Protocolo de Hipertermia Maligna

A hipertermia maligna (HM) é uma síndrome hipermetabólica grave, de origem genética e hereditária, normalmente resulta da resposta hipermetabólica ao uso concomitante de anestésicos inalatórios halogenados e/ou pelo agente bloqueador neuromuscular despolarizante succinilcolina, usados em anestesia geral. (COSTA, et al., 2017). Quanto a fisiopatologia dessa doença, é uma desordem farmacogenética potencialmente fatal que afeta indivíduos predispostos, sendo desencadeada por uma canalopatia que interfere na liberação de cálcio, além de ser uma doença de herança autossômica dominante com penetrância variável (NUNES RBS, et al., 2020). A síndrome tem como principais sinais e sintomas: taquicardia, taquipneia, hipercarbia, hipertermia, rigidez muscular, rabdomiólise, acidose, instabilidade hemodinâmica e insuficiência de múltiplos órgãos. Contudo, as apresentações clínicas são variáveis, sendo desde formas fulminantes, passando por apresentações atípicas ou formas mais brandas com apenas espasmos isolados (SILVA HCA, et al., 2019; COSTA WP, et al., 2017).

Essa síndrome foi descrita em 1960, nota-se também uma maior incidência de HM em jovens, e embora seja estimado que a incidência de episódios quando se utiliza succinilcolina e agentes anestésicos voláteis halogenados esteja entre 1:10.000 e 1:250.000, a raridade do quadro associada à limitação de dados geram dificuldades para avaliar a incidência real de episódios. Concomitante a isso, ressalta-se que a incidência dos episódios de HM varia dependendo de fatores como raça, região, sexo e idade (LIMA RA, et al., 2020).

A sobrevida dos pacientes acometidos por essa desordem está diretamente relacionada ao conhecimento e atenção da equipe médica responsável, pois quanto mais cedo forem reconhecidos os sintomas e iniciada a reversão do quadro de hipertermia maligna, mais chances de evitar efeitos irreversíveis e restabelecer integralmente a saúde do paciente afetado.

Como mecanismo para organizar, integrar e normatizar os processos de trabalho foi elaborado este protocolo. Tendo como objetivos no geral:

Padronizar e estabelecer normas, recomendações e elencar as ações necessárias para um atendimento seguro quanto a assistência do atendimento ao paciente em crise de hipertermia maligna;

Garantir aptidão e presteza da equipe em conduzir uma crise de hipertermia maligna realizando ações assistenciais de forma adequada.