Resenha Cidade e Espaço Público
Por: Lívia Sampaio Azevedo • 26/11/2015 • Resenha • 467 Palavras (2 Páginas) • 644 Visualizações
Resenha
Azevedo Júnior em seu texto “Cidade e espaço público” ressalta as relações históricas entre o espaço-tempo dos humanos. Fala sobre a transformação do tempo biológico para o que ele nomeou de tempo “desnaturalizado” - onde as nossas ações estão a cada dia mais instrumentalizadas atendendo as necessidades artificiais advindas do capitalismo - e sobre o impacto dessa artificialização no meio urbano.
A reflexão sobre a prisão dos comportamentos humanos em relação a cidade é discutida, por estarmos em uma época onde superamos as limitações naturais porém estamos cada dia mais retraídos em nossa zonas de conforto. Percebemos o esvaziamento das ruas, pois as pessoas estão preenchendo seu tempo livre com produtos ou invés de sair para a praça como antigamente para socializar-se.
Para Azevedo Júnior devemos levar em consideração “As diferenciações sociais, a relação com o aparato técnico que compõe o meio urbano, especialmente com os meios de locomoção, os interesses diversos, as possibilidades de consumir os bens que convergem para a cidade e se oferecem àqueles que podem ou não pagar por eles, tudo isso vai conformar essa diversidade de perceber, usar e usufruir a cidade.” A partir desta citação percebemos a existência de várias cidade compondo uma só.
Preocupados com o esfacelamento das cidades os urbanistas foram traçando rumos para uma mudança do comportamento dos cidadãos na cidade. Surgiram duas correntes: urbanismo reformista, que deseja acompanhar a dinâmicas das relações econômicas e sociais garantindo um marco espacial para o melhor desenvolvimento mas sem alterar as atuais relações e um urbanismo que quer romper com os fundamentos, buscando novos modelos que combinem mudanças nas ordens espaciais e sociais.
O que foi visto nesse início foram utopias e um desejo de dominação e enquadramento das classes dominantes, mas é importante considerar a vontade de intervir na cidade, reformando suas estruturas, estimulando pensamentos para a melhoria do viver e do ambiente.
A reversão do quadro de rua como elemento de circular para rua como elemento articulador de diversas funções é essencial. O urbanismo contemporâneo deve dar valorização aos espaços tradicionais, dando a população uma apropriação do espaço público e estimulando a coletividade. Tais atitudes fará com que a cidade seja respeitada como uma produção de toda uma sociedade ao longo do tempo, e para que o crescimento leve em consideração novas possibilidades que não precisem apagar o patrimônio já existente. Então teremos uma apropriação do espaço público em contrapartida ao esvaziamento e as segregações socioespacias.
Percebemos que as ideias de Azevedo Júnior são um começo para conseguir uma cidade onde as várias classes possuam as mesmas oportunidades enfatizando assim a democracia no combate à exclusão, e nos alerta que apenas uma reversão no âmbito espacial não é o suficiente, mas sim repensar o próprio modelo econômico capitalista.
Referências:
- AZEVEDO JÚNIOR, Manoel Teixeira. Cidade e espaço público: transformações e práticas urbanísticas. Belo Horizonte: PUC Minas, 1994.
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