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A Fisiologia da Audição- Introdução à Classificação das Perdas Auditivas

Por:   •  2/8/2023  •  Projeto de pesquisa  •  2.515 Palavras (11 Páginas)  •  90 Visualizações

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Introdução À Audiologia Clínica

Fisiologia da Audição- Introdução à Classificação das Perdas Auditivas

  •  Distúrbios/transtornos da audição: 

- Condições que prejudicam a transmissão dos impulsos e informações auditivas da orelha para o córtex temporal, incluindo as vias auditivas centrais

 - Qualquer alteração na captação, transmissão, amplificação, transdução, codificação, decodificação ou integração sonora - várias classificações: localização topográfica é a mais usual porque indica características comuns das alterações.

  • Classificação – distúrbios:
  • CONDUTIVOS (OE/OM)
  • NEUROSSENSORIAIS (OI)                 = relação direta com a fisiologia da audição            
  • MISTOS (OE e/ou OM + OI)
  • CENTRAIS (vias centrais)

[pic 1]

- Orelha externa: pavilhão auricular + membrana timpânica

- Orelha média: começa na membrana timpânica + ossículo estribo

- Orelha interna: cóclea + canais vestibulares + nervo auditivo -> vias auditivas centrais

  • Divisão do sistema auditivo:

 1) ORELHA EXTERNA (OE):

  • Proteção (pela cera e pêlos);
  • Captação (pelo pavilhão auricular, amplia a superfície da orelha para captar a onda sonora);
  • Condução (pelo canal auditivo) das ondas até a membrana timpânica (MT)

*LOCALIZAÇÃO SONORA: se dá pela diferença de tempo e intensidade de som para cada orelha -> a diferença ocorre na via auditiva central, não perifericamente, pois ocorre comparação entre ambas orelhas no cruzamento das vias direita e esquerda no TE // além disso, a OE também auxilia na localização em cima e embaixo dos sons quando a localização é a mesma.

OBS: quando o implante coclear é colocado nas duas orelhas, a pessoa tem melhor localização do som, mas perde-se a percepção cima/baixo da onda

2) ORELHA MÉDIA (OM): 4 funções

  • Membrana timpânica vibra com a onda sonora;
  • A membrana transforma a onda sonora em energia mecânica: amplifica essa energia pelo sistema tímpano-ossicular -> essa transformação causa perda de energia: recuperada pelos ossículos para que não se escute menos do que realmente ocorre
  • Regulação da Pressão (dentro e fora da membrana timpânica)- Tuba Auditiva
  • *AMPLIFICAÇÃO DO SOM: MECANISMO 1: ALAVANCA – movimento da ponta dos ossículos aumenta a energia transmitida da membrana timpânica para a janela oval // MECANISMO 2: diferença de área da membrana timpânica para a janela oval – concentra a energia de um maior em um menor -> potencializa a energia
  • *MÚSCULOS OM – reflexo estapediano: dois músculos que diminuem a movimentação da cadeia ossicular para proteger a OI de sons muito intensos -> arco reflexo contrai os músculos, deixando a cadeia ossicular mais durinha e fazendo com que passe menos energia (SOM INTENSO COM MENOS INTENSIDADE) - esse reflexo acústico faz parte do exame da imitanciometria – reflexo não acontece quando a OM está inflamada - na OM há a abertura tuba auditiva: comunica OM com nasofaringe para igualar pressão entre meio externo e interno – fora e dentro da membrana timpânica [na imitanciometria, com a mobilidade da membrana timpânica, a tuba auditiva também está em perfeito estado]

3) ORELHA INTERNA (OI):

  • Equilíbrio
  • Transdução da energia mecânica em impulsos elétricos pela cóclea
  • Captação dos estímulos de aceleração e transdução destes movimentos para impulsos elétricos (canais semicirculares e vestíbulo)
  • A energia se transforma primeiro de mecânica para hidráulica, depois para energia elétrica. Com isso, há recuperação de energia: amplificação
  • Organização tonotópica (em termos de frequência)
  • Algumas doenças auditivas podem causar tontura no paciente devido a proximidade entre cóclea e os canais semicirculares

ORELHA EXTERNA:

  • Pavilhão auricular: Coleta e dirige as ondas sonoras para o meato acústico externo.
  • Auxilia na localização sonora:  localização vertical- maneira que o som incide no pavilhão auricular (em cima ou embaixo)

Obs: diferença de tempo da chegada do som em cada orelha e diferença de intensidade (mais alto de um lado)---> localização horizontal= NÂO É PERIFÉRICA.

  • Meato acústico externo: É o canal que vai desde o pavilhão até a membrana timpânica e conduz a onda sonora até a membrana timpânica.
  • Tem uma porção cartilaginosa (1/3 externo) e uma porção óssea (dentro do osso temporal), 2/3 mais internamente.
  • O canal é revestido internamente por pele rica em pêlos, glândulas sebáceas e glândulas ceruminosas (glândulas sudoríparas modificadas). O produto de secreção das duas glândulas é o cerúmen (substância pastosa de cor marrom). Tanto o cerúmen quanto os pêlos têm a função de proteção, dificultando a entrada de objetos estranhos.
  • Uma vez que o MAE é, essencialmente, um tubo cilíndrico, associado ao pavilhão auricular, promove uma capacidade de ressonância acústica que melhora a entrada do som.
  • Leve amplificação
  • Amplificação de 10-15 dB principalmente nas frequências mais altas de 2 a 5000 Hz e pode também não produzir nenhuma alteração, depende da alteração (ex: leve)
  • Captação e condução das ondas sonoras até a membrana timpânica / Produz pequena amplificação (10 – 15 dB => 2 – 5 kHz)

  • *OE – DISTÚRBIO:
  • Perda auditiva condutiva
  • Audição normal ou perda auditiva de grau leve (dependendo do grau de obstrução)
  • Autofonia: ouvir a própria voz
  • Sensação de ouvido tampado
  • Tinnitus (zumbido)
  • Sem considerar as malformações (ausência de pavilhão, meato acústico) – dependendo do comprometimento, determinam limiares auditivos mais comprometidos
  • Ex: otite externa aguda, patologia do cerúmen etc.

ORELHA MÉDIA:

  • MT + ossículos + tuba auditiva -> transformação da onda sonora em energia mecânica
  • Quando a onda sonora chega na membrana, causa sua vibração e esta vibração é transmitida aos ossículos (transformação da onda sonora em mecânica).
  • Tuba auditiva: estabelece a ligação entre a orelha média e a nasofaringe. A tuba auditiva encontra-se, normalmente, fechada, mas se abre no ato da deglutição e do bocejo para equilibrar a pressão externa com a da orelha média.
  • Ossículos: Funções: transmitir as vibrações sonoras que chegam através dos movimentos da membrana timpânica para a cóclea; evitar que a orelha interna receba vibrações sonoras excessivamente fortes. Martelo, bigorna e estribo (são articulados em série). Estes ossículos formam uma cadeia que fica suspensa, dentro da cavidade timpânica. O martelo está aderido à membrana timpânica com a bigorna interposta entre ele e o estribo, o qual está aderido à janela oval. Os ossículos são articulados uns aos outros e se movem como alavancas, permitindo que a vibração seja levada da membrana timpânica até a janela oval, onde o estribo está ligado.
  • Os músculos tensor do tímpano e estapédio, quando contraídos, diminuem a movimentação da membrana timpânica e do estribo, causando assim, a diminuição da vibração mecânica que chegará à cóclea, evitando danos à orelha interna. Estes músculos são contraídos quando sons muitos intensos chegam à orelha. A contração destes músculos é reflexa e denominada de reflexo acústico.
  • Como o estribo está ligado à janela oval, a vibração transmitida pelos ossículos é também transmitida à janela oval. A janela oval é a entrada da vibração mecânica para a cóclea, que é preenchida por líquido. Na transmissão da energia mecânica do meio aéreo para o meio líquido, ocorre perda de energia. Contudo, dois mecanismos da orelha média contornam esta situação de perda de energia: o sistema de alavancas e a diferença de área entre a membrana timpânica e a janela oval.

[pic 2]

  • *OM – DISTÚRBIOS:
  • Se a movimentação do sistema tímpano ossicular diminuído – perda auditiva condutiva leve (podendo chegar a moderada se houver comprometimento extremo). Ex: presença de líquido, otospongiose / otosclerose, disfunção tubária, etc.
  • Se a transmissão da energia estiver impedida – perda condutiva pode chegar à 60 dB, pois energia não chega no estribo. Ex: disjunção da cadeia ossicular por trauma ou necrose da bigorna, etc.

- Se a perda auditiva for severa, não pode ser puramente condutiva -> a OM só tem amplificação de 40 dB, se a perda ultrapassa 70 dB não é só condutiva, pode ser neurossensorial (ex)

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