A Educação Financeira

RESUMO EXPANDIDO: EDUCAÇÃO FINANCEIRA INFANTIL: ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS DOCENTES EM UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO DE MONTES CLAROS-MG

Introdução

Por motivos culturais, religiosos e até mesmo sociais evita-se falar sobre dinheiro, habituou-se a tocar nesse assunto somente quando ele se torna um problema. Não ter medo de falar sobre dinheiro, não ter medo de falar de finanças pessoais é o primeiro passo para organizar a vida financeira (ARCURI 2018).

Os problemas que famílias sofrem em relação ao dinheiro é muitas vezes causado pela falta do diálogo financeiro que são influenciados por motivos culturais, religiosos e até mesmo sociais, mas é necessário quebrar o gelo sobre o assunto financeiro. Contudo, um dos passos para melhorar a situação financeira é ter conhecimento financeiro, ou seja, conversar de dinheiro e o caminho para adquirir esse conhecimento financeiro pode ser a educação financeira, sendo ela a chave para comunidades desenvolvidas.

No Brasil há um crescimento de inadimplentes, devido perda de emprego; queda na renda real; empréstimo do nome para consumo de terceiros e compras feitas sem controle, são um dos fatores intimamente relacionados com pessoas sem nenhum conhecimento dos produtos financeiros. A educação financeira auxiliaria a reverter essa situação, pois com esse conhecimento a população saberia estabelecer um equilíbrio entre os gastos diários, entre os valores que se deve poupar e investir, pensando no longo prazo. (KASSARDJIAN, 2013).

Kassardjian (2013) acrescenta que a educação financeira infantil é o passo inicial que auxiliaria a criança a criar bases para que na vida adulta possa ter uma relação equilibrada e responsável com seu dinheiro.

A educação financeira é importante para uma vida financeira equilibrada, mas é no período infantil escolar que faz um diferencial tendo mais consciência a criar uma boa relação com suas próprias finanças.

E nesse período que a escola tem um papel significativo a desenvolver parte com a criança uma sociedade consciente em termos de gestão financeira. Assim, tem-se o seguinte problema de pesquisa: qual a percepção dos profissionais de uma escola pública sobre o ensino da educação financeira infantil?

Como objetivo geral busca-se analisar a percepção dos profissionais da educação de uma escola pública sobre o ensino da educação financeira infantil.

 Como objetivo específico procura-se: verificar se existe no projeto político pedagógico disciplina que trata da educação financeira infantil e de que forma ela é trabalhada. Verificar a percepção dos docentes sobre a importância do ensino da educação financeira infantil. Verificar se a gestão superior da escola se preocupa com a formação das crianças no que se refere à educação financeira. Verificar se supervisores de ensino trabalham com os docentes o tema educação financeira infantil e de que forma.

Acredita-se que com o resultado deste trabalho a sociedade possa perceber a escola pública aborda e trabalha o tema educação financeira com as crianças, além de entender a visão que os profissionais de educação dessas escolas têm sobre o tema. Por fim, espera-se que as informações geradas por esse trabalho permitam ter um maior entendimento sobre a situação do ensino da educação financeira infantil em Montes Claros – MG.

Tem-se como autores que se aventuraram a escrever e pesquisar sobre o tema educação financeira Stephani (2005) que entrevistou alunos de um projeto com intuito de entender a correlação entre educação financeira e autonomia, Savoia, Saito e De Angelis Santana (2007), que através de estudo bibliográfico e documental, avaliaram como é a educação financeira no Brasil, D`Aquino (2014) que apresenta passo a passo de como educar as crianças financeiramente, Kassardjian (2013) que procurou entender como a educação financeira infantil pode auxiliar na formação do adultos, Meinberg et al. (2017) que traz a forma de como cuidar melhor de si e do próprio dinheiro e, por fim, Arcuri (2018) que elabora dez passos a se seguir para lidar com as fianças pessoais e não ter problemas financeiros.

Material e Métodos

Para a coleta de dados utilizou-se de entrevista semiestruturada com os gestores (direção e supervisão) e de questionário com os professores. Foi feito pré-teste com uma professora da rede pública a fim de validar o instrumento. Após a validação o questionário foi aplicado com um retorno de 85% (18 questionários respondidos de um total de 21 entregues). Os dados foram tabulados e evidenciados em quadros, tabelas e gráficos.

Resultados e Discussão

Um dos primeiros objetivos dessa pesquisa foi o de verificar se existe no Projeto Político Pedagógico – PPP disciplina que trata da educação financeira infantil e de que forma ela é trabalhada. Na (Fig. 1) Verificou-se que 38,46% acreditam ter médio conhecimento sobre educação financeira, 30,77% consideram ter pouco conhecimento sobre educação financeira e 15,38% consideram não possuir nenhum conhecimento acerca da educação financeira. Sendo apenas 7,69% dos docentes consideram ter bastante conhecimento em educação financeira e o mesmo 7,69% considera ter total conhecimento do tema. Na (Fig.2) Ao analisar a importância de se trabalhar o tema em sala de aula, verifica-se 85% dos respondentes acreditam que o tema deve sim ser trabalhado, 8 % acreditam que o tema não deve ser trabalhado em sala de aula e 8% não responderam. Dos docentes que foram favoráveis a trazer o tema educação financeiras para sala de aula 100% acreditam que a criança é capaz de absorver tal conhecimento e que o estudo pode influenciar sua vida adulta.

Buscou-se também entender qual a percepção dos profissionais sobre a quem caberia a responsabilidade de educar financeiramente as crianças. Estes dados encontram-se evidenciados na (Fig. 3), os docentes possuem papel de suma importância na formação da sociedade, e após analisar as respostas dos mesmos, foi possível observar que a responsabilidade de se educar financeiramente, é de todos, sendo uma tarefa de total cooperação, dos pais ao escolher a instituição que dê o foco que esse tema merece, e ajudando a aplicar os conhecimentos. Na visão de D’Aquino (2014) é fundamental o professor ser bem preparado e tenha conhecimento para ensinar seus alunos e os estimule a ter senso crítico em diversos temas, é importante a capacitação dos docentes, mas é preciso primeiro abarcar a educação financeira na vida dos professores para que transmitam o tema. Na (Fig. 4) verificou-se nas entrevistas que não houve capacitação sobre o tema durante a formação de ambas as entrevistadas, seja na graduação ou pós-graduação, o que mostra uma lacuna importante a ser preenchida pelos cursos de formação de professores.