A Historia e Ciências sociais
Por: jvborri • 11/12/2018 • Trabalho acadêmico • 1.674 Palavras (7 Páginas) • 235 Visualizações
Há uma crise geral nas ciências do homem (pág. 261)
[...] esmagadas pelos seus próprios progressos [...] acúmulo de novos conhecimentos [...] (pág. 261)
[...] negar outrém, já é conhecê-lo. (pág. 262)
[...] as ciências sociais impõe-se umas às outras, cada uma tende a abranger completamente o social, em sua “totalidade” [...] (pág. 262)
É ainda preciso que a união das ciências sociais seja completa, que não sejam negligenciadas as mais antigas em beneficio das mais novas [...] (pág. 262)
[...] esta duração social, estes tempos múltiplos e contraditórios da vida dos homens, que não são apenas a substancia do passado, mas também a base da atual vida social. (pág. 262)
[...] dialética da duração [...]
[...] noção cada vez mais precisa da multiplicidade do tempo e do valor excepcional do tempo longo. Esta última noção, mais do que a própria história — a história de múltiplas faces — deveria interessar às ciências sociais, nossas vizinhas [...] (pág. 263)
Todo trabalho histórico decompõe o tempo passado, escolhe entre suas realidades cronológicas [...] (S:01/pág. 263)
A história tradicional, atenta ao tempo breve, ao indivíduo, ao acontecimento, habituou-nos, há muito, a seu relato precipitado, dramático, de fôlego curto (S:01 pág. 263)
A nova história econômica e social coloca, no primeiro plano de sua pesquisa, a oscilação cíclica (S:01 pág. 263)
[...] conjuntura que focaliza o passado em largos períodos: dez, vinte ou cinqüenta anos. (S:01 pág. 263)
situa-se uma história de fôlego ainda mais lento, desta vez de amplitude secular: a história de longa, de muito longa duração (S:01 pág. 264)
événementielle (acontecimento) (S:01 pág. 264)
nouvelle sonnante (acontecimento explosivo) (S:01 pág.264)
Um acontecimento, a rigor, pode carregar-se de urna série de significações ou de relações. (S:01 pág. 264)
Então, digamos mais claramente, em lugar de événementiel: o tempo curto, à dimensão dos indivíduos, da vida quotidiana, de nossas ilusões, de nossas rápidas tomadas de consciência, — o tempo por excelência do cronista, do jornalista. (S:01 pág. 264)
[...] os medíocres acidentes da vida quotidiana: um incêndio, uma catástrofe ferroviária. o preço do trigo, um crime, uma representação teatral, uma inundação. (S:01 pág. 264)
À primeira vista o passado é esta massa de pequenos fatos [...] (S:01 pág. 265)
Mas esta massa constitui tôda a realidade, tôda a espessura da história, sôbre a qual pode trabalhar à vontade a reflexão científica. A ciê3lcia social tem quase horror ao acontecimento . Não sem razão: o tempo curto é a mais caprichosa, a mais enganadora das durações. (S:01 pág. 265)
salvo as explicações de longa duração, das quais era preciso dotá-la, é fato que, no seu conjunto, a história dos últimos cem anos. quase sempre política, centrada no drama dos "grandes acontecimentos", trabalhou no tempo curto e sôbre o tempo curto. (S:01 pág. 265)
A descoberta maciça do documento levou o historiador a crer que na autenticidade documentária estava a verdade total. "Basta deixar-se, de qualquer modo, levar pelos documentos [...] (S.01 pág. 265)
[...] ir além do tempo curo foi o bem mais precioso (S.01 pág. 266)
A recente ruptura com as formas tradicionais da história do século XIX não foi uma ruptura total com o tempo curto. Ela agiu, sabêmo-lo, em benefício da história económica e social, em detrimento da história política (S:01 pág. 266)
Um dia, um ano podiam parecer boas medidas a um historiador político, antigamente. O tempo era urna soma de dias. Mas uma curva de preços, um aumento demográfico, o movimento dos salários, as variações da taxa de juros [...] (S:01 pág. 266)
Uma nova forma de relato histórico aparece, chamêmo-lo o "recitativo" da conjuntura (S:01 pág. 266)
Para além dos ciclos e interciclos, existe o que os economistas chamam, sem, contudo, estudá-la, a tendência secular. (S:01 pág. 268)
A segunda, bem mais útil, é a palavra "estrutura" . Boa ou má, é a que domina os problemas da longa duração . Por "estrutura", os observadores do social entendem uma organização, uma coerência, relações bastante fixas entre realidades e massas sociais. (S:01 pág. 268)
Certas estruturas, por viverem muito tempo, tornam-se elementos estáveis de uma infinidade de gerações: embaraçam a história, incomodam-na, e assim comandam seu fluxo. Outras estão mais prontas a serem destruídas. Mas tôdas são, por sua vez, sustentáculos e obstáculos. Como obstáculos [...] (S:01 pág. 268)
[...] o homem e suas experiências não podem libertar-se. (S:01 pág. 268)
[...] os quadros mentais são também prisões de longa duração. (S:01 pág. 268)
Não se tratará mais d uma escôlha da qual êle será o único beneficiário . Para o historiador, admiti-lo é prestar-se á uma mudança de estilo, de atitude, a uma mudança de pensamento, a uma nova concepção do social. (S: 01 pág. 271)
Todos os andares, todos os milhares de andares, todos os milhares de fragmentos do tempo da história são compreendidos a partir desta profundidade, desta semi-imobilidade; tudo gira em tôrno dela (S:01 pág. 271)
E, no entanto, uma nova "ciência" histórica nasceu, e continua a se interrogar e a se transformar. Ela se anuncia, entre nós, desde 1900, com a Revue de Synthèse historique e com os Annales, a partir de 1929 (S:01 pág. 272)
O historiador quis estar atento a todas ciências do homem. (S.01 pág. 272)
As ciências sociais não são nada tentadas pela pesquisa do tempo perdido. (S:02 pág. 273)
Sejamos justos: se há um pecado événemenitialiste, a história, acusada de opção, não é a única culpada. Tôdas as ciências sociais participam do êrro. Economistas, demógrafos, geógrafos estão divididos entre o passado e o presente (mas mal divididos) (S:02 pág. 273)
De fato, como é que a antropologia se poderia desinteressar da história? Ela é a mesma aventura do espírito, como gosta de. dizê-lo Claude
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