Resenha de Edwards e Bell (1961)
Por: brunocanassa2 • 29/5/2016 • Resenha • 824 Palavras (4 Páginas) • 636 Visualizações
EDWARDS & BELL (1961)
Bruno José Canassa - 6417169
Edwards e Bell (1961) inicialmente apresentam o impasse existente sobre a óptica contábil e econômica. Apesar da importância gerencial da informação contábil, os autores criticam a forma com suas práticas de mensuração se estruturavam no custo histórico – objetividade e base em acontecimentos passados e atuais. Por sua vez, economistas são subjetivos e buscam expectativas futuras. Como conclusão, somente um enfoque ampliado, contábil e econômico, as informações se tornam úteis para usuários internos e externos.
A teoria se tece na reconstrução do conceito costumeiro de lucro econômico e na modificação do lucro contábil. As premissas para tal são: o nível de preço é estável; os bens produzidos são vendidos; e o valor de mercado dos ativos é o mesmo de uma compra no momento atual.
Sendo o lucro um objetivo da empresa, todas as decisões gerenciais no presente para obtenção de lucros estão sujeitas a incerteza. Como o ativo é responsável pela geração do lucro no futuro, é preciso se preocupar com o valor deste ativo no tempo, como manter esse ativo, e como financiar sua manutenção. Desta forma, os ativos detêm um grande valor subjetivo que deve ser comparado ao seu valor de mercado – o que representa lucros anormais futuros esperados. Isto leva as definições de goodwill, que pode ser subjetivo ou objetivo.
O goodwill subjetivo é representativo do valor presente de lucros esperados acima do valor de mercado dos ativos. O goodwill objetivo, por sua vez, ocorre quando o valor total da empresa é maior que o valor de seus ativos. A gestão deve maximizar o valor subjetivo, garantindo que seja positiva e seja maior que o valor objetivo. Também, com o passar do tempo os fluxos de caixa gerados pelo ativo vão sendo realizados e o goodwill subjetivo diminui, indicando o reconhecimento das expectativas a medida que se realizam.
A contabilidade tinha como tradição a avaliação de seus ativos e passivos pelo custo histórico, porém há situações em que o custo histórico não se torna adequado. Neste ponto, os autores apresentam três dimensões: (1) forma e lugar do que está sendo avaliado (características do ativo, inputs e formato final); (2) data e preço usado (passado, atual ou futuro); e (3) mercado onde o preço é obtido (valores de entrada ou saída). Também é importante saber se o ativo está sendo avaliado na forma horizontal ou vertical: a primeira é relacionada com a formação do lucro operacional e a segunda na avaliação do ativo no tempo, gerando ganhos de capital.
Surgem seis possibilidades quanto a mensuração, sendo pelos valores de saída: em relação aos valores esperados, correntes ou custos de oportunidade; e pelos valores de entrada: custo presente, custo corrente, ou custo histórico.
Os autores argumentam que valores baseados em custos correntes são a melhor medida do uso dos recursos produtivos utilizados no processo. Custo corrente é o custo presente da aquisição dos inputs alocados na produção. Depois, é definido o lucro operacional como correspondente de custos correntes e valores de entrada correntes. Assim, a lógica apresentada pode ser apresentada por deixar de medir lucro apenas confrontando o dinheiro que entrou contra o dinheiro que saiu vinculado aquela receita; em seu lugar, a diferença entre o caixa que entrou pela mercadoria negociada contra o caixa que será usado na compra da mercadoria que substituirá a que foi vendida.
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