A INFLUÊNCIA DA ESTRATÉGIA E ESTRUTURA DA ORGANIZAÇÃO SOBRE A CONFIGURAÇÃO DE ESCRITÓRIOS DE PROJETOS: O CASO VALE
Por: erik hauptman • 13/4/2015 • Bibliografia • 2.471 Palavras (10 Páginas) • 324 Visualizações
A INFLUÊNCIA DA ESTRATÉGIA E ESTRUTURA DA ORGANIZAÇÃO SOBRE
A CONFIGURAÇÃO DE ESCRITÓRIOS DE PROJETOS: O CASO VALE
Resenha
PRELIMINARES: A gestão de projetos surgiu como uma alternativa competente para viabilizar mudanças organizacionais. O objetivo do trabalho é identificar a influência das demandas do ambiente sobre a estratégia e a estrutura da organização, bem como caracterizar a influência da estratégia e estrutura da empresa sobre a configuração dos Escritórios de Projetos da VALE. Os resultados encontrados indicam que as demandas ambientais influenciam a estratégia de curto e médio prazo da organização, enquanto a estratégia de longo prazo da Vale foi a principal influência nas alterações da estrutura para viabilizar o atingimento de novos padrões de competitividade.
A conjuntura econômica mundial tem influenciado forte e positivamente o desempenho da produção mineral do Brasil. O processo de modernização dos países em desenvolvimento (especialmente a China), associado ao fator agravante de sub- investimentos no setor mineral nos últimos 30 anos, resultou no constrangimento da oferta brasileira, que está em média três a cinco anos de atraso em relação à demanda atual do mercado. Logo, o aquecimento da demanda mineral passou a exigir uma vigorosa trajetória de mudança das práticas e conceitos vigentes nas organizações durante o longo período de dormência do setor. Para maximizar a gestão de projetos nos diversos departamentos foram criados vários escritórios de Projetos na Vale, com diferentes motivações, atribuições, abrangência e reporte hierárquico-funcional. Foram escolhidos três Escritórios de Projetos para composição da amostra: um PMO como representante da operação; um segundo PMO como representante da administração e um terceiro PMO para o grupo funcional de serviços compartilhados da Vale. Todos os escritórios de projetos identificados na Vale, são vulgarmente conhecido como “PMO XXXX” – a sigla de Project Management Office associada às quatro letras que identificam o departamento ao qual respondem na empresa: PMO OPE – operações; PMO ADM – administração; PMO CSC- serviços compartilhados.
- PMO OPE já nasceu com seu foco tático-metodológico definido em função de ter sido criado por meio de um projeto e com o desafio de “contribuir para uma reversão radical do projeto. foi iniciado em setembro de 2006 com 3 anos de duração. No período de duração do projeto estão previstas avaliações de efetividade, utilização, satisfação da metodologia e PMO, além do nível de maturidade da área.
- PMO ADM foi criado junto com o departamento, em julho de 2006. Nasceu focado no acompanhamento e gestão de projetos de automação de processos, o que já era uma “cultura do próprio diretor em funções e projetos anteriores. em orçamentos específicos por projeto e programa, conforme informa GA1. A principal motivação para criação do PMO ADM foi a necessidade de confiabilidade e regularidade na geração de informações sobre o andamento da carteira de projetos da área demandada pelo diretor, visando a tomada de decisão em nível executivo.
- PMO CSC, como é conhecido o escritório de projetos do departamento de serviços compartilhados, foi criado em janeiro de 2007, em decorrência da implementação deste modelo de operação na Vale. O principal papel do PMO CSC é “garantir a execução da carteira de projetos, dentro do escopo, tempo e custos definidos”, suportando a implantação e o crescimento do CSC.
Surge a Crise Financeira Mundial de 2008: impactos nos Escritórios de Projetos; Em março de 2008, ao divulgar os resultados de 2007, a Vale avaliou que o dinamismo das maiores economias emergentes, como China e Índia, concorreria para compensar o efeito da contração do crescimento das economias desenvolvidas, Estados Unidos, Europa e Japão. Além disso, uma firme expectativa de mercado doméstico no Brasil também contribuiria para a sustentabilidade das empresas com base no país. No entanto, em 10/10/2008, a Bolsa de Valores de New York despencou pelo sétimo dia consecutivo, registrando a pior queda em 21 anos. Foi este momento em que se começou a visualizar com mais clareza a dimensão do desaquecimento. Além dos bancos, as ações de grandes empresas diretamente ligadas ao consumo também. Em novembro, já não era mais a crise de crédito, recém instalada, a maior fonte de preocupação para o governo de vários países, mas a dramática redução de preços e da demanda de vários produtos, sobretudo das commodities. Esta contração do mercado afetou fortemente o Brasil, cuja balança comercial é solidamente apoiada nestas matérias-primas, e em especial, as mineradoras e siderurgias. Depois de cinco anos de altas consecutivas, quando acumulou um ganho de 370%, o preço do minério deve sofreu sua primeira retração nas negociações de 2009. Segundo especialistas do segmento mineral, diante do declínio na demanda e na cotação do ferro no mercado internacional, a Vale não conseguirá evitar uma redução de pelo menos 20% nos preços. Para GA1, do PMO ADM, o preço mudou o foco: “a crise derrubou o planejamento existente. Todo o portfólio de projetos deverá ser revisto em função das novas opções estratégicas da Companhia: onde e em que ritmo quer crescer, que produtos e mercados quer privilegiar”.
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