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A Análise das Demonstrações Contábeis

Por:   •  30/9/2023  •  Artigo  •  2.073 Palavras (9 Páginas)  •  52 Visualizações

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Universidade Federal de Juiz de Fora
Faculdade de Administração e Ciências Contábeis
Departameno de Finanças e Controladoria
FIN 034 – Análise das Demonstrações Contábeis

TRABALHO ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA

Parte 2 – Análise Horizontal e Análise Vertical

BRASKEM

Felipe T. S. Oliveira, Isaias C. Honorato, João Pedro A. B. Schoralick, Misael Nóbrega e Pedro Nitzsche

ATIVO

Ao analisarmos o ativo total da empresa é possível perceber uma flutuação. Um aumento de 3,5% no segundo ano e uma queda no terceiro ano (em relação com o segundo), voltando a um valor parecido com o do ano base.  Percebe-se no ativo referente ao ano de 2021 um crescimento de 7,5% em relação à 2020 e uma redução de 5,2% em relação à 2021. Essa variação segue a mesma tendência do ativo circulante que aumentou primeiro ano depois do ano base e diminuiu logo no ano seguinte. A variação se explica principalmente nas contas mais relevantes do ativo circulante que são as contas a receber e o estoque.

O subgrupo Contas a receber aumentou 56,1% no ano de 2021 e diminuiu 21,3% em 2022 (relacionados ao ano base) e diminuiu 1,4% da sua participação no ativo total. Junto com o crescimento da participação do estoque em relação à 2020, isso pode evidenciar uma diminuição nas saídas e um acúmulo de estoques na empresa (já que as contas a receber de longo prazo cessaram em 2021 e 2022. Todas as contas devedoras foram zeradas no RLP.

Os valores de Imposto de renda e contribuição social caíram drasticamente em 2022 (tanto de forma horizontal quanto de forma vertical), o que é explicado quando vemos a decadência do Lucro/Prejuízo Consolidado do Período de 2022 se comparado aos outros anos.

No ativo circulante, podemos perceber um aumento mais significativo no segundo ano, 14,9%. Esse aumento é relacionado com um aumento na conta estoques nesse ano, de 94,8%. Já no terceiro ano o ativo circulante volta a um nível parecido ao ano base (0,8 % de variação).

No subgrupo contas a receber a curto prazo é perceptível um aumento grande no segundo ano (56%) e uma redução no terceiro ano, porém mesmo com essa redução ainda se percebe um aumento em relação ao ano base (21,3%).

Quando observamos o ativo não circulante, é possível notar uma pequena variação, um aumento de 2,7 % em 2022 e 3,3% no terceiro ano, em relação ao ano base.

Em relação ao imobilizado, trata-se de uma das maiores contas no ativo, apresentando mais de 45% de participação na AV. Percebemos um incremento interessante, principalmente o aumento de 7,4 % no terceiro ano. Deve-se enxergar a conta imobilizado em operação, que compõe a maior parte do imobilizado.

PASSIVO

Após analisar os valores do passivo circulante em relação ao total do passivo, podemos concluir que o PC apresentou os valores de R$28.387.174, que equivale cerca de 32,98% do passivo total em 2020, e quando comparamos com os próximos exercícios (2021 e 2022), notamos que há uma queda na participação, atingindo cerca de 27% nos dois últimos exercícios. Isso significa que a empresa está aumentando sua participação em contas de longo prazo. E grande parte está alocada em empréstimos.

A participação dos Fornecedores em 2020, em relação ao total do passivo foi de R$9.946.315, representando cerca de 11,55% do passivo total. Vemos que em 2021 e 2022, a conta Fornecedores aumentou em cerca de 1,5%, ou seja, isso indica que a empresa tem aumentado suas obrigações com seus fornecedores, mesmo que não seja tão significante. Um ponto interessante, é que no PNC, a conta fornecedores, apresenta saldo apenas em 2020, e ainda assim, com baixos valores.

A conta Outras obrigações apresenta um valor de R$9.961.170 de saldo em 2020, representando cerca de 11,57% do passivo total. Notamos que essa conta nos próximos exercícios passa por uma redução bem significativa, partindo para R$2.744.950, representando 2,97% em 2021. E R$3.813.012 representando 4,33% em 2022. Indicando que a empresa buscou diminuir suas despesas e conseguiu reduzir proporcionalmente quase três vezes seu valor em um ano.

Com base nos dados a seguir, podemos observar que a Braskem possui no Passivo Não Circulante, uma participação bem significativa relacionada ao valor do passivo total. Em 2020, o saldo foi de R$61.563.263, representando 71,52%, ou seja, quase 3/4 do passivo aplicado em obrigações de longo prazo. Em 2021, a conta apresentou um saldo de R$61.167.017, uma queda de 5,44% em relação ao ano anterior. E no ano seguinte, apresenta outra redução. Porém, dessa vez, podemos notar algo interessante: em 2022, o valor em questão diminuiu para R$57.755.394, uma redução de pouco mais de 3 milhões em relação ao ano de 2021, porém representando uma queda percentual de cerca 0,49% quando comparado ao saldo de 2021. Isso indica que apesar da diminuição dos valores do PNC, houve, no mesmo período, um aumento significativo no PC, que compensou a queda percentual, apesar da baixa no valor do saldo.

DRE

A receita de vendas da Braskem praticamente dobrou de 2020 (ano-base) para 2021, indo de R$ 58.543.494 para R$ 105.625.201, fato justificado pela empresa pelo maior preço de PE, resinas e principais químicos no mercado internacional. Em reais, a receita em 2021 foi superior à 2020 (+80,42%) em função dos motivos explicados acima, além da depreciação do real frente ao dólar entre os períodos.  Ao passo que em 2022 sua receita de vendas caiu um pouco, indo para R$ 96.519.284, com variação de 64,87% em relação à 2020.

O custo dos produtos vendidos em 2020 apresentou um índice de 80,85% pela AV, em relação à receita líquida. Em 2021 os números foram melhores, com índice de 69,65%, embora em 2022 o resultado da AV apresentado foi ainda maior que em 2020 (88,23%). Tal aumento foi explicado, principalmente, pelo maior preço considerando a média móvel das principais matérias-primas petroquímicas no mercado internacional, influenciado principalmente pelo aumento nos preços do petróleo e gás natural no mercado internacional. No ano de 2022, o CPV foi impactado no montante líquido de R$ 352 milhões, referente ao efeito contábil de realização dos estoques devido aos maiores custos de produção, principalmente, de nafta adquirida em períodos anteriores. A diminuição do CPV em relação à receita de venda em 2021 ajudou a elevar o índice de participação do resultado bruto neste ano, saltando de 19,15% em 2020 para 30,35%. O que significa que a empresa conseguiu aumentar sua lucratividade. em todos os anos estudados os Custos de bens e serviços foram os que mais influenciaram seus resultados. Nota-se que no ano de 2020, do valor total da receita bruta, mais 80% são referentes a tais custos. No ano de 2021 aproximadamente 69,65% se referem custos dos bens e serviços da empresa, e em 2022 tivemos por alcançar 90%. Fazendo uma comparação horizontal em relação ao ano de 2020, vemos que o resultado bruto teve um grande aumento, pois quase triplicou o seu valor. Do ano de 2020 para o ano de 2021 o aumento foi de mais de 185%. Porém, no ano de 2022 esse indicador não se manteve, resultando um percentual de pouco mais de 1%, o que faz com que esse valor não tenha tanta relevância, analisando no contexto geral da empresa. Esse aumento pouco considerado pode estar ligado ao aumento dos custos com bens e serviços no ano de 2022, pois, embora a receita também tenha aumentado, podemos perceber que esses custos tiveram um aumento de quase 80% em relação ao ano base, o que fez com que o resultado se mantivesse no patamar que o primeiro ano. O que pode comprovar essa realidade é o percentual de quanto os custos dos produtos representam o total da receita bruta.

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