A Historia da humanidade e o trabalho
Por: Jenifher Santana • 4/9/2017 • Trabalho acadêmico • 1.175 Palavras (5 Páginas) • 530 Visualizações
A história da humanidade e o trabalho
Desde a infância, ouvimos nos perguntarem, quase inocentemente: “o que você vai ser quando crescer?”. Você já ouviu essa pergunta? Nem sequer conhecíamos o mundo e já nos colocavam, a despeito de nossas criancices, uma missão futura que, naquele momento, encarávamos ainda como divertida brincadeira: ser algo quando crescer. Na perspectiva de quem nos perguntava, ser algo implicava, principalmente, a escolha de um trabalho, de uma profissão. “Serei médico”, uns diziam. “Quero ser jogador de futebol”, diziam outros. Aqueles com espírito mais aventureiro poderiam dizer: “Quero ser astronauta!”. O Homem e o Trabalho nas Diferentes Configurações Geográfica. Desenvolvimento humano e social Todo homem trabalha, trabalhou ou, em algum momento, trabalhará. O trabalho é constitutivo do modo de ser humano. É um dos fundamentos mais básicos da vida social. É a atividade mais humana, aquilo que faz do homem um ser especificamente humano. Neste tópico, abordaremos o tema da relação dialética entre o homem e o trabalho, na perspectiva de compreendermos como o homem constitui e, ao mesmo tempo, é constituído pelas sociedades, por meio do trabalho. Para tanto, iniciaremos investigando algumas definições conceituais da ideia de trabalho, ressaltando a importância do conhecimento e da prática profissional. Em seguida, analisaremos as relações entre o homem e a natureza, que são intermediadas pela capacidade humana de produzir trabalho consciente. Finalmente, abordaremos os modos como o pensamento universal compreendeu a noção de trabalho, como elemento constitutivo da natureza humana. Esses conhecimentos serão fundamentais para sua formação crítica e reflexiva. Por meio deles, você compreenderá os principais elementos que compõem a natureza do homem, a fim de que sua atuação profissional seja sempre pautada pela ética e pela moralidade.
A centralidade do trabalho e a relação homem-trabalho
Veja, em primeiro, algumas definições da noção de trabalho. De acordo com Marcondes e Japiassú (2001, s/p), o trabalho constitui a “atividade através da qual o homem modifica o mundo, a natureza, de forma consciente e voluntária, para satisfazer suas necessidades básicas”. Para Abbagnano (2007, p. 964), o trabalho implica a “atividade cujo fim é utilizar as coisas naturais ou modificar o ambiente e satisfazer às necessidades humanas”. Finalmente, para Aranha e Martins (1986, p. 5, grifo das autoras), “o trabalho humano é a ação dirigida por finalidades conscientes, a resposta aos desafios da natureza, na luta pela sobrevivência”. Em todas as definições citadas, você pode verificar a recorrência de um elemento constituinte básico da ideia de trabalho: o de ser o modo como se configurou a relação entre o homem e a natureza. Na perspectiva adotada pelos autores, é o trabalho o que nos distingue, em essência, de todo o restante do mundo orgânico e inorgânico. O homem, pela mediação do trabalho, e agindo sobre a natureza, transformando-a, tornou “o mundo possível à sua vida e sua vida possível no mundo” (GIORDANO, 2000, p. 53). No entanto, poderíamos opor, aqui, uma questão: as atividades animais, como as desenvolvidas pelo castor, na construção de seus diques, por exemplo, ou pelo joão-de-barro, na de seus casebres, não são, porventura, trabalho? Na verdade, não. Isso porque a consciência é outro elemento constituinte da ideia de trabalho, e que o determina como atividade exclusivamente humana e o configura, além disso, como a “extensão de uma existência subjetiva” do homem (RANIERI, 2011, p. 130). De acordo com Ranieri (2011, p. 130), “toda atividade humana está determinada por certo gradiente de intencionalidade”. Ou seja: toda atividade humana está determinada, embora em diferentes graus, pelos mecanismos da consciência. Por essa razão, o objeto da atividade humana e de seu trabalho é a exteriorização de sua capacidade para a consecução de determinada atividade consciente (RANIERI, 2011, p. 130). Por meio da consciência, o homem diagnostica e atualiza a abrangência de suas necessidades e urgências, e as realiza para além dos ditames da “mera espontaneidade do instinto biológico” (LUKÁCS, 2013, p. 59). Então, vamos retomar a questão das atividades de bichos como o castor e o joão-de-barro. Conseguiu compreender por que elas não são consideradas trabalho? O “trabalho” animal constitui-se apenas como uma resposta instintiva a um problema imediato e visa, por essa razão, a encontrar uma solução também imediata. Nas palavras de Ranieri: 07 Ao mesmo tempo que aparece como relação histórica entre ser humano e natureza, o trabalho acaba por determinar também o conjunto da vida humana, ou seja, como mediador, ele satisfaz necessidades tornando o gênero humano, na sua apropriação da natureza, cada vez mais um gênero para si mesmo (RANIERI, 2011, p. 130). Portanto, o que nos diferencia essencialmente de todo o mundo natural é a capacidade de realização consciente, e não mais como mera resposta instintiva, de toda atividade e, por definição, de todo trabalho.
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