O CASACO DE MARX

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE

CURSO DE CIENCIAS CONTÁBEIS

DISCENTE: DANIEL CORDEIRO ALVES

DOCENTE: MONALISA RIBEIRO GAMA

STALLYBRASS, Peter. O casaco de Marx: roupas, memórias, dor. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.

O CASACO DE MARX

Marx se vê em meio a um dilema, para a escrita do primeiro episódio de O Capital, onde trata a descrever sobre o processo do capitalismo, fazendo citação a um casaco, explica alguns motivos que definem o casaco como mercadoria no âmbito do mercado capitalista e relata os problemas enfrentados por ele e pela sua família durante o século XIX.

Marx tinha de posse um casaco que usava normalmente para se aquecer no inverno, porém esse casaco também tinha sua importância social, como um objeto que diferenciava o status de um homem na sociedade.

O fetichismo das mercadorias, por idolatrar o apego aos objetos materiais era um problema para Marx, pois para ele, as coisas não são apenas mercadoria de valor comercial como também possuem a carga sentimental que cada coisa carrega.

O casaco e muitos objetos pessoais de Marx e família, fez parte de idas e vindas a lojas de penhores, para que ele recebendo pequenas quantidades de dinheiro em troca, pudesse continuar suas pesquisas, e idas ao Museu Britânico que era a sua principal fonte de pesquisa para escrever o livro O Capital.

O livro que tinha por objetivo discutir e analisar a “coisa” e material no meio capitalista, foi escrito baseado nos próprios acontecimentos com Marx de vestir ou não (penhoras e devoluções) de suas coisas. Quando seu casaco de inverno era penhorado (muitas vezes para a compra de papel, para continuar a escrever), ele não poderia visitar o Museu Britânico para continuar sua pesquisa, pois apesar de ter ganhado o passe de entrada, ele não estava vestido adequadamente (sem o casaco).

Peter demonstra questionamentos sobre a transformação da roupa em mercadoria, utilizando citações sobre a vida de Marx quando por motivos de dificuldades financeiras se vê na necessidade de penhorar seus bens, e por conseqüência não poder visitar tais lugares, inclusive a sua fonte de pesquisa.

Por fim, Peter se introduz com as definições diferentes de hoje, pois, antigamente roupas definiam as classes sociais, já hoje em dia, ele fala que ao tirar o valor dos objetos, os desvaloriza, por exemplo, prisioneiros que suas roupas são retiradas para demonstrar tão humilhação. Peter faz uma ligação com os estudos acadêmicos e com a vida dos mesmos, e de uma forma direta com o que ele vive. Ele deixar no ar, o questionamento do desprezo pelas coisas e pessoas, citando que Marx “sabia o valor de seu próprio casaco” perante a toda uma vivência em sociedade.