A Escola administrativa ou Lombard

Escola Administrativa ou Lombarda

O século XIX foi prodigioso no desenvolvimento contábil. Uma de suas tendências mais marcante foi a escola administrativo, ou lombarda, que teve como seu principal mentor Francesco Villar. Outro colaborador de destaque dessa escola foi Antônio Tonzig.

O fator propulsor desse movimento contábil foi a conexão entre aos elementos contabilísticos, principalmente técnicos e doutrinários e elementos econômico-administrativos. Essa ligação ocorreu da inclusão na Contabilidade de fatores econômicos de produção e de consumo que faziam parte da gestão das entidades, como forma de melhor qualificar a informação sobre essa gestão. A administração das entidades passou a ser o alvo central de interesse dos estudiosos contábeis.

O ponto central da escola lombarda é a relação entre a Administração Econômica e a Contabilidade. Villa procurou aplicar os princípios econômicos gerais ao campo da Contabilidade, especialmente os postulados da economia clássica, ou seja, reduzir  os esforços ao mínimo, ter a máxima utilidade e produzir com forças adicionais aquilo que não seria possível obter sem esse.

Villa defendeu em seu trabalho que a instituição de um novo empreendimento deveria ser precedida de um acurado cálculo matemático de conveniência, verificando o consumo de bens da entidade, o tempo necessário de retorno do capital investido, o possível tempo de permanência do produto novo no mercado, o custo de aquisição de novas máquinas, da matéria-prima, além de outros desembolso necessários para o empreendimento. Essa proposta de Villa Traduz sua preocupação como estudo econômico da gestão das organizações.

Outro ponto que deve ser observado diz respeito à valorização dos ativos permanentes. No campo da administração agrícola, o principio enunciado por Villa para avaliação dos fundos, dos produtos fabricados, dos créditos e dos empréstimos é o mesmo adotado pelo senso comum de todos os estudiosos contábeis da época. Uma proposta revolucionária foi feita para administrações de empresas manufatureiras e comerciais, pois o principio de avaliação proposto concentrou-se em uma proposta econômica muito profunda para a época.

Muito críticos dessa escola apontam para o fato de que existia uma certa confusão de conceitos na cabeça de seus pensadores, especialmente em termos de conceituação. Em várias passagens de sua obra, Villa não demonstrou uma ideia clara do conceito de administração, de Administração Econômica e de Contabilidade. Em algumas definições, Contabilidade foi considerada apenas como o conteúdo de livros; em outras foi confundida com Administração e em outras, elevada a uma disciplina fortemente desenvolvida.

Um dos maiores méritos dessa escola foi a desvincular a Contabilidade do campo do formalismo das cifras e dos números, que dominavam o campo de interesse dos estudiosos da época. Especialmente Villa pode ser considerado o precursor do estudo da Contabilidade como fonte de informação gerencial.

Ajuntando-se a Villa, Tonzig também contribuiu para o desenvolvimento da escola lombarda ao afirmar que a Contabilidade ensina a maneira mais segura de se ter com clareza a continuidade e a representatividade do estado da substância, dos acontecimentos e do resultado de toda administração.