Regime Militar No Brasil
Artigo: Regime Militar No Brasil. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Orukami • 17/11/2014 • 2.408 Palavras (10 Páginas) • 643 Visualizações
Regime Militar no Brasil
(1964 – 1985)
Introdução
Em meados da década de 60, o Brasil passou por um período tenebroso na sua história. Os militares tomaram o poder e em nome da democracia implantaram uma ditadura terrível, subjugaram o povo, calaram a imprensa, abusaram do poder, e assassinaram aqueles que se opuseram ou interferiram no governo durante o regime. No decorrer desta ditadura, diversos artistas oprimidos por tal governo, criaram formas “indiretas” para criticar o modo em que os militares governavam. Músicas, filmes, entre outras maneiras de expor a idéia dos artistas para a sociedade, influenciaram até nos dias de hoje na cultura brasileira.
Regime Militar – Músicas dos Oprimidos
“Um grupo que se destacou na luta contra a opressão foi o dos artistas: atores, músicos, cineastas, artistas plásticos, poetas, escritores. Cada um contribuía com o que melhor sabia fazer, questionando os fatos e informando a população, apesar de censurados pelos órgãos opressores. E, como bons artistas, os músicos populares brasileiros descreveram os horrores da ditadura nos mínimos detalhes. Descrições que perpetuam até os dias atuais, trazendo à tona toda a covardia aplicada contra nosso povo, e que não nos deixam esquecer todas as atrocidades cometidas contra nosso país.”
1. “Pra não dizer que não falei
das flores” – Geraldo Vandré
Geraldo compôs “Pra não dizer que não falei das flores”, um hino contra a ditadura. Nessa canção, Geraldo enfatizava as injustiças (pelos campos há fome em grandes plantações), destacava a presença do exército nas ruas (Há soldados armados, amados ou não) e convocava as pessoas para se unirem na luta contra a ditadura (Vem, vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer). Geraldo foi preso, torturado e exilado, mas “Caminhando” (como ficou popularmente conhecida) é um clássico da música popular brasileira e, com certeza, deve incomodar até hoje. A “flor” da canção é uma referência ao movimento “Flower Power” que surgiu nos Estados Unidos. Pregava a não violência contra os povos e foi teorizado depois da Guerra do Vietnã em 1959.
Segue abaixo um trecho da música composta por Geraldo Vandré:
“Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer”
2. O Bêbado e o Equilibrista
Em 1979, João Bosco e Aldir Blanc compuseram “O bêbado e a equilibrista”, que fala sobre os exilados. É um retrato do Brasil no final do período ditatorial, com
mães chorando (Choram Marias e Clarisses) pela falta de seus filhos, os “Carlitos” tentando sobreviver (alusão a um personagem de Charles Chaplin. Representa a população que, mesmo oprimida, ainda consegue manter o bom humor) e a equilibrista (nossa esperança, se equilibrando e sobrevivendo).
Segue abaixo um trecho da música composta por João Bosco e Aldir Blanc:
“Chora a nossa pátria mãe gentil
Choram marias e clarisses no solo do Brasil
Mas sei que uma dor assim pungente não há de ser inutilmente
A espe...rança dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha pode se ma...chu...car
Azar, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
tem que continuar.”
3. Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos
A letra da canção é uma homenagem a Caetano Veloso feita por Roberto Carlos e Erasmo Carlos, ela foi composta como uma forma de ser solidário ao Caetano, que encontrava-se no exílio, em Londres, para onde fora deportado em 1969 pela Ditadura Militar. Caetano já havia composto para Roberto algumas músicas que se tornaram clássicos. Com o amigo em desgraça, resolveu fazer algo para homenageá-lo. Roberto nunca teve problemas com a censura, muito menos com a repressão militar. Então, como fazer um texto que fosse ao mesmo tempo engajado politicamente, e romântico, como
sempre foram suas letras? A saída encontrada foi em nenhum momento citar o nome do Caetano, mas enfatizar sua marca registrada naquela época: seus enormes cabelos encaracolados (aliás, até pouco tempo atrás pouquíssimas pessoas tinham conhecimento que a saudosa personagem do poema era o Caetano, e não uma figura feminina, marca registrada do Roberto).
Segue abaixo um trecho da música composta por Roberto Carlos e Erasmo Carlos:
“Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar
De um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade
De ficar mais um instante
Você anda pela tarde
E o seu olhar tristonho
Deixa sangrar no peito
Uma saudade, um sonho.”
4. Cálice
Cálice é uma das composições mais panfletária de Chico Buarque, somando-se o fato dele ter como parceria a genialidade de Gilberto Gil, compuseram uma grande obra. Os versos da canção estão imbuídos de metáforas usadas para contar o drama da tortura no Brasil no período militar.
Segue abaixo um trecho da música composta por Chico Buarque e Gilberto Gil:
“Pai!
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