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A Subjetividade Atividades Acordo

Por:   •  13/7/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.394 Palavras (10 Páginas)  •  227 Visualizações

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Subjetividade e Modos de Subjetivação

Docente: Paula Rita Bacellar Gonzaga

Discente: Karoline Silva Zampronho

Estudo dirigido: Aula Psicologia Sócio Histórica

  1. É correto afirmar que o florescimento da Psicologia, como ciência do indivíduo, só foi possível devido as mudanças que o capitalismo e o liberalismo produziram na sociedade? Por quê?  

  Sim. Porque, muitos avanços existentes se deram após a colonização do Brasil e no Século XIX que o Brasil passou a ser império. As idéias psicológicas colaboraram na educação e industrialização, visto que o florescimento se deu com maior exigências após a industrialização do Brasil. O desenvolvimento dos testes psicológicos foi um grande marco no qual institucionalizou a psicologia como profissão sendo reconhecida em 1962, além disso a psicologia permitia melhorar as condições de vida das elites brasileiras.

  1. A partir das proposições da Psicologia Sócio-Histórica o fenômeno psicológico não deve ser admitido como uma característica naturalmente humana, por quê? Qual a proposta de compreensão do fenômeno psicológico a partir dessa perspectiva teórica?

A noção do eu e a individualização se desenvolveu com a história do capitalismo, a idéia dos componentes individuais e pessoais, permitiu o desenvolvimento dos sentimentos de eu, sendo necessária a psicologia para estes sentimentos e fenômenos. O liberalismo proporcionou estas idéias de igualdade natural entre os homens, os questionamentos produzidos e desigualdades foram importantes para marcar o feudalismo. O liberalismo construiu a noção de diferenças individuais, as condições históricas propiciaram o surgimento da psicologia e do fenômeno psicológico, além disso, a concepção de fenômeno psicológico produziu as idéias “naturalizadoras”.

  1. De acordo com as respostas que Bock obteve em sua tese de doutorado para muitas profissionais de psicologia o fenômeno psicologia ainda se situa num nível de interioridade dos indivíduos. Prado Filho e Martins no texto ‘Subjetividade como objeto das Psicologia’ apresentam críticas consistentes sobre a associação de subjetividade e interioridade na Psicologia. A partir das formulações apresentadas nesses dois textos responda: quais as reverberações dessa associação subjetividade/interioridade no que tange a assumpção das desigualdades sociais como um problema pertinente a Psicologia?

A subjetividade/interioridade é produzida através de muitos fatores possuinte de um indivíduo, entre eles é relatado a cognição, mente, consciências, identidade, mas também as interpretações e uma dimensão das emoções, desejo, e o “reino da subjetividade”. A psicologia desenvolve formas de avançar no entendimento da condição emocional da sociedade, existem muitas barreiras a ser ultrapassadas que reproduzem a desigualdade que está ligado a um campo de produções históricas, o homem em relação com o meio, que por muitas vezes naturaliza a desigualdade. O enfrentamento dessa desigualdade é necessário para melhoria dessas perspectivas que produzem efeitos de desigualdade na sociedade. As esferas das objetivações fazem parte de uma relação entre o indivíduo e a sociedade, experiências, entendimento de si e o mundo, tudo isto esta relacionado a fatores que compõem o indivíduo a apropriação de acordo com as alternativas, a comunicação e os processos de acessibilidade se dão conforme o contexto histórico no qual está inserido, alguns acontecimentos sociais constituíram através das condições históricas para o nascimento deste sujeito psicológico, a subjetividade além de ser ordem dos efeitos, é também da exterioridade que foram produzidas em relações de saber/poder, então o fenômeno psicológico recebe uma influência que é de fora mas também do meio, implicando a interação entre pessoas. O mundo social e psicológico caminha juntos, o fenômeno psicológico se desenvolve conforme o homem se insere na sociedade, relações e na cultura.

  1. Para Marcus Vinicius de Oliveira a desigualdade social no Brasil não é estritamente um problema econômico, antes disso é uma a ideia de que nós somos um país que é constituído de gente de primeira categoria e gente de segunda categoria. Sobre isso o professor destaca que isso se trata da formação subjetiva nacional e da introjeção de valores que damos ou não as pessoas. Discorre ainda que: “Não se pode pensar a desigualdade social no nosso país sem levar em consideração que nós tivemos quase 400 anos de regime escravocrata. De que a escravidão foi um modus operandi fundamental de estruturação da nossa sociedade. E eu gosto de perguntar: para onde foram aquelas percepções, aqueles sentimentos, aquelas ideias do tipo ‘manda quem pode obedece quem tem juízo’. Ideias que nos atravessam no nosso cotidiano, que condicionam nossa sensibilidade que condicionam nossa percepção, percepção sobre o valor das pessoas. Estou querendo dizer que ser brasileiro significa ser um sujeito dotado de um tipo de subjetividade que admite a desigualdade como elemento de natureza ... Nós achamos que o fato das pessoas serem pobres é culpa delas. Que as pessoas serem pobres é porque elas querem. Olha que ideia mais bandida, que ideia mais canalha essa que nós temos: as pessoas são pobres porque elas querem. Isso tá no cotidiano, as pessoas são pobres porque elas querem. É grave, gente. Eu costumo dizer que é a tara nacional... O modo de relação com a desigualdade social que atravessa a subjetividade desde a ponta mais elite da sociedade até as dos próprios sujeitos subalternizados da ralé que também estão incorporados na mesma lógica. Se você perguntar e nas pesquisas que fazemos isso aparece com ênfase, os sujeitos dizem que são pobres por sua própria culpa. Que eles são responsáveis.” Diante disso discorra: como produções de hierarquização das pessoas pelo aspecto racial tem produzido reverberação na composição subjetiva de pessoas brasileiras?

  Muitas vezes queremos discorrer sobre fatos e julgar situações em que não vivenciamos na vida de outras pessoas, as produções históricas desde a colonização até os dias de hoje, é uma sociedade que sempre aponta o dedo mas jamais está disposto a analisar a si próprio e a construção histórica de relações de poder que estão presentes, as pessoas estão sempre em “caixinhas quadradinhas”, com mesmos pensamentos, com base nos costumes da massa populacional que é privilegiada, são pensamentos e visões de mundo passados de geração a geração, sendo construído idéias pequenas, que devemos sempre ser iguais a todos, que se formos diferente damos o direito as pessoas de julgar, sendo que todo mundo deve possuir respeito, independente das suas diferenças. O aspecto racial é um fenômeno social real, que muitas vezes impede na qualidade de vida dos indivíduos, as relações sociais racistas, devem ser revolucionadas, as produções de hierarquização racial produziu a falta de acesso para os benefícios sociais, a realidade existente exclui a população negra do acesso aos direitos fundamentais, principalmente saúde, educação, trabalho. É um sistema no qual possui privilégios, como é o caso da sociedade escravocrata no qual equalizava os privilégios em razão da condição de ser branco e não pela condição de ser ou não escravo e isso ainda é pertinente nos dias atuais, no qual se uma pessoa tiver uma pele negra, já associam varias idéias racistas, discriminando por suas diferenças, fala-se que todos são iguais, mas tendo a ausência da população afro-brasileira, por exemplo, nas universidades. Junto, a essa realidade de evitar qualquer discussão que envolva as relações raciais, o sistema repressivo do Estado, mantém a estratégia da segregação e marginalização, por meio da criminologia, de manter e reproduzir o estereótipo do negro marginal e de expor à sociedade a propensão do indivíduo negro ao crime. Toda esta realidade compõe a subjetividade das pessoas brasileiras, o mundo externo que produz relações de poder, é construído ideias referente ao aspecto racial que estão relacionadas ao mundo interno, a forma como será as experiências, emoções, muitas vezes são reflexos de construções obtidas de forma coletiva.

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