Resenha Arte Antiga - Ernest Gombrich e Julian Bell
Por: thays.moreira99 • 25/10/2017 • Resenha • 2.095 Palavras (9 Páginas) • 1.080 Visualizações
GOMBRICH, E. H (1950). A história da arte. Trad. Sob a direção de Álvaro Cabral, 16ª ed. Rio de Janeiro : LTC, 2012. 688 p.
BELL, Julian (2007). Uma nova história da arte. Trad. Sob a direção de Roger Maioli, 1ª ed. São Paulo : Martins Fontes, 2008. 496 p.
A HISTÓRIA DA ARTE
1. Créditos dos Autores
Sir Ernst Hans Josef Gombrich (1909-2001), nasceu em Viena. Ingressou no Instituto Warburg, de Londres, em 1936, onde serviu também como diretor. Foi professor de História da Tradição Clássica na Universidade de Londres de 1959 até sua aposentadoria, em 1976. Ganhou o título de Sir em 1972 e a Ordem do Mérito em 1988. Seus muitos outros prêmios e títulos no mundo inteiro incluem o Prêmio Goethe (1994) e a Medalha de Ouro da Cidade de Viena (1994). Entre seus livros estão Art and Illusion: A Study in the Psichology of Pictorial Representation (1960), The Sense of Order: A Study in the Psichology of Decorative Art (1979) e dez volumes de ensaios e críticas, todos publicados pela Phaidon.
Julian Bell, nasceu em 1952 em Londres. É um pintor que vive em Lewes no Reino Unido, e que além de pintar, ele escreve sobre arte para várias revistas e é autor diversos livros incluindo What is Painting? Representation and Modern Art (1999) e Mirror of the World: A New History of Art (2007). Em 1973 graduou-se em literatura inglesa e no mesmo ano entrou para a escola de artes City and Guilds of London Art School, onde mais tarde em 2008, viria a se tornar professor.
2. Pré-História e Povos Primitivos
A partir desse esclarecimento, Gombrich dá início pela pré-história. O ponto principal deste capítulo é o fato de que todos os artefatos tinham sua função. "Entre esses primitivos não há diferença entre edificar e fazer imagens, no que se refere à utilidade” (Gombrich, 2012, p.39). Um ótimo exemplo citado pelo autor, é o de que as cabanas construídas pelos indivíduos da época, serviam não somente para abrigá-los das condições climáticas, mas também como morada de espíritos protetores.
Apesar de no século XIX ter havido uma dificuldade inicial, por parte dos especialistas, de crerem que desenhos como as figuras 1 e 2 haviam sido feitas pelos povos considerados primitivos de milhares de anos atrás, chegaram a tal confirmação depois das descobertas dos utensílios utilizados na elaboração destas representações.
A magia e a superstição eram muito presentes na vida desses povos. A imagem era uma espécie de garantia da caça, visto que “parece que esses caçadores primitivos imaginavam que, se fizessem uma imagem da sua presa — e até espicaçassem com suas lanças e machados de pedra —, os animais verdadeiros também sucumbiriam ao seu poder (Gombrich, 2012, p.42)”. Situação esta que é válida até hoje em muitas tribos, quando em rituais se fantasiam de animais que seriam objeto de sua caça, acreditando que desta forma teriam alguma forma de poder sobre esses.
Por mais que não tenhamos grandes conhecimentos sobre a época em questão, Gombrich (2012) frisa a capacidade artística do que era construído na época, não por sua beleza ou complexidade, mas pelas dificuldades enfrentadas para a elaboração de cada uma delas quando consideramos as ferramentas que tinham disponíveis para fazê-las.
3. Arte Egípcia
As pirâmides são um marco na história dos egípcios, e mais do que beleza tinham uma função muito importante: preservar o corpo sagrado do faraó. A embalsamação, característica do povo do Egito, consistia em conservar a estrutura física a partir do enfaixamento com tiras de tecido. Somente pessoas de extrema importância tinham a honra de serem sepultadas exatamente no centro de uma pirâmide erguida especialmente para ela. Ou seja, os faraós e pessoas próximas à estes eram tumulados na região central da edificação, e no espaço reservado para tal ritual, eram escritas nas paredes diversas magias, para que estes pudessem transgredir para o outro mundo com sucesso.
Para o faraó especificamente, faziam uma estrutura fielmente copiada a partir da face de seu rei, para garantir que “ele continuaria vivendo para sempre” (GOMBRICH, 2012, p. 58)
3.1. Painéis Egípcios
Ernst (2012) ressalta o apego dos egípcios às formas básicas de um cenário: "Essa combinação de regularidade geométrica e profunda observação da natureza é característica de toda a arte egípcia (GOMBRICH, 2012, p. 58)”. Ou seja, o estilo criado pelos egípcios visava não a beleza, mas a conservação dos aspectos essenciais da imagem que gostariam de representar. A partir disso, desenvolveram técnicas de representação que viriam a ser copiadas pelos gregos antes de criarem uma identidade própria.
Um exemplo muito utilizado pelo autor é o do retrato em perfil (Fig. 4 e 5): olhos eram representados não no centro, mas na lateral da face; o corpo como um todo também era representado em perfil, onde o destaque vai para os pés e ombros, que causam inicial estranheza ao serem vistos de lado.
As pinturas eram feitas assim, pois "tudo tinha que ser representado pelo seu ângulo mais característico” (GOMBRICH, 2012, p. 61), isto é, a ilustração tinha que ser facilmente compreendida.
Desde novos, os artistas egípicios aprendiam sobre as diversas e rígidas leis que rodeavam a representação de qualquer cena que fosse. Gombrich (2012) destaca o modo estilo “malha" que era feito para que cada componente do cenário fosse colocado de forma extremamente intencional e calculada. O autor nos faz perceber que nada está disposto por acaso, e que após aprendidas todas as regras, o artista nada mais precisava saber. Não queriam técnicas diferentes.
Os servos do grande faraó, inicialmente, eram enterrados vivos junto com o grande rei, para que este pudesse atingir a vida eterna de maneira digna e com alguém para lhe servir. Com o passar do tempo, tal rito foi substituído pela representação nos painéis que ornamentavam a sala onde se encontrava a tumba do falecido faraó.
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