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A Crise do Regime Monárquico no Brasil

Por:   •  14/8/2021  •  Resenha  •  886 Palavras (4 Páginas)  •  159 Visualizações

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A crise do regime monárquico no Brasil, finalizada com a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, pode ser explicada por vários problemas enfrentados por Dom Pedro II na década de 1880. O regime monárquico, que já havia terminado em vários países, não teve capacidade de resolver questões sociais, políticas, econômicas e religiosas que faziam parte das novas necessidades do Brasil.

Em meados de 1806 o Reino Unido aboliu o trafego negreiro, mas no Brasil sabe-se que não havia este interesse, principalmente por boa parte dos grandes cafeicultores e grandes fazendeiros, justo por estes terem este tipo de mão de obra em suas propriedades. Segundo historiadores Dom Pedro II era contra a escravidão, porém aqueles que mantinham a monarquia no poder, já citados anteriormente, mantinham o Imperador impossibilitado de uma atuação mais ativa em prol da abolição. Aqui vale ressaltar que o Brasil foi o país que mais tempo teve a escravidão, chegando a longos 352 anos.
Em 1845, o parlamento inglês aprova a
Lei Bill Arden, sendo que ela representava o desejo do país em acabar com a escravidão e ao mesmo tempo aumentar o mercado consumidor de seus produtos, momento em que a Inglaterra está no auge da Revolução Industrial por lá.
Já em 1850, por influência dos ingleses, o Império brasileiro decreta a
Lei Eusébio de Queiroz, proibindo de vez, o tráfico intercontinental de escravos. Mesmo assim, o comércio interno segue normalmente no Brasil. Em 1871, entra em vigor a Lei do Ventre Livre, onde condiciona que toda e qualquer filho(a) nascido a partir daquela data, seriam livres no Brasil. Essas duas leis citadas anteriormente, são conhecidas mais tarde como Leis para Inglês ver, pela ineficácia das mesmas. Exemplo disso, são que as crianças nascidas sob esta tutela, seguiam sob proteção do senhor de engenho ou proprietário das grandes fazendas.

Em 1884 o abolicionismo ganha corpo e o Brasil segue sob forte influência do movimento na Europa. Ainda assim, o Imperador, embora abolicionista se vê de “mãos amarradas”, o que lhe vai custar, mas tarde a perda do trono, culminado pela assinatura da Lei Áurea em 1888. Em 25 de março de 1884, a província do Ceará se torna a pioneira em libertar os seus escravos, embora eles não fossem tantos, seguida posteriormente pela província do Amazonas.

Em 1885, mais uma lei para Inglês ver, mesmo após muita resistência, o Império assina a Lei Saraiva Cotegipe, ou Lei do Sexagenário, que brindava a liberdade a todos os escravos que atingissem os 60 anos de idade. Muitos a consideram uma falácia, pois a grande maioria não sobrevivia até essa idade, devido as condições do trabalho e escravidão.
Neste meio tempo, o imperador Dom Pedro II se encontrava em tratamento na Europa devido a um quadro debilitado de saúde, e aqui no Brasil, ocupava o cargo interinamente, sua filha, a princesa Isabel. Esta por sua vez, não aguentando a pressão inglesa e também abolicionistas aqui se formando, assina em 13 de maio de 1888 a Lei Áurea, libertando todos os escravos do Império do Brasil. Estima-se que em torno de 700.000 escravos foram beneficiados com tal lei.

Muitos escravos, porém, seguiram trabalhando nas fazendas, a troco de comida, ou por salários miseráveis, e muitos foram até mesmo abandonados à própria sorte.

Podemos citar que pelo menos quatro episódios que trouxeram crise ao segundo reinado do Brasil:

A questão Cristie: sucessivas crises diplomáticas entre Brasil e Inglaterra, entre os anos de 1862-1865. O
nome que esteve à frente deste impasse diplomático foi o de William Douglas Christie, embaixador britânico no Brasil, que fez dos incidentes internos verdadeiros conflitos internacionais.

A questão escravista: com a eminente abolição da escravatura e posterior a assinatura da Lei Áurea, os grandes fazendeiros perderam a sua mão de obra sem indenização e se voltaram contra o governo. O imperador perdia aí seu grande apoio, a sua principal base, que era a aristocracia rural.

A Guerra do Paraguai: visando o domínio da bacia do Prata para o escoamento de seus produtos para a Europa, Solano Lopes, ditador paraguaio declara guerra ao Brasil, Argentina e Uruguai. Porém o Brasil é o país mais ativo neste confronto, e nisso contrai uma enorme dívida externa para equipar e manter-se vivo nesta questão militar. Após inúmeros conflitos e cinco anos de caos, em 1870 finalmente derrota o Paraguai. Porém, devido à precariedade e o sucateamento do exército brasileiro, essa classe se revolta contra o Império, incitando assim a classe militar a querer mais espaço no poder.

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