse grupo social para os assentamentos precários das periferias, justamente as áreas menos valorizadas.
Vale destacar que no Brasil não há planejamento urbano suficiente para intervir nessas ações, que por meio de fatores públicos dão preferência ao crescimento econômico, desfazendo de toda a padronização urbanística.
Há uma grande preocupação com o crescimento exagerado de construções verticalizadas,movimentação de solo, construções públicas em áreas litorâneas, sem um devido respeito à natureza que sufocam os espaços com a má qualidade nos padrões de urbanização.
E a Arquitetura?
A arquitetura está se extinguindo devido à urbanização intensa, os seus valores tipológicos estão se difundindo, as construções monótonas estão poluindo os espaços sem a empregabilidade das técnicas construtivas.
O que mais me chama a atenção nos tempos atuais são o grande crescimento econômico urbano, os valores urbanísticos e construtivos e a boa arquitetura parecem ter sido esquecidos.
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