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Responsabilidade Social

Por:   •  29/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  9.340 Palavras (38 Páginas)  •  259 Visualizações

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APOSTILA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

RESPONSABILIDADE SOCIAL DA EMPRESA

1 Definições e origens

Responsabilidade Social é o compromisso que uma organização deve ter para a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que afetam positivamente, de modo amplo, alguma comunidade (ASHLEY 1999, p. A-2).

A Responsabilidade Social pode ser definida como “um dever da empresa de ajudar a sociedade a atingir seus objetivos” (DE BENEDICTO, 2002, p.5). É uma maneira de mostrar que a empresa existe não apenas para explorar recursos econômicos e humanos, mas também para contribuir com o desenvolvimento social.

A empresa socialmente é socialmente responsável quando vai além da obrigação de respeitar as leis, pagar impostos e observar as condições adequadas de segurança e saúde para os trabalhadores e faz isso por acreditar que assim será uma empresa melhor e estará contribuindo para uma sociedade mais justa (INSTITUTO ETHOS, 2000).

A avaliação e responsabilidade corporativa é o comprometimento dos empresários de adotar um compromisso ético e contribuir para o desenvolvimento econômico, melhorando, simultaneamente, a qualidade de vida de seus empregados, de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo (ALMEIDA 1999, p. A-2).

A responsabilidade social deve ser realizada tanto por grandes quanto por pequenas empresas, pois trará benefícios à sociedade. No entanto, ação social não deve ser confundida com filantropia.

2 Filantropia versus Responsabilidade Social

Embora determinadas ações realizadas pelas pessoas físicas e jurídicas sejam positivas, existem diferenças básicas entre atitude filantrópica e responsabilidade social.

Características filantrópicas

Características da responsabilidade social

 Ação individual e voluntária

 Ação coletiva

 Fomento da caridade

Fomento da cidadania

 Base assistencialista

Base estratégica

 Restrita a empresários filantropos e abnegados

Extensiva a todos

 Ação que prescinde de gerenciamento

Demanda de gerenciamento

 Decisão individual

Decisão consensual

3- O processo de desigualdade (assimetria) entre classes sociais

No contexto da sociedade capitalista, as classes sociais são vistas como oponentes, ou seja, as classes dominantes possuidoras dos meios de produção estão constantemente em oposição às classes operárias.

Para Catani (1986, p.9) para que “exista capitalismo faz-se necessária a concentração da propriedade dos meios de produção em mãos de uma classe social e a presença de uma outra classe, para a qual a venda da força de trabalho seja a única fonte de subsistência”.

Mediante a prática do trabalho, o ser humano atua no mundo, estabelecendo relações dinâmicas, modificando o próprio homem, mudando sua maneira de agir, alterando seu modo de sentir e pensar.

Por outro lado, as relações de trabalho permitem o desenvolvimento de habilidades humanas, o relacionamento com outras pessoas, que traz em si, a afetividade, a aprendizagem, a solidariedade, a amizade, o prazer, mas também a competição, a inveja e espoliação do homem pelo próprio homem (JAPIASSU e MARCONDES, 1995, p.236).

A temática “Capital e Trabalho” vem sendo abordada por vários autores sob enfoques diferentes, mas em todos eles, as relações de trabalho são consideradas sinônimo de “mais valia”, gerando portanto, lucratividade ao detentor de maior poder. Não há como pensar nestas relações de força (dominante e dominado) sem admitir uma desigualdade.

As armas utilizadas nesse combate não se apresentam de forma simétrica (semelhantes), pois, como afirma Aquino (1994, p.9), mesmo que um indivíduo possua capacidades físicas e mentais, sendo despojado de seus instrumentos de trabalho isto pouco lhe valerá. Seu empregador apropria-se desta força transformando-a em uma mercadoria que resulta em lucratividade.

O processo capitalista de apropriação da força de trabalho e sua transformação em mercadoria se constitui na resultante de um processo de transformação lento e complexo. Tal processo se evidenciou mais explicitamente a partir do feudalismo medieval.

Falando do processo de transformação feudal e sua transição para o capitalismo, Dobb apud Catani (1986, p. 49) afirma que pode-se distinguir duas fases importantes nesta transição:

Na primeira o pequeno produtor obteve a sua emancipação, parcial ou completa, das obrigações feudais que sobre ele pesavam; na segunda, foi separado da sua propriedade, dos próprios meios de produção (terra, gado, utensílios agrícolas), e tornou-se dependente do trabalho assalariado para conseguir sua subsistência.

Assim, de um lado uma camada superior de camponeses ricos, que multiplicava a posse da terra e acumulação de um pequeno capital, aplicado no comércio e na usura. Por outro lado levou à criação de uma camada inferior empobrecida, forçada pela miséria e pelas dívidas a trabalhar para um vizinho mais abastado, a hipotecar e até desfazer-se das suas terras (DOBB apud CATANI, 1986, p.50).

As relações capitalistas de produção, pautadas nas relações do trabalho assalariado experimentaram um processo de amadurecimento durante cerca de dois séculos, até o surgimento da Revolução Industrial. Neste período, o proletariado recrutado do campo e da cidade forneceu a força de trabalho necessária ao processo de industrialização em expansão. O crescimento do processo de industrialização tornou-se um campo de investimento para uma crescente acumulação de capital (DOBB, apud CATANI, 1986, p.51-52).

O sistema capitalista se evoluiu e passou por uma nova fase com forte tendência de concentração de capital nas mãos de pequenos grupos, porém poderosos.

Como afirma Catani (1986, p.63-69) “o capitalismo atual é um capitalismo de empresas industriais gigantescas que lançam seus tentáculos por toda a face da terra”. Nesse contexto, afirma o autor, o capital terminaria nas mãos de poucos, constituindo de uma pirâmide absolutamente separada da base.

Marx já admitia que o proletariado sofreria uma progressiva depauperação, proporcional à acumulação de capital. Sendo que as relações sociais têm se tornado tensas sob essas condições,  necessariamente, teriam de ser feitas diversas concessões às classes empobrecidas como forma de amenizar sua situação de precariedade.

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