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Resenha - Reflexões sobre a arte

Por:   •  7/12/2017  •  Resenha  •  1.110 Palavras (5 Páginas)  •  400 Visualizações

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Resenha

O livro é introduzido por um reflexão sobre a relação do homem hodierno para com a arte. Esse homem parido em meio às engrenagens do capitalismo, além de majoritariamente definir arte como uma tela renascentista, vê como única forma de se relacionar com a arte a que lhe foi ensinada desde os primeiros anos de vida, o consumo.

No entanto, a segunda reflexão aborda o papel fundamental da arte para o ser humano desde os primórdios de sua existência, bem como seu seu inesgotável e subjetivo significado, que deriva somente da interpretação.

“A arte é um conjunto de atos pelos quais se muda a forma, se transforma a matéria oferecida pela natureza e pela cultura.”

Assim o autor a define, discorrendo depois sobre uma divisão econômico-social do processo construtivo, advinda do império romano. Nela, aos homens livres cabe o trabalho intelectual, as chamadas artes liberales, enquanto aos homens humildes (pobres, não nobres e escravos) cabem os trabalhos manuais, artesanais.

Tal divisão pode ser observada ao longo da história e inclusive na atualidade, transbordando o âmbito artístisco à medida que a parcela baixa da sociedade ocupa e sempre ocupou os cargos braçais de trabalho, enquanto a cultura e os trabalhos intelectuais são reservados a parcela oposta.

A ponte para o próximo capítulo está na liberdade de representação da arte construída, que não necessita mimetizar a natureza, uma vez que tem sua própria verdade estética.

O jogo da arte consiste em, da melhor maneira possível, conciliar essa infinita liberdade ao desafio de encontrar a beleza (inspiração para esta se encontra na natureza) de forma harmônica na obra. Liberdade essa que delimita sua própria prisão, uma vez que ao criar, inventar algo, é preciso também criar sua forma de fazer.

Para Kant, na arte não imitativa ( que não tenta reproduzir algo já existente do nosso universo) está a beleza livre.

Aqui é discorrida uma visão sobre a criação de padrões e rotulação da arte, esta que é capaz de criar uma co-realidade, uma vez vez que resignifica os materiais da nossa.

Na renascença, foi dado um tratamento matemático e quase cartesiano a arte (Da Vinci colocava a pintura num patamar superior à poesia, uma vez que era uma ciência exata), entendendo suas leis estéticas como regras, não só universais, mas também eternas. O erro nessa visão é provado quando cada povo desenvolve e perpetua seus próprios padrões estilisticos, e estes diferem drasticamente do clássico.

O autor nega os Gêneros como responsáveis pela construção artística, no entanto, discorre sobre sua importância para a antiga Retórica. A esta, por seu conjunto de normas específicas, ele era de grande utilidade.

A dissolução fusão dos gêneros, onde eles se desmancham e se misturam quando observados nas obras. A opinião do autor é de que uma obra não pode ser resumida a uma aglutinação de estilos, defendendo que essa é na verdade uma expressão da potência de seu criador. É dito ainda que cabe a hermenêutica analisar cada obra e absorver o significado particular do trançado estiístico utilizado na obra.

Até aqui concluímos que a construção da arte é uma combinação dos conhecimentos técnicos envolvidos no modo de fazer e um estilo, ou uma intuição artístistica, para orientar o “o que” fazer. Porém, é preciso algo mais, há um limite para a arte criada por apenas essas duas entidades, é preciso articular a ciência com a expressão, e agora? A responsável por manusear essa combinação é a imaginação, a “rainha das faculades”.

No entanto, a tendência para toda vertente artística é cair no epigonismo. Isso ocorre quando ela passa a ser somente repetida, copiada, quando a criatividade que a originou se torna um conceito, uma técnica que anseia ser reproduzida.

Arte é conhecimento

O termo em Alemão para Arte, Kunst, deriva da antiga expressão grega “gno”, que indica a idéia geral de saber, pratico ou teórico. Essa relação do saber com a arte é explicada pela sua antiga concepção de mimesis, imitação, cópia da realidade. O retrato de uma experiência dos fenômenos do universo.

Para platão, as várias formas de arte são simulacros. Não obrigatoriamente uma réplica perfeita, e sim análoga. Não reproduz diretamente, mas através de processos sensíveis, remonta ao caráter.

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