Economia Empresarial
Por: Juliana Castro • 15/6/2015 • Trabalho acadêmico • 2.121 Palavras (9 Páginas) • 772 Visualizações
A O.P.R Interglobo é uma agencia de cargas internacionais que oferece serviços de transporte marítimo e aéreo porém não conta com frota própria, portanto, é uma intermediadora entre as companhias marítimas e aéreas e os exportadores/importadores. Um agente de carga é uma solução para as empresas que não contam com um departamento de comércio exterior propriamente dito ou que não tem grandes volumes de carga nem/ou alta frequência de exportação/importação. O anterior não significa que não atende grandes contas com grandes volumes, de fato, possuí outros serviços diferenciados que não iremos levar em consideração nesta avaliação. O agente de carga compra o frete, por exemplo, 1 container de 20 pés (1x20’ DV) de Shanghai para o porto do Pecém pelo valor de USD 1.000 e o vende por USD 1.200. Repassa os USD 1.000 do custo para o Armador (Companhia marítima) e fica com USD 200 de lucro. A vantagem tomar um serviço com um agente de carga é, por exemplo, se o exportador/importador não tem um volume de carga nem frequência consideráveis e se bater diretamente na porta do Armador, ele vai considerar a solicitação como u caso “spot” (pontual, esporádico) e vai manejar uma tabela de frete comum, podendo assim cobrar pelo mesmo frete marítimo para 1x20’ DV Shanghai-Pecém o valor de USD 1.500. Por outro lado, para a O.P.R Interglobo a tabela de frete é diferenciada porque ela reúne uma carteira de clientes que somam um volume interessante para o Armador, que entende e trata a O.P.R Interglobo como se fosse um cliente só e não o conjunto de vários. Para o Armador é melhor se entender com um agente de carga que conhece dos pormenores do negócios do que atender cliente por cliente no mais mínimo detalhe. Em contrapartida, as principais desvantagens (do negócio e não para o cliente final) são 1) Se tem muita concorrência e acaba virando leilão. Por exemplo, a O.P.R Interglobo passa para o cliente frete por USD 1.200, o cliente informa o valor ao agente de carga “B” quem por conseguinte oferece USD 1.100. A O.P.R Interglobo realiza uma contraoferta por USD 1.080 então o agente de carga “B” reduz para USD 1.050, dessa maneira, se perde o negócio porque o custo é USD 1.000 e USD 50 é o mínimo de lucro. Se tenta conquistar aos clientes com outros benefícios que o agente de carga pode oferecer (prazo/free time demurrage, etc) mas a maioria de vezes o preço do frete é o único que interessa aos exportadores/importadores. 2) Deslealdade da companhia marítima que ao identificar contas com um volume grande, decide atende-las diretamente sem consultar ao agente de carga (Especialmente na exportação de commodities). 3) Comportamento econômico e variáveis macroeconômicas.
A O.P.R Interglobo chegou em Fortaleza no 2013 atendendo exportação e importação, contudo desde o último trimestre do 2014 se encontra focada somente na importação (cabe ressaltar o ponto 2 das desvantagens mencionadas acima). Não obstante, é momento de reavaliar os interesses e as estratégias da empresa já que no primeiro trimestre do 2015 os processos de importação atendidos pela O.P.R Interglobo caíram 25% referente ao ano anterior. Se bem que a O.P.R Interglobo ganha em dólares e que a taxa de cambio encontra-se em alta, beneficiando dessa maneira a receita em reais da empresa, o serviço de agenciamento de carga nesse momento está sendo oferecido somente aos importadores que, consecutivamente, estão diminuindo o volume ou dando uma parada nas importações devido ao aumento na taxa de cambio e a falta de liquidez/recuperação do investimento, já que seus clientes diminuíram a demanda ou estão atrasando o pagamento dos bens adquiridos por motivo da “crise” econômica brasileira. Consecutivamente, isto poderia prejudicar à empresa não só pela queda no volume do serviço senão também pela carteira que se encontra em aberto, pois clientes sem liquidez não tem como pagar faturas mesmo com prazo. À vista disso, para entender o desempenho da empresa, prever (ou pelo menos ter uma ideia) o futuro e tomar decisões certas, é fundamental analisar o comportamento do segmento econômico e expectativas, o desempenho da economia nacional e internacional, expectativas e o comportamento das variáveis macroeconômicas no desempenho do segmento.
A economia brasileira registrou queda de 0,2% no primeiro trimestre de 2015, puxada pelo desempenho negativo do setor de serviços e da indústria, bem como pelo recuo do consumo das famílias e dos investimentos. Neste início de ano, o que evitou um tombo ainda maior do PIB foi a agropecuária . O anterior é o resultado, entre outros fatores, dos ajustes para o reequilíbrio das contas públicas que vem se resumindo nos cortes no gasto público por parte do Joaquim Levy, Ministro da Fazenda e no aumento dos impostos. Especificamente no segmento do comercio exterior, vemos como a partir de junho se aplicará um aumento na alíquota de PIS e Confins do 11,75% sobre importados, aumentando assim 2,5 pontos porcentuais. Por outro lado, temos o aumento na taxa de cambio, a qual, segundo o boletim Focus vai se manter no valor de R$3,20 até o final do ano, ou seja, não vai diminuir e continuará impactando nas despesas de importação. No entanto, o recuo do consumo das famílias se deve, entre outras coisas, ao amento no valor dos serviços como água e eletricidade, além do aumento de impostos sobre combustíveis. Em Fortaleza (CE) pela inciativa privada, também houve aumento no transporte público de R$2,20 para R$2,40 a passagem. Apesar disso, não há expectativa no aumento dos salários. Por certo, deve-se entender que: “A desvalorização da taxa de cambio que vem ocorrendo precisa ser acentuada e compreendida como permanente, e os aumentos salarias em termos reais terão, infelizmente, que ser contidos nesse momento de ajuste” . Consecutivamente, as indústrias de transformação, manufatureiras e comercializadoras cuja matéria prima ou ativos são importados, devem notar que na atualidade, qualquer aumento no preço do bem de consumo final para a recuperar o investimento da importação ou empréstimos bancários (notar o 12,2% na taxa de juros-Selic), conduziria à abstinência ou substituição do seu produto/serviço.
O gráfico abaixo mostra que no Ceará as importações continuam sendo maior do que as exportações, porém os resultados da Balança Comercial no Ceará durante o primeiro trimestre de 2015 mostram uma redução nas importações comparado com o primeiro trimestre do ano anterior. Também mostra uma desaceleração nas exportações o qual ajudaria a entender de maneira global o resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre de 2015. Se marcou em amarelo os municípios do Ceará que importam mais do que exportam e em verde, os municípios que realizam o contrário.
Resumo
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