O que esperar da economia brasileira para os próximos anos?
Por: Ágatha Oliveira • 2/7/2019 • Relatório de pesquisa • 1.014 Palavras (5 Páginas) • 240 Visualizações
O que esperar da economia brasileira para os próximos anos? O cenário econômico está mudando? Quais os indicadores demonstram tais mudanças?
A atual crise econômica do Brasil teve inicio em meados de 2014, uma das consequências mais fortes foi a recessão econômica levando ao recuo do Produto Interno Bruto (PIB) por dois anos consecutivos. Como podemos ver na tabela abaixo:
| Consumo das Famílias | Consumo do Governo | Formação Bruta de Capital Fixo | Exportação | Importação | |
2010 | ||||||
2011 | 4,0 | 4,8 | 2,2 | 6,8 | 4,8 | 9,4 |
2012 | 1,9 | 3,5 | 2,3 | 0,8 | 0,3 | 0,7 |
2013 | 3,0 | 3,5 | 1,5 | 5,8 | 2,4 | 7,2 |
2014 | 0,5 | 2,3 | 0,8 | -4,2 | -1,1 | -1,9 |
2015 | -3,8 | -3,9 | -1,1 | -13,9 | 6,3 | -14,1 |
2016E | -3,6 | -4,5 | -0,7 | -10,6 | 2,9 | -11,5 |
A redução da taxa de crescimento do PIB foi acompanhada de redução da taxa de investimento em 4,8% e a menor taxa de crescimento do consumo nos últimos anos, com crescimento de somente 2,3% no ano. A forte queda desses dois componentes parece estar relacionada com a crise de sustentabilidade da dívida pública brasileira que elevou os juros e a incerteza. O investimento se reduziu em 13,9% em 2015 e 10,6% em 2016, enquanto o consumo caiu 3,9% e 4,5%, respectivamente. As consequências dessa crise refletem na economia atualmente com cenário de instabilidade, queda do crescimento mundial e financeirização.
A eleição de Jair Bolsonaro no Brasil acontece nessa situação de modo que a gestão de seu governo será a de responder as necessidades da ofensiva neoliberal no Brasil e, portanto, com características de um governo autoritário na política e ultra neoliberal na economia. Se existe uma certa imprevisibilidade das políticas econômicas a serem implementadas pela necessidade de conciliar os diversos interesses dos grupos que compõem sua base, o que pode ser considerado como núcleo de seu governo (dada a orientação ultraliberal, observada tanto nos discursos como na indicação da sua equipe) é a austeridade econômica, a privatização de empresas públicas, a entrega dos bens naturais, o Estado mínimo e enxuto e a renúncia à soberania nacional.
Segundo boletim do Dieese, o marco do novo governo será a manutenção do teto de gastos (EC 95/2016) o aprofundamento da reforma trabalhista e a realização da reforma da Previdência Social. As consultorias econômicas do mercado, bem como as agências internacionais preveem um crescimento do PIB brasileiro para o ano de 2019 em torno de 2,8%. Com a manutenção do teto dos gastos, que orientou o orçamento para 2019, tudo indica uma redução ainda maior do investimento público, podendo chegar a próximo de zero. Além da reduzida margem de gastos aplicada pela EC 95/2016, o aumento das despesas com os juros da Dívida Pública, apontam para um crescimento da dívida líquida da União com previsão em 2018 de 54% do PIB e em 2019 para 56,4%, segundo o Boletim Focus do Banco Central. A primazia no pagamento dos juros ao capital financeiro é uma marca de governos alinhados ao Imperialismo, o que indica menos gastos sociais nesse ano.
O cenário econômico mudou de forma radical por conta da chamada Globalização Digital, onde tudo é digital, compartilhado, colaborativo e tecnológico, as possibilidades de negócios se multiplicaram de forma exponencial, e o ambiente de negócios que era estável e previsível agora é complexo e incerto. Juntamente as mudanças climáticas, o esgotamento de recursos naturais e a diminuição da biodiversidade também estão se acelerando de forma exponencial, e estamos enfrentando cada vez mais problemas relacionados a esses fatores. E por fim estamos vivenciando o início do crescimento exponencial tecnológico no que chamamos de revolução tecnológica, baseada em Inteligência Artificial e a era cognitiva, Tecnologias Embarcada e Móvel, Cloud Computing, Internet das Coisas, Impressão 3D, Engenharia Genética e inúmeras outras tecnologias.
Como por exemplo: as chamadas Fintechs, a união da tecnologia e das finanças. Ele designa startups que atuam no mercado financeiro, a partir de um modelo de negócios inovador, com oferta de produtos e serviços com base em tecnologia. Por sua característica tecnológica, as soluções são mais acessíveis e facilitam a rotina dos usuários. Entre as transações permitidas estão:
- gerenciamento de cartão de crédito;
- oferta de meios de pagamento;
- realização de transferências;
- operações de financiamento;
- transações de investimento;
- abertura de conta-corrente.
É importante destacar que essa nova abordagem surgiu da evolução tecnológica, que se traduz em recursos como Big Data, inteligência artificial, blockchain etc. Esse arranjo confere qualidade e segurança aos serviços. O segmento de Fintechs está em ampla expansão no país e a expectativa é de resultados ainda melhores nos próximos anos. Conforme dados do site Conexão Fintech, a movimentação financeira do setor chegou a R$ 457,44 milhões em 2017. Já o site do Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras da Federação Brasileira de Bancos (CIAB Febraban) aponta que, em 2015, eram 130 as startups financeiras no Brasil. Já em 2016 o número saltou para 206. Esses dados evidenciam o crescimento desse setor no país. Uma das causas é a ampliação das operações dessas startups nas categorias mostradas a seguir:
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