A Epistemologia Juridica
Por: Bruno Motoyama • 20/5/2020 • Trabalho acadêmico • 3.399 Palavras (14 Páginas) • 222 Visualizações
Epistemologia jurídica - José Carlos Buzanello
Aqui irei fazer um breve resenha do texto de José Carlos Buzanello, nele
expõe sua visão de como a Epistemologia Jurídica, o entrelaçamento da
ciência e da filosofia, e como está sendo aperfeiçoado o Direito com
pensamentos e experimentos científicos de grandes juristas e filósofos.
A epistemologia jurídica examina os fatores que condicionam a origem do direito, e tem como um dos seus objetivos tentar definir o seu objeto. É uma
área que está ligada à reflexão, que leva a um entendimento das várias formas
de compreender o conceito de Direito. A concepção dominante é, pois, a de
que epistemologia fornece sentido ao empreendimento científico nas ciências
humanas, porquanto cada ciência tem de visar não somente a dimensão do
homem, mas possibilitar um conhecimento integral, totalizante, ainda que
apenas num certo plano e sob uma dada perspectiva. A ciência como
conhecimento que busca, de qualquer forma ou medida, uma garantia da
própria validade do saber, e a filosofia como problematizadora de juízos de
valores, andam em paralelas constantes que se chocam, se entrecruzam e se
harmonizam. Mas se a filosofia é o compromisso que faz do saber uma
pesquisa, ela condiciona o saber efetivo, que é conhecimento ou ciência. É
esse saber que nos diferencia radicalmente dos animais.
Sob o impulso da ciência moderna, a concepção exata da tarefa da
filosofia passou por uma orientação radical. Numa visão histórica geral e breve,
talvez se possa dizer que os filósofos , através do tempo, estiveram
empenhados em três empreendimentos básicos: Primeiro, procuravam
verdades absolutas da realidade e padrões absolutos de moralidade. Segundo,
tentavam construir uma síntese, uma visão do universo e do lugar do homem
neste contexto (integração da ciência num todo inteligível e harmonioso).
Terceiro, buscavam o significado e a validez de conceitos fundamentais,
presunções e métodos de conhecimento e de avaliação. Em síntese, apenas
um processo de interpretação do mundo por parte dos filósofos, de onde Karl
Marx expressa sua tese, “os pensadores não fizeram até agora outra coisa
senão interpretar o mundo: o fundamental é sua transformação. No juízo que a
filosofia faz sobre a ciência, pode, assumir formas que definem três
concepções fundamentais das filosofias - a metafísica, a positivista e a crítica.
Para a filosofia metafísica, a filosofia é o único saber possível e as outras
ciências coincidem com ela ou são partes ou preparação dela. A filosofia
positivista, entende que o conhecimento é próprio das ciências particulares e a
filosofia tem por tarefa coordenar e unificar seus resultados. E a filosofia crítica
entende que a filosofia é julgamento sobre o saber, isto é, a avaliação de suas
possibilidades e de seus limites, em vista do seu uso humano. Segundo essa
concepção, a filosofia não aumenta a quantidade do próprio saber, portanto
não pode ser chamada propriamente de conhecimento. Sua tarefa é antes de
tudo, pôr à prova a validade do saber, determinando os limites e as
possibilidades efetivas. A relação traçada entre a ciência e filosofia durante os
últimos séculos tem sido de maneira bem diversas: as revoluções, nas
ciências, resultam do exame de novos dado e da reformulação de conceitos
básicos (adequação) enquanto as revoluções, na filosofia, resultam da
necessidade de expor diferentemente do problemas filosóficos, a fim de,
acomodar ciência senso-comum, ou ainda: as revoluções na ciência foram a
nova interpretação dos fenômenos e a nova fórmula de leis para ordena-los,
enquanto as revoluções na filosofia fora refinamentos de problemas de
experiências comuns da ciência e da própria filosofia. As diferenças entre os
dois sistemas não são uma simples questão de fatos, pois trazem questões
filosóficas e históricas. Nesse último século a ciência evidencia-se com uma
superioridade sobre a filosofia, em síntese, é o triunfo das ciências e a
decadência da filosofia. A “era da ciência” se demonstra facilmente pelo
resultados práticos vivenciados pela humanidade. A história da ciência parece
ser cumulativa e a história da filosofia não-cumulativa, isto
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