TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

A AÇAO DE INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA

Por:   •  12/8/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.424 Palavras (6 Páginas)  •  101 Visualizações

Página 1 de 6

EXMO SR DR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE XXXXXXX.

URGENTE

XXXXXXXXX, brasileiro, casado, lavrador, portador do CPF.:XXXXXX e RG.:MG XXXXXXXX SSP/XX, residente e domiciliado XXXXXXXXXXXXXXXXXXX, através de seu advogado (procuração inclusa), com endereço eletrônico xxxxxxxxx@xxxx.com, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 5°, “caput”, 6° e 196 da Constituição da República Federativa do Brasil, artigos 6°, inciso “I”, alínea “d” e 7°,inciso “II” da Lei n°. 8.080, de 19 de setembro de 1990 (Lei Orgânica da Saúde), propor

AÇAO DE INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA com PEDIDO DE LIMINAR

em face de XXXXXXXXXXXXXXXX, brasileiro, solteiro, desempregado, filho de XXXXXXXXXXXXXXX e XXXXXXXXXXXXXX, PORTADOR DO CPF.: XXXXXXXXXXXXXXXXX e RG.: XXXXXXXXXXXX SSP/XX, residente e domiciliado residente e domiciliado no xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

PRELIMINARMENTE

Requer a gratuidade da Justiça por não ter como arcar com as custas e honorários advocatícios sem prejuízo de seus sustentos e de deus familiares.

I - DOS FATOS:

Cabe ressaltar em primeiro momento que o caso é de extrema urgência e o risco de morte do Requerido é muito alto.

Conforme descrito no laudo médico, o Réu é dependente químico/psicológico de álcool e drogas e não tem a mínima condição de lidar com a sua dependência química, necessitando urgente de ajuda especializada com imediata internação.

O quadro traçado é desesperador, o Réu não se alimenta a vários dias, bebe e “usa” drogas diariamente, fica vagando pelas ruas, quando consegue chegar em casa, chega agressivo, o que traz risco de morte também aos familiares.. O Réu se nega a receber tratamento hospitalar, tendo varias vezes mencionado o suicídio.

Foram tentados todos os meios possíveis para conseguir a internação administrativa para o Réu, porem, sem sucesso, já que o mesmo se nega. Os próprios funcionários municipais que negaram a internação recomendaram que o Autor procurasse o Judiciário, pois a vaga só seria disponibilizada através de uma ordem Judicial. O Autor não viu outro meio, a não ser procurar a intervenção do judiciário para garantir seu direito.

Devido a urgência do caso a prefeitura necessita de uma ordem judicial para providenciar a internação do Réu, pois a espera por uma vaga no Sistema Único de Saúde é de sessenta dias, sendo que o Réu não agüentará esperar esse prazo. (Informação dada pela Prefeitura, que tão logo seja emitida ordem Judicial, será disponibilizado uma vaga ao paciente).

II - DO DIREITO OBJETIVO:

Existem direitos básicos e elementares garantidos em nossa Carta Magna, dos quais podemos extrair logo no inciso “III” do art. 1°, a proclamação de um dos seus fundamentos, que é a materialização da dignidade da pessoa humana, constituindo objetivos fundamentais desta nação, segundo o subseqüente art. 3° da mesma Carta Política, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária (inciso “I”); bem como, dentre outros escopos, a erradicação da pobreza, da marginalização, a redução das desigualdades sociais (inciso “III”), com a promoção do bem de TODOS, sem quaisquer discriminações (inciso “IV”).

A manutenção da saúde, e, conseqüentemente da própria vida, é direito líquido e certo da Autora, portanto, natural, inalienável, irrenunciável e impostergável.

Sua inviolabilidade está garantida pela nossa Constituição da República, através do “caput” do art. 5°, 6° e 196, que pedimos “Vênia” para transcrever:

“Art. 5° - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País ainviolabilidade do direito à vida ....” (grifos nossos)

“Art. 6° - São direitos sociais a educação,a saúde...” (grifos nossos)

“Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” (grifos nossos)

Já o art. 198 da mesma Carta Federativa, introduziu o Sistema Único de Saúde – SUS, que estabelece competência concorrente às três esferas do Poder Executivo para disporem sobre as ações e os serviços públicos de saúde em geral, “sic”:

“Art. 198 - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo.”

Regulamentando essa disposição normativa constitucional, a União editou a Lei n°. 8.080, de 19 de setembro de 1990, que “Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.”

A saúde não é um conceito matemático, não havendo como se prever, entre casos graves, aqueles em que um tratamento pode representar a salvação da vida do paciente, ou aqueles em que o paciente sobreviverá de forma razoavelmente saudável. O direito à saúde engloba toda uma trama de direitos fundamentais cuja proteção é priorizada pela Carta Magna de 1988, não sendo razoável preterir o administrado de seu pleno gozo sob qualquer argumento.

III - DA JURISPRUDÊNCIA:

Membros do TJ/MG, inspirados pelos proclamas libertários difundidos ao longo do texto constitucional, em caso análogo ao presente, já se expressaram acerca do tema, veiculando esta acertada e óbvia orientação:

MANDADO DE SEGURANÇA. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. GESTOR DO FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE. MUNICÍPIO. LEGITIMIDADE PASSIVA. COMPETÊNCIA

...

Baixar como (para membros premium)  txt (9.8 Kb)   pdf (54.8 Kb)   docx (12.5 Kb)  
Continuar por mais 5 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com