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RESENHA: A ARTE DE ESQUECER

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Por:   •  12/11/2014  •  611 Palavras (3 Páginas)  •  1.590 Visualizações

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Artigo: IZQUIERDO, I; BEVILAQUA, LRM; CAMMAROTA, M. A arte de esquecer. Estudos Avançados. 2006

A maior parte das informações que recebemos durante a nossa vida são esquecidas. Os eventos comuns que ocorrem durante o dia-a-dia de toda a nossa vida não são gravados, a não ser que o evento seja altamente emocional ou fora da nossa rotina diária.

Esquecer ou pelo menos manter longe da evocação tem um grande valor adaptativo. Em primeiro lugar, nossa memória tem capacidade limitada, os mecanismos de memória se saturam. Memórias desagradáveis nem sempre tem função protetiva e muitas vezes, como maus momentos, desgostos, medos, mágoas, fobias, estresse pós-traumático podem pertubar significativamente a vida do sujeito. Além disso, se passássemos todo o tempo ocupados no processo de construção de memórias, provavelmente não haveria espaço para execução de outras tarefas congnitivas da vida de relação.

Existem muitas formas de esquecimento. A forma mais estudada é a extinção, mas também existe a repressão, popularizada por Freud, a memória de trabalho, que dura apenas alguns segundos, a memória de curta duração e algumas memórias que duram apenas alguns dias, sendo esquecidas depois deste período. Existe também, o esquecimento real, que são memórias que desaparecem por falta de uso.

A extinção tem um valor adaptativo muito grande para os seres humanos, pois impede que as pessoas insistam na realização de comportamentos ou manutenção de pensamentos que já não se ligam com a sua realidade atual. Este fenômeno ocorre quando se reaprende que o estímulo condicionante não é mais ligado ao estímulo incondicionado e portanto a resposta de outrora deixa de acontecer por não ser mais necessária. A extinção da memória é muito utilizada até hoje na terapia de exposição com bons resultados no tratamento de fobias, em que o paciente é exposto a situações disparadoras do seu medo porém estando em condições “protegidas” oposto ao estímulo original.

A repressão de memórias pode ser voluntária ou inconsciente. Na repressão voluntária as pessoas tentam não evocar memórias que podem causar desagrado, mal-estar ou prejuízo naquele momento e na repressão inconsciente o cérebro faz isso por conta própria numa tentativa de autoproteção.

Portanto, a extinção e a repressão não equivalem ao esquecimento real que consiste na perda real das memórias. Ambas são mecanismos ativos e podem voltar à tona espontaneamente ou como consequência de estímulos específicos.

A memória de trabalho retém as informações na medida em essas vão aparecendo essencialmente “on line” ou por um curto período de tempo. Dura no máximo 6 horas e funciona como um “albergue provisório” para a informação até que este tome seu destino de se manter mais estável ou desapareça.

Têm-se demonstrado um mecanismo chamado manutenção na construção de uma memória de longa duração em que são necessárias a expressão gênica e síntese proteica nas primeiras três, seis e até doze horas depois de aprendidas a informação em regiões específicas do cérebro.

Além dessas, existem diversas maneiras de inibir a evocação de memórias e muitas delas se perdem de forma irreversível. Memórias ligadas a um forte conteúdo emocional são formados com participação das vias nervosas que regulam

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